SciELO - Scientific Electronic Library Online

 
vol.10 número1Comunicação e Mediação na/da Arte: IntroduçãoMediação Artística e Cultural: Que Perfil Profissional? índice de autoresíndice de assuntosPesquisa de artigos
Home Pagelista alfabética de periódicos  

Serviços Personalizados

Journal

Artigo

Indicadores

Links relacionados

  • Não possue artigos similaresSimilares em SciELO

Compartilhar


Revista Lusófona de Estudos Culturais (RLEC)/Lusophone Journal of Cultural Studies (LJCS)

versão impressa ISSN 2184-0458versão On-line ISSN 2183-0886

RLEC/LJCS vol.10 no.1 Braga jun. 2023  Epub 30-Jun-2023

https://doi.org/10.21814/rlec.4425 

Artigos Temáticos

O Conceito de Mediação Artística no Contexto Iberoamericano

Ascensión Moreno Gonzálezi  , Concetualização, curadoria dos dados, análise formal, investigação, metodologia, redação - revisão e edição
http://orcid.org/0000-0002-3685-795X

Marina Clauzet Ferraz de Melloii  , Concetualização, curadoria dos dados, análise formal, investigação, metodologia, redação - revisão e edição
http://orcid.org/0009-0004-3552-3343

i Facultad de Bellas Artes, Universidad de Barcelona, Barcelona, Espanha

ii Facultad de Educación, Universidad de Barcelona, Barcelona, Espanha


Resumo

Existem diferentes campos que definem a mediação artística, porém, é possível explicitar que no centro destas diferentes definições, estão diferentes formas de acompanhamento dos processos educativos e sociais vinculados às práticas artísticas. No contexto ibero-americano, coexistem atualmente duas conceções de mediação artística. Uma refere-se ao acompanhamento profissional por meio de intervenções artísticas a pessoas e grupos em situação de vulnerabilidade e/ou exclusão, com o objetivo de melhorar sua condição psicossocial, promovendo o bem-estar, fomentando a criatividade e a participação, possibilitando uma melhora em situações tanto individuais, como grupais e comunitárias, alavancando processos de inclusão social, desenvolvimento comunitário e fomentando a cultura de paz. A outra conceção é descrita como a intervenção realizada para aproximar a arte do público em contextos culturais ou museológicos, promovendo novas formas de pensar a relação entre arte, sociedade e público. Nesta pesquisa, ambas as perspetivas são revistas, com apoio na forma como as publicações científicas especificadas a seguir (quando e como) apresentam o conceito de mediação artística no seu conteúdo, com o fim de ganhar uma maior compreensão do alcance de cada conceito.

Palavras-chave: mediação artística; arte; públicos; melhoria social

Abstract

Different fields define artistic mediation, but it is possible to explain that at the heart of these definitions are different ways of accompanying the educational and social processes linked to artistic practices. In the Ibero-American context, two conceptions of artistic mediation currently coexist. One refers to professional support through artistic interventions for people and groups in situations of vulnerability and/or exclusion. The aim is to improve their psychosocial condition, promoting well-being, fostering creativity and participation, enabling an improvement in individual, group and community situations, leveraging social inclusion and community development processes and fostering a culture of peace. The other conception is to bring art closer to the public in cultural or museological contexts, promoting new ways of thinking about the relationship between art, society, and the public. This research reviews both perspectives. To better understand each concept’s scope, it draws on how the scientific publications identified below refer to the concept of artistic mediation in their content.

Keywords: artistic mediation; art; audiences; social improvement

1. Introdução

Apresentamos os resultados da pesquisa teórica realizada em publicações científicas em espanhol sobre o conceito de mediação artística, com base no Google Académico. Levamos em consideração os artigos que incluem o conceito de mediação artística no título, tanto os trabalhos teóricos, como os que resultam de projetos ou intervenções pontuais. Analisamos como eles definem o conceito para discernir como entendem a mediação artística e, caso não esteja especificado, examinamos em qual das duas conceções se enquadram. Também incluímos documentos de conferências disponíveis na internet. Excluímos os projetos de conclusão de curso, mas considerámos as teses de doutoramento e livros. Além disso, não foram incluídas apresentações ou publicações que não estejam disponíveis no Google Académico. Essa sistematização parece-nos importante para esclarecer como este novo conceito está a tomar forma, já que, na literatura atual, é definido de diversas formas, e nem sempre se refere ao mesmo tipo de intervenção. Neste artigo, analisamos apenas as publicações que contêm o conceito investigado no título. Existem, porém, outras publicações onde o conceito é utilizado no texto como sinónimo de outras práticas educativas, culturais e de pesquisa. A clarificação do conceito contribui para diferenciar os diferentes tipos de intervenção.

O estudo do conceito de mediação artística neste artigo visa aprofundar o conhecimento sobre o tema, com base no que já se sabe a respeito do mesmo. Encontrar os pontos comuns entre os trabalhos já publicados fortalece o conceito, o que, por sua vez, facilita a assimilação do conhecimento já gerado no meio académico e a sua partilha, melhorando o seu alcance e implementação.

2. Objetivo

Desde o ano de 2010, surgiram múltiplas publicações científicas sobre projetos de mediação artística, e têm sido apresentadas conferências e apresentações em congressos sobre o tema. Nessas publicações, encontramos, basicamente, duas formas de entender esse conceito. Uma delas refere-se ao acompanhamento por meio de projetos de diferentes linguagens artísticas de pessoas e grupos em situação de vulnerabilidade, com objetivos de inclusão social, melhoria da saúde ou da convivência comunitária. A outra é descrita como o trabalho que se realiza em contextos museológicos de aproximação da arte ao público, e que é herdeiro dos anteriores departamentos educativos ou pedagógicos dos museus e centros culturais.

Nesta pesquisa temos o objetivo de discernir como o conceito de mediação artística em língua espanhola é compreendido atualmente a partir das publicações científicas, sem especificar um momento de início, até dezembro de 2022.

3. Desenho da Investigação

Interessa-nos a posição de Bunge (1999), para quem uma teoria é um sistema de propostas hipotéticas a partir das quais argumentos válidos são construídos a partir da dedução. Segundo Barahona Quesada (2013): “em termos gerais, podemos conceber a pesquisa teórica como a atividade sistemática de elaborar, construir, reconstruir, explorar e analisar criticamente os corpos conceituais (isto é, teóricos) nos quais se enquadram as diferentes áreas do conhecimento” (p. 7). Nesse sentido, desenhamos uma investigação teórica com base na ferramenta Google Académico.

Identificamos os artigos publicados nesta base de dados que contenham as palavras “mediação artística” no título. Analisamos como os autores definem o conceito com base na conceção de Moreno González (2016b), que evidencia como duas conceções de mediação artística coexistem atualmente: uma como forma de intervenção social através da arte, e a outra como ponte entre a arte exposta em museus e centros culturais, e o público:

em espanhol encontramos atualmente duas formas de entender a Mediação Artística. A primeira, como modelo de educação artística para a intervenção social através da arte (Moreno, 2010), e a segunda como a intervenção que se realiza em contextos museológicos entre as obras e o público, referida em publicações do Conselho Nacional de Cultura e Artes do Governo do Chile (Governo do Chile, 2015). No primeiro caso, referimo-nos a uma forma de intervenção que responde às necessidades de grupos em situação de exclusão social, para promover processos de transformação, inclusão e desenvolvimento comunitário. A segunda refere-se ao trabalho realizado por museus e centros culturais para aproximar a arte do público. Neste livro desenvolvemos a primeira concepção de Mediação Artística, e nela vamos centrar o seu desenvolvimento. (Moreno González, 2016b, p. 17)

Analisamos as publicações reconhecidas, discernindo como definem o conceito indicado, verificando se estas se enquadram nas duas categorias propostas acima. Além disso, revisamos em que contextos os projetos são desenvolvidos e que questões são problematizadas.

Nesta pesquisa, não foram consideradas publicações que não contenham o conceito estudado no título, embora façam referência à mediação artística em algum ponto do texto.

4. Desenvolvimento da Investigação

A partir da busca no Google Académico, identificámos 35 publicações que incluem “mediação artística” no título: um livro e um capítulo de livro (resultado de um congresso), 22 artigos em revistas, uma tese de doutoramento, cinco dissertações finais de mestrado e cinco trabalhos de conferência.

Na Tabela 1, organizamos as publicações em ordem cronológica, exceto os projetos de conclusão de curso, incorporando o ano de publicação, o título do texto e o título da publicação (no caso das revistas incluímos volume, número e páginas). A última coluna é o resultado da análise de como a mediação “artística” é definida em cada texto.

Tabela 1.  Publicações científicas sobre mediação artística 

Autor/a Título Publicação Conceito
1 M. Wimmer (2002) “La Mediación Artística en los Procesos Educativos” (A Mediação Artística nos Processos Educativos) Perspectivas, 32(4), 55-70 Relação entre a arte e a educação
2 A. Moreno González (2010) “La Mediación Artística: Un Modelo de Educación Artística Para la Intervención Social a Través del Arte” (A Mediação Artística: Um Modelo de Educação Artística Para a Intervenção Social Através da Arte) Revista Iberoamericana de Educación, 52(2), 1-9 Acompanhamento de processos artísticos
3 J. Sanchez-Ruiz e P. Chacón (2012) Artemediación, un Modelo en Desarrollo (Artemediação, um Modelo em Desenvolvimento) Congresso “Arte, Educación y Cultura. Aportaciones Desde la Periferia” Acompanhamento de processos artísticos
4 A. Moreno González et al. (2013) “Transitando Identidades. La Mediación Artística en el Proceso de Rehabilitación de Personas con Problemas de Adicciones” (Transitando Identidades. A Mediação Artística no Processo de Reabilitação de Pessoas com Problemas de Adição) Cuadernos de Trabajo Social, 26(2), 445-454 Acompanhamento de processos artísticos
5 S. Contreras (2014) La Percepción del Sí Mismo Como Generadora de una Mirada. Dos Estrategias de Mediación Artística Basadas en una Educación Integral (A Percepção de Si Mesmo Como Geradora de um Olhar. Duas Estratégias de Mediação Artística Baseadas Numa Educação Integral) Dissertação de mestrado, Universidade Iberoamericana Acompanhamento de processos artísticos
6 J. Rodrigo (2015) “Kunstcoop: Experiencias de Mediación Artística en Alemania” (Kunstcoop: Experiências de Mediação Artística na Alemanha) Arte, Individuo y Sociedad, 27(3), 373-392 Ponte entre público e arte
7 M. Ruiz Carrera e T. Vidal Arbonés (2015) “Arte, Mediación Artística e Inclusión en Centros Penitenciarios. Reflexiones y Estado de la Cuestión en España” (Arte, Mediação Artística e Inclusão em Centros Penitenciários. Reflexões e Estado de Questão em Espanha) Heritage & Museography, 16, 151-161 Acompanhamento de processos artísticos
8 A. Moreno González (2016b) La Mediación Artística (A Mediação Artística) Livro (Editora Octaedro) Acompanhamento de processos artísticos
9 A. Moreno González (2016a) “Inclusión Social por el Arte: Mediación Artística” (Inclusão Social Pela Arte: Mediação Artísrica) La Sociedad Académica, 47, 41-47 Acompanhamento de processos artísticos
10 E. Catalá Collado e M. J. Perales Montolío (2017) “El Giro Socioeducativo en las Prácticas Culturales. El Proyecto de Mediación Artística Nau Social” (A Volta Socioeducativa nas Práticas Culturais. O Projeto de Mediação Socioeducativa Artística Nau Social) Revista de Educación Social, (24), 825-833 Acompanhamento de processos artísticos
11 A. Moltó Borreguero (2017) El Departamento de Mediación Artística en los Espacios Expositivos, Culturales y Artísticos Dentro del Ámbito Universitario. Caso de Estudio: CulturaLAB (O Departamento de Mediação Artística em Espaços Expositivos, Culturais e Artísticos Dentro do Âmbito Universitário. Caso de Estudo: CulturaLAB) Dissertação, Universidade Miguel Hernández de Elche Ponte entre público e arte
12 M. Huerta e C. Vicari (2017) La Mediación Artística en Comunidades de Mujeres con Riesgo Vulnerabilidad Social a Partir del Audiovisual (A Mediação Artística em Comunidades de Mulheres em Risco Vulnerabilidade Social a Partir do Audiovisual) Congresso “III Congreso Internacional de Investigación en Artes Visuales” Acompanhamento de processos artísticos
13 A. Rasteli e R. Formentini Caldas (2018) “Mediación Artística y Cultural en las Bibliotecas: Tesitura en Proceso” (Mediação Artística e Cultural nas Bibliotecas: Tessitura em Processo) Métodos de Información, 9(17), 22-44 Ponte entre público e arte
14 J. Fernández-Cedena (2018) “Educación y Mediación Artística en Prisiones. Trabajando por la Permanencia de un Taller en la Cárcel de Navalcarnero” (Educação e Mediação Artística em Prisões. Trabalhando Pela Permanência de um Atelier na Prisão de Navalcarnero) Revista de Educación Social, 1(27), 311-331 Acompanhamento de processos artísticos
15 A. Palacios (2018a) “¿Debemos Explicar el Significado de las Obras de Arte? La Mediación Artística Como Experiencia Formativa en la Universidad” (Devemos Explicar o Significado das Obras de Arte? A Mediação Artística Como Experiência Formativa na Universidade) Observar. Revista Electrónica de Didáctica de las Artes, 12, 71-91 Ponte entre público e arte
16 C. G. González (2018) Mediación Artística: Rescatando la Voz de los Mediadores de Seis Espacios Culturales Chilenos (Mediação Artística: Resgatando a Voz dos Mediadores de Seis Espaços Culturais Chilenos) Congresso “Congreso Internacional de Educación y Aprendizaje” Ponte entre público e arte
17 A. Palacios (2018b) “Diálogos Creativos un Proyecto de Mediación Artística en la Formación Inicial del Profesorado” (Diálogos Criativos um Projeto de Mediação Artística na Formação Inicial de Professores) Capítulo do livro Arte, Ilustración y Cultura Visual. Diálogos en Torno a la Mediación Educativa Crítica Dentro y Fuera de la Escuela (Arte, Ilustração e Cultural Visual. Diálogos em Torno da Mediação Educativa Crítica Dentro e Fora da Escola; pp. 479-484) Ponte entre público e arte
18 M. M. Zapata (2019) Itinerarte: Orientaciones Educativas Para el Acompañamiento de los Procesos de Mediación Artística y Cultural de la Secretaría de Cultura del Municipio de Bello (Itinerarte: Orientações Educativas Para o Acompanhamento dos Processos de Mediação Artística e Cultural da Secretaria de Cultura do Município de Bello) Congressos da Global Knowledge Academics, “Congreso Internacional de Educación y Aprendizaje” Acompanhamento de processos artísticos
19 T. Peters (2019) “¿Qué es la Mediación Artística? Un Estado del Arte de un Debate en Curso” (O que é a Mediação Artística? Um Estado da Arte de um Debate em Curso) Córima, Revista de Investigación en Gestión Cultural, 4(6), 1-24 Ponte entre público e arte
20 M. Castro Pacheco e N. S. Brito Cárdenas (2019) “Mediación Artística Para Acompañamiento al Duelo: Resultado de una Experiencia de la Universidad de Cuenca” (Mediação Artística de Acompanhamento ao Luto: Resultado da Experiência da Universidade de Cuenca) Revista de Investigación y Pedagogía del Arte, 6, 1-7 Acompanhamento de processos artísticos
21 L. S. Cálix-Vallecillo (2020) “Mediación Artística. Intervención Social a Través del Arte y la Cultura en Honduras” (Mediação Artística. Intervenção Social Através da Arte e da Cultura nas Honduras) Communiars. Revista de Imagen, Artes y Educación Crítica y Social, 3, 11-30 Acompanhamento de processos artísticos
22 R. González-García (2020) “La A/R/Tografía Como Perspectiva Metodológica Inicial en Programas de Mediación Artística Basados en Arteterapia” (A A/R/Tografia Como Perspectiva Metodológica Inicial em Programas de Mediação de Arte Baseados na Terapia da Arte) Arteterapia. Papeles de Arteterapia y Educación para Inclusión Social, 15, 57-65 Acompanhamento de processos artísticos
23 J. P. Moreno Pérez (2020) Experiencia de Intervención con Mediación Artística en Educación Básica Especial (Experiência de Intervenção com Mediação Artística em Educação Básica Especial) Dissertação mestrado, Universidade de Valladolid Acompanhamento de processos artísticos
24 F. Palma (2020) “Mediación Artística en Concepción: Aproximación a una Práctica Cultural de Vinculación con los Públicos” (Mediação Artística em Conceção: Aproximação a uma Prática Cultural de Vinculação com os Públicos) Revista Actos, 1(2), 54-70 Ponte entre público e arte
25 C. Adaros (2020) Mediación Artística y Cultural en Chile (2010-2020). Una Exploración Sociológica a Sus Formas, Estrategias y Conflictos (Mediação Artística e Cultural no Chile [2010-2020]. Uma Exploração Sociológica das Suas Formas, Estratégias e Conflitos) Dissertação de mestrado, Universidade do Chile Ponte entre público e arte
26 C. Guerrero e C. Alonso (2021) “Personas con Diversidad Funcional y Fomento del Envejecimiento Activo a Través de la Mediación Artística. Un Estudio de Caso” (Pessoas com Diversidade Funcional e Promoção do Envelhecimento Ativo Através da Mediação Artística. Um Estudo de Caso) Actualidades Investigativas, 21(2), 1-30 Acompanhamento de processos artísticos
27 J. Tarragó (2021) “La Mediación Artística Como Estrategia de Inclusión Social con Juventud Migrada” (A Mediação Artística Como Estratégia de Inclusão Social com Juventude Migrada) REIRE: Revista d'Innovació i Recerca en Educación, 14(1), 1-18 Acompanhamento de processos artísticos
28 M. Paczkowski Reloba (2021) Arte y Resiliencia. Los Relatos de la Mediación Artística en los Contextos de Vulnerabilidad y Exclusión, Desde el Propio Sujeto (Arte e Resiliência. Os Relatos da Mediação Artística nos Contextos de Vulnerabilidade e Exclusão, Desde o Próprio Sujeito) Tese de doutoramento, Universidade Ramon Llull Acompanhamento de processos artísticos
29 K. Y. Agudelo (2022) Interacciones de Mediación Artística y Su Papel en los Procesos de Recepción. Caso del Museo de Arte Moderno de Medellín (Interações de Mediação Artística e o Seu Papel nos Processos de Receção. O Caso do Museu de Arte Moderna de Medellín) Dissertação de mestrado, Universidade de Antioquia Ponte entre público e arte
30 S. M. Cano (2022) “La Mediación Artística en Entornos Universitarios: Lo Corporal, lo Emocional y lo Performático” (A Mediação Artística em Ambientes Universitários: O Corporal, o Emocional e o Performático) Arteterapia. Papeles de Arteterapia y Educación, 17, 37-48 Acompanhamento de processos artísticos
31 R. Nicolás Ortuño (2022b) “Todos Somos Arte: Proyecto de Mediación Artística con Jóvenes con Trastorno del Espectro Autista” (Todos Somos Arte: Projeto de Mediação Artística com Jovens com Transtorno do Espectro Autista) Arteterapia. Papeles de Arteterapia y Educación, 17, 131-142 Acompanhamento de processos artísticos
32 J. M. Mesías-Lema et al. (2022) “Prácticas Artísticas Situadas: Mediación, Activismo y Derechos Ciudadanos en los Procesos Participativos (También) Situados” (Práticas Artísticas Situadas: Mediação, Ativismo e Direitos Cidadãos nos Processos Participativos [Também] Situados) Encuentros, 15, 228-249 Acompanhamento de processos artísticos
33 A. Moreno González (2022) “Mediación Artística y Arteterapia. Delimitando Territorios” (Mediação Artística e Arteterapia. Delimitando Territórios) Encuentros, 15, 32-47 Acompanhamento de processos artísticos
34 M. Ranilla (2022) “Mediación Artística Para la Mejora de los Entornos Digitales en Personas Mayores: Un Proyecto de Medialab Prado” (Mediação Artística Para a Melhoria dos Ambientes Digitais em Idosos: Um Projeto de Medialab Prado) Encuentros, 15, 204-213 Acompanhamento de processos artísticos
35 R. Nicolás Ortuño (2022a) El Autismo en la Juventud y Su Trasformación Social a Través de la Mediación Artística (Autismo na Juventude e a Sua Transformação Social Através da Mediação Artística) Congresso “III Congreso Interdisciplinar de Jóvenes Investigadores” Acompanhamento de processos artísticos

Uma vez identificados os artigos publicados a partir da ferramenta Google Académico, passamos a analisar como eles definem o conceito de mediação artística.

5. Desenvolvimento e Pesquisa

Com base na abordagem de Moreno González (2016b), em todos os textos encontrámos um dos conceitos de mediação antes explicados (dos museus ou acompanhamento por meio de projetos artísticos): 10 textos entendem o conceito como o trabalho que é realizado a partir de museus e centros de arte, para aproximar a arte do público, inclusive os centros educativos; 24 a concebem como o acompanhamento de grupos em situação de vulnerabilidade, por meio de oficinas e atividades artísticas; e um discute a relação entre arte e educação.

Com base nos artigos identificados, podemos afirmar que a mediação artística possui 20 anos de experiência em publicações científicas, sendo que a primeira surge em 2002 e a última em 2022. O primeiro artigo publicado em espanhol sobre mediação artística ocorreu em 2002, pelo austríaco Michael Wimmer, diretor executivo do Departamento de Cultura da Áustria, professor da Universidade de Viena, especialista do Conselho da Europa e membro fundador da rede europeia Artsandeducation. Embora este artigo não seja do contexto iberoamericano, incluímo-lo por ser a primeira vez que o conceito aparece em publicações científicas. Neste artigo, Wimmer (2002) reflete sobre novas aproximações entre arte e educação, para que se crie uma “nova cultura de ensinar e aprender”, integrando processos de aprendizagem baseados em projetos interdisciplinares, enfatizando a vivência dos alunos, onde eles têm a oportunidade de serem produtivos, deixando guiar-se pelas suas próprias experiências para se descobrirem a si mesmos. A arte-educação desempenharia um papel crucial neste tipo de “autodescoberta”, dando uma orientação para a espontaneidade, a imaginação e a tolerância.

Decorrem oito anos desde a primeira publicação até à segunda. O segundo artigo é da espanhola Ascensión Moreno González (2010), professora da Universidade de Barcelona, diretora do mestrado em mediação artística e presidente da Associação Profissional de Mediação Artística. No artigo, a autora afirma:

a atividade artística atua como mediadora, ou seja, o objetivo fundamental não é que as pessoas que dela participam aprendam arte, mas que a atividade seja uma ferramenta educacional que permite aos educadores incidir noutros objetivos, principalmente voltados para a promoção da autonomia das pessoas e promover processos de inclusão social. (Moreno González, 2010, p. 2)

Identificámos cinco publicações da autora, três artigos (Moreno González, 2010, 2016a, 2022), um livro (Moreno González, 2016b) e um artigo em coautoria (Moreno González et al., 2013); sendo a autora que mais escreveu sobre o assunto. Neles, o conceito surge como forma de intervenção por meio das artes, para promover processos de melhoria biopsicossocial das pessoas que participam nos projetos e, também, para promover a transformação social.

A linha de mediação artística como forma de acompanhamento de processos criativos é aquela em que mais publicações são desenvolvidas: duas referem-se a projetos em prisões (Fernández-Cedena, 2018; Ruiz Carrera & Vidal Arbonés, 2015), e duas a intervenções com pessoas com autismo, ambas de Rocío Nicolás Ortuño (2022a, 2022b). Em relação a outros contextos, há um texto para cada um dos seguintes: vícios (Moreno González et al., 2013), mulheres em situação de vulnerabilidade (Huerta & Vicari, 2017), educação especial (Moreno Pérez, 2020), diversidade funcional e para o envelhecimento (Guerrero & Alonso, 2021), idosos em geral (Ranilla, 2022), jovens migrantes (Tarragó, 2021), direitos do cidadão (Mesías-Lema et al., 2022), acompanhamento em processos de luto (Castro Pacheco & Brito Cárdenas, 2019), contextos de vulnerabilidade (Paczkowski Reloba, 2021) e contexto universitário (Moltó Borreguero, 2017); por fim, destaca-se um artigo onde se discute a diferença entre mediação artística e arteterapia (Moreno González, 2022).

Nas publicações mencionadas aparecem temas de interesse, como o conceito de “artemediação”, que encontrámos apenas numa das publicações (Sanchez-Ruiz & Chacón, 2012); as restantes optam pela “mediação artística”. Outro aspeto que situa pela primeira vez esta discussão é a diferenciação entre mediação artística e arteterapia. No ano de 2022, Moreno González escreveu um artigo onde problematizou particularmente esta questão.

Analisando em que aspetos do acompanhamento através das artes os artigos têm impacto, encontrámos referências a objetivos de melhoria no bem-estar pessoal e social (Cano, 2022; Moreno González, 2010; Nicolás Ortuño, 2022a, 2022b; Paczkowski Reloba, 2021; Tarragó, 2021) em contextos onde trabalham com pessoas em situação de vulnerabilidade. Segundo Nicolás Ortuño (2022b), a prática artística desenvolvida em contextos de diversidade funcional é uma atividade cada vez mais aceite e integrada em diferentes instituições, dados os benefícios que traz aos sujeitos, promovendo o seu desenvolvimento tanto a nível individual como coletivo. Observamos que, desde a primeira publicação, onde a mediação artística é conceituada pela primeira vez como uma forma de intervenção através das artes com objetivos sociais (Moreno González, 2010), esta perspetiva foi amplamente desenvolvida tanto na América Latina, quanto em Espanha.

Para Peters (2019), a mediação artística faz parte da mediação cultural: “a mediação artística é entendida como um espaço específico dentro de um campo geral, que é a mediação cultural” (p. 8). Este autor apresenta a diferença entre essas duas conceções de mediação:

a mediação cultural busca estabelecer pontes entre pessoas e comunidades por meio de trocas comunicativas, culturais, emocionais e sensíveis - onde as partes colocam à disposição os seus recursos biográficos, históricos e relacionais. A mediação artística busca, por sua vez, realizar pontes dialógicas entre uma proposta artística e as questões biográficas de um público-observador, em relação ao seu contexto social e cultural. Refletir sobre a condição no mundo do observador é um dos princípios da mediação artística. (Peters, 2019, p. 19)

Outras publicações usam a mediação artística e cultural como sinónimo: “nós falaríamos de mediação cultural como aquele espaço de intervenção social e educacional que se gera por meio de projetos artísticos e culturais, com grupos que precisam de certa ajuda social e cultural” (Ranilla, 2022, p. 206).

Sobre o significado da mediação artística como ponte entre arte e o público, Peters (2019) entende-a como um dispositivo crítico gerador de experiências:

a mediação artística não é simplesmente uma ferramenta para gerar e/ou atrair comunidades ou novos públicos. É, antes de tudo, um dispositivo crítico que busca projetar, pensar e transformar as formas de pensar o espaço comum na e com a arte. E fá-lo através da geração de várias experiências inéditas entre o observador, a obra artística e os outros que dela participam. (pp. 11-12)

Para Rodrigo (2015), “a palavra mediação artística oferece um leque infindável de possibilidades e estratégias educativas, comunicativas e de aproximação aos diversos setores que compõem o público oficial e não oficial do discurso da arte nas mais diversas instituições” (p. 376). Além de desenvolver a perspetiva de mediação das instituições artísticas, Rodrigo capta o potencial de causar mudanças sociais por meio do desenvolvimento da perceção visual, da imaginação criativa, do desenvolvimento da flexibilidade na solução criativa de todos os tipos de problemas e da formação de valores estéticos que se refletem tanto no ambiente humano e urbano, quanto nas expressões artísticas. Na sua abordagem, os aspetos metodológicos da mediação não são explicados para que se produza a potencialidade que ele apresenta.

Na dissertação final de mestrado, Adaros (2020) investiga o desenvolvimento da mediação artística no Chile e destaca que, “há alguns anos, no campo cultural e artístico do Chile, o conceito de mediação começou a ser usado para se referir a dinâmicas de ligação entre os diferentes espaços e os seus visitantes” (p. 6). A autora fala em mediação artística e cultural sem diferenciar, propondo que “a mediação artística e cultural será entendida como um dispositivo de intervenção social que procura estabelecer novas formas de pensar a relação entre arte, sociedade, público e instituição cultural” (Adaros, 2020, p. 45).

Palma (2020) também situa a sua pesquisa no Chile, especificamente na Comuna Concepción, pois a sua “mediação neste contexto mantém distância da formação de espectadores e/ou audiências, pois não busca apenas o mero consumo cultural, mas - também - tenta provocar uma reflexão crítica” (p. 55). Para o autor, a mediação artística é uma prática cultural.

Palacios (2018a) apresenta a experiência desenvolvida no Centro Universitário Cardenal Cisneros, especificamente na disciplina de educação artística do curso de magistério, onde se trabalha na montagem de oficinas para alunos que visitam a sala de exposições do centro.

Analisando os aspetos que são problematizados na perspetiva da mediação artística como ponte entre a arte e o público, observamos que, além de situar o conceito, o autor questiona como realizar essas mediações. Palacios (2018b) aponta:

a questão de qual papel adotar quando ocorre a visita, de facto, o que nos perguntamos é como mediar: que tipo de atividades seria a mais adequada, como orientar o diálogo, que tipo de perguntas devemos perguntar, em que aspetos devemos influenciar o significado, etc. (p. 481)

6. Conclusões

A ferramenta Google Académico permitiu-nos identificar as publicações científicas. No entanto, detetámos algumas situações de destaque: há artigos em periódicos indexados que não apareceram nas nossas pesquisas e, por outro lado, encontramos publicações em periódicos não indexados. Além disso, não existe um critério unificado em termos de publicações: aparecem alguns projetos de fim de curso, mas não todos. Encontrámos algumas comunicações em congressos e sabemos de outras que não estão disponíveis, e encontrámos algumas teses de mestrado.

A mediação artística tem 20 anos de história no contexto iberoamericano. A comunidade profissional e científica tem optado claramente pelo conceito de mediação artística, e não pelo de artemediação. O conceito está a ser desenvolvido em dois contextos distintos: grupos e comunidades em situação de vulnerabilidade e em centros culturais e museus.

Foi possível comprovar que existem duas perspetivas sobre a mediação artística. Numa delas, são realizadas oficinas onde os participantes são os que fazem arte, que se expressam por meio de diferentes linguagens artísticas, acompanhados por um mediador. Estas oficinas visam melhorar a situação das pessoas que nelas participam, desenvolvendo resiliência, empoderamento, bem-estar, saúde e inclusão social, que é a linha de trabalho iniciada por Ascensión Moreno González na Universidade de Barcelona. Na segunda, os participantes visitam exposições de artistas e o mediador propõe um passeio pelas obras. A meta nem sempre é declarada explicitamente; é feita especial referência ao fomento do espírito crítico dos visitantes, à reflexão sobre a arte e ao intercâmbio cultural. Essa perspetiva inclui o trabalho realizado pelos anteriores departamentos educacionais ou pedagógicos de museus e centros culturais.

Apesar de ambas as conceções coincidirem no que diz respeito a pessoas que se relacionam com a arte, existem grandes diferenças entre ambas: ao nível da experiência artística, ao quanto os participantes estão envolvidos na mediação artística, dos objetivos das intervenções profissionais e da forma como as atividades acontecem. No caso da mediação em museus e centros culturais, refere-se, basicamente, a visitas guiadas, enquanto no caso dos projetos socioeducativos, trata-se de oficinas onde os participantes têm uma experiência acompanhada da criação artística.

Por outro lado, a mediação artística e a mediação cultural surgem em alguns casos como sinónimos, sem serem diferenciadas. Alguns autores usam ambos os conceitos indistintamente.

A autora com mais artigos sobre mediação artística é Ascensión Moreno González, da Universidade de Barcelona, com quatro artigos. Seguem-se Jorge Fernández-Cedena, da Universidade Complutense de Madrid; Ricardo González García, da Universidade da Cantábria; Rocío Nicolás Ortuño, da Universidade de Murcia; e Alfredo Palacios, do Centro Universitário Cardenal Cisneros, com dois artigos cada. Identificámos apenas uma publicação em livro específico sobre o tema, La Mediación Artística (A Mediação Artística), publicado em 2016 pela editora Octaedro.

Desde o ano de 2002, quando foi feita a primeira publicação, há um período sem publicações até ao ano de 2010. A partir de 2010, e até 2022, encontrámos publicações em cada ano, exceto em 2011. Em 2015, são duas publicações, em 2016 duas, em 2017 três, em 2018 cinco, em 2019 três, em 2020 cinco, em 2021 três e em 2022 sete publicações. A mediação artística está em franco crescimento, quer no desenvolvimento de iniciativas e projetos, quer na investigação e produção científica. No caso dos museus, os antigos serviços educativos passaram a ser chamados, na maioria das vezes, de “mediação”. E, no que diz respeito à mediação artística em contexto social, educativo, de saúde e comunitário, disponibiliza metodologias de intervenção que favorecem o desenvolvimento de objetivos de melhoria e transformação social.

Referências

Adaros, C. (2020). Mediación artística y cultural en Chile. (2010-2020). Una exploración sociológica a sus formas, estrategias y conflictos [Dissertação de mestrado, Universidad de Chile]. Repositorio Académico de la Universidad de Chile. https://repositorio.uchile.cl/handle/2250/188081Links ]

Agudelo, K. (2022). Interacciones de mediación artística y su papel en los procesos de recepción. Caso del Museo de Arte Moderno de Medellín, 2020-2021 [Dissertação de mestrado, Universidad de Antioquia]. Repositorio Institucional. https://hdl.handle.net/10495/30439Links ]

Barahona Quesada, M. (2013). El papel de los métodos teóricos en el desarrollo de la investigación en la UNED [Trabalho, Universidad Estatal a Distancia]. [ Links ]

Bunge, M. (1999). Buscar la filosofía en las ciencias sociales. Siglo XXI. [ Links ]

Cálix-Vallecillo, L. (2020). Mediación artística. Intervención social a través del arte y la cultura en Honduras. Communiars. Revista de Imagen, Artes y Educación Crítica y Social, (3), 11-30. https://hdl. handle.net/11441/100712Links ]

Cano, S. (2022). La mediación artística en entornos universitarios: Lo corporal, lo emocional y lo performático. Arteterapia. Papeles de Arteterapia y Educación Para la Inclusión Social, 17, 37-48. https://doi.org/10.5209/arte.77905 [ Links ]

Castro Pacheco, M., & Brito Cárdenas, N. (2019). Mediación artística para acompañamiento al duelo: Resultado de una experiencia de la Universidad de Cuenca. Revista de Investigación y Pedagogía del Arte, (6), 1-7. https://publicaciones.ucuenca.edu.ec/ojs/index.php/revpos/article/view/2851Links ]

Catalá Collado, E. C., & Perales Montolío, M. J. (2017). El giro socioeducativo en las prácticas culturales. El proyecto de mediación artística Nau Social. RES: Revista de Educación Social, (24), 825-833. [ Links ]

Contreras, S. (2014). La percepción del sí mismo como generadora de una mirada: Dos estrategias de mediación artística basadas en una educación integral [Dissertação de mestrado, Universidad Iberoamericana]. Ibero. http://ri.ibero.mx/handle/ibero/786Links ]

Fernández-Cedena, J. (2018). Educación y mediación artística en prisiones. Trabajando por la permanencia de un taller en la cárcel de Navalcarnero. RES, Revista de Educación Social, (27), 311-331. [ Links ]

González, C. G. (2018, 27 de janeiro). Mediación artística: Rescatando la voz de los mediadores de seis espacios culturales chilenos [Apresentação de comunicação]. Congreso Internacional de Educación y Aprendizaje. [ Links ]

González-García, R. (2020). La A/R/Tografía como perspectiva metodológica inicial en programas de mediación artística basados en Arteterapia. Arteterapia, 15, 57-66. https://doi.org/10.5209/arte.64935 [ Links ]

Guerrero, C., & Alonso, C. (2021). Personas con diversidad funcional y fomento del envejecimiento activo a través de la mediación artística. Un estudio de caso. Actualidades Investigativas, 21(2), 1-30. https://doi.org/10.15517/aie.v21i2.46820 [ Links ]

Huerta, M., & Vicari, C. (2017, 23 de outubro). La mediación artística en comunidades de mujeres con riesgo vulnerabilidad social a partir del audiovisual [Apresentação de comunicação]. III Congreso Internacional de Investigación en Artes Visuales, Universitat Politècnica de València, Valência, Espanha. https://doi.org/10.4995/ANIAV.2017.5796 [ Links ]

Mesías-Lema, J. M., Alvárez, C., López, T., & Eiriz, S. (2022). Prácticas artísticas situadas: Mediación, activismo y derechos ciudadanos en los procesos participativos (también) situados. Encuentros. Revista de Ciencias Humanas, Teoría Social y Pensamiento Crítico, (15), 228-249. https://doi.org/10.5281/zenodo.5980079 [ Links ]

Moltó Borreguero, A. (2017). El departamento de mediación artística en los espacios expositivos, culturales y artísticos dentro del ámbito universitario. Caso de estudio: CulturaLAB, Universidad Miguel Hernández de Elche [Dissertação de mestrado, Universidad Complutense Madrid]. E-Prints Complutense. [ Links ]

Moreno González, A. (2010). La mediación artística: Un modelo de educación artística para la intervención social a través del arte. Revista Iberoamericana de Educación, 52(2), 1-9. [ Links ]

Moreno González, A. (2016a). Inclusión social por el arte: Mediación artística. La Sociedad Académica (47), 41-47. [ Links ]

Moreno González, A. (2016b). La mediación artística: Arte para la transformación social, la inclusión social y el desarrollo comunitario. Octaedro. [ Links ]

Moreno González, A. (2022). Mediación artística y arteterapia. Delimitando territorios. Encuentros: Revista de Ciencias Humanas, Teoría Social y Pensamiento Crítico, 15, 32-47. [ Links ]

Moreno González, A., Usán, S., Criado, C., & Santaforentina, A. (2013). Transitando identidades. La mediación artística en el proceso de rehabilitación de personas con problemas de adicciones. Cuadernos de Trabajo Social, 26(2), 445-454. https://doi.org/10.5209/rev_CUTS.2013.v26.n2.40582 [ Links ]

Moreno Pérez, J. P. (2020). Experiencia de intervención con mediación artística en educación básica especial [Dissertação de mestrado, Universidad de Valladolid]. UVaDOC. http://uvadoc.uva.es/ handle/10324/43146Links ]

Nicolás Ortuño, R. (2022a). El autismo en la juventud y su trasformación social a través de la mediación artística. Revista OIDLES, 12-24. https://doi.org/10.51896/OIDLES/BUIL5244 [ Links ]

Nicolás Ortuño, R. (2022b). Todos Somos Arte: Proyecto de mediación artística con jóvenes con trastorno del espectro autista. Arteterapia. Papeles de Arteterapia y Educación Artística Para la Inclusión Social, 17, 131-142. https://doi.org/10.5209/arte.76441 [ Links ]

Paczkowski Reloba, M. (2021). Arte y resiliencia. Los relatos de la mediación artística en los contextos de vulnerabilidad y exclusión, desde el propio sujeto [Dissertação de mestrado, Universitat Ramon Llull]. Cora TDX. http://hdl.handle.net/10803/671857Links ]

Palacios, A. (2018a). ¿Debemos explicar el significado de las obras de arte? La mediación artística como experiencia formativa en la universidad. Observar. Revista Electrónica de Didáctica de las Artes, (12),71-91. [ Links ]

Palacios, A. (2018b). Diálogos creativos: Un proyecto de mediación artística en la formación inicial del profesorado. In E. Jiménez Aberasturi Apraiz, A. Arriaga Azkarate, & I. Marcellán Baraze (Eds.), Arte, ilustración y cultura visual: Diálogos en torno a la mediación educativa crítica dentro y fuera de la escuela, pp. 479-483. Universidad del País Vasco/Euskal Herriko Unibertsitatea. [ Links ]

Palma, F. (2020). Mediación artística en concepción: Aproximación a una práctica cultural de vinculación con los públicos. Revista Actos, 1(2), 54-70. https://doi.org/10.25074/actos.v1i2.1558 [ Links ]

Peters, T. (2019). ¿Qué es la mediación artística? Un estado del arte de un debate en curso. Córima. Revista de Investigación en Gestión Cultural, 4(6), 1-24. http://observatoriocultural.udgvirtual.udg.mx/repositorio/ handle/123456789/913Links ]

Ranilla, M. (2022). Mediación artística para la mejora de los entornos digitales en personas mayores: Un proyecto de medialab prado. Encuentros, 15, 204-213. https://doi.org/10.5281/zenodo.5980057 [ Links ]

Rasteli, A., & Formentini Caldas, R. (2018). Mediación artística y cultural en las bibliotecas: Tesitura en proceso. MÉI: Métodos de Información, 9(17), 22-44. https://doi.org/10.5557/IIMEI9-N17-022044 [ Links ]

Rodrigo, J. (2015). Kunstcoop: Experiencias de mediación artística en Alemania. Arte, Individuo y Sociedad, 27(3), 373-392. https://doi.org/10.5209/rev_ARIS.2015.v27.n3.43723 [ Links ]

Ruiz Carrera, M., & Vidal Arbonés, T. (2015). Arte, mediación artística e inclusión en centros penitenciarios. Reflexiones y estado de la cuestión en España. Heritage & Museography, 16, 151-161, https://raco.cat/ index.php/Hermus/article/view/313266Links ]

Sanchez-Ruiz, J., & Chacón, P. (2012, 19-21 de abril). Artemediación. Un modelo en desarrollo [Apresentação de comunicação]. IV Congreso Internacional de Educación Artística y Visual, Jaén, Espanha. [ Links ]

Tarragó, J. (2021). La mediación artística como estrategia de inclusión social con juventud migrada. REIRE: Revista d’Innovació i Recerca en Educación, 4(1), 1-18. https://doi.org/10.1344/reire2021.14.132690 [ Links ]

Wimmer, M. (2002). La mediación artística en los procesos educativos. Perspectivas. Revista Trimestral de Educación Comparada, 32(4), 55-70. [ Links ]

Zapata, M. M. (2018, novembro). Investigación “Itinerarte: Orientaciones educativas para el acompañamiento de los procesos de mediación artística y cultural de la Secretaría de Cultura del municipio de Bello” [Apresentação de comunicação]. Congreso Internacional de Educación y Aprendizaje. [ Links ]

Recebido: 20 de Dezembro de 2022; Aceito: 20 de Fevereiro de 2023

Ascensión Moreno González é doutora em Belas Artes pela Universidade de Barcelona, bacharel em Belas Artes e Pedagogia. É diretora do mestrado em Mediação Artística e professora do curso de Belas Artes da Universidade de Barcelona. É autora do livro La Mediación Artística (A Mediação Artística). Email: amorenog@ub.edu Morada: Facultad de Bellas Artes. Universidad de Barcelona. Pau Gargallo, 4. 08028 Barcelona. España

Marina Clauzet Ferraz de Mello tem mestrado em Arte para Transformação Social, Inclusão e Desenvolvimento Comunitário: Mediação Artística, pela Faculdade de Educação da Universidade de Barcelona. Tem formação em arteterapia. É mediadora artística e arteterapeuta. Email: marinaclauzet@gmail.com Morada: Facultat d’Educació, Universitat de Barcelona, 08035, Barcelona, España

Creative Commons License Este é um artigo publicado em acesso aberto sob uma licença Creative Commons