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Cadernos do Arquivo Municipal

versão On-line ISSN 2183-3176

Cadernos do Arquivo Municipal vol.ser2 no.10 Lisboa dez. 2018

 

ARTIGO

Levantamento e caracterização de marcas de água no Arquivo Municipal de Lisboa*

Surveying and characterization of watermarks in Arquivo Municipal de Lisboa

Adriana Batista Ferreira Santos**

Maria Beatriz de Castro Nunes Lobato de Sousa***

Maria Helena Lopes dos Reis Oliveira Nunes****

**Adriana Batista Ferreira Santos, Arquivo Municipal de Lisboa, 1070–017 Lisboa, Portugal. adriana.ferreira@cm-lisboa.pt

***Maria Beatriz de Castro Nunes Lobato de Sousa, Instituto Politécnico de Tomar, 2300–313 Tomar, Portugal. mariabeatrizcnls@gmail.com

****Maria Helena Lopes dos Reis Oliveira Nunes, Arquivo Municipal de Lisboa, 1070–017 Lisboa, Portugal. helena.nunes@cm-lisboa.pt

 

RESUMO

As marcas de água e contramarcas são elementos gráficos dos suportes em papel que, embora não sejam percetíveis à vista desarmada, têm um caráter informativo podendo ser uma mais-valia para o conhecimento dos suportes, datação e autenticação de documentos em áreas de estudo como a Paleografia, a Conservação e Restauro, a Análise Diplomática, entre outros.

No estudo de levantamento e caracterização de marcas de água realizado no Arquivo Municipal de Lisboa foram identificadas dez diferentes marcas de água na folha de rosto do “Livro 1º de juros do tempo dos Filipes” e em nove documentos de natureza régia e municipal deste livro. Este levantamento permitiu a distribuição das marcas de água em seis categorias conforme a natureza do motivo, sendo a mais frequente a de figuras geométricas. Com base na identificação de algumas destas marcas de água, foi possível estabelecer que os documentos régios analisados têm como suporte papéis produzidos em Itália. Já os suportes dos documentos municipais e a folha de rosto do livro são produzidos em França, Sicília, Espanha e Países Baixos.

 

PALAVRAS-CHAVE

Marca de água / Filigrana / Papel / Documentos

 

ABSTRACT

Watermarks and countermarks are graphic elements present on paper supports, barely noticeable to the naked eye, that have an informative character and can be used in areas of study such as Palaeography, Diplomatic Analysis or Conservation and Restoration, among others.

Within the survey and characterization of watermarks in Arquivo Municipal de Lisboa, different watermarks were identified in the cover sheet of nine documents from royal and municipal nature. The survey of the watermarks allowed distributing the ten watermarks in six categories according to the nature of the motif, being the most frequent the geometric figures. Based on the identification of some of these watermarks, it was possible to establish that the royal documents are made with paper produced in Italy. The municipal documents and the frontpage are mainly produced in France, Spain, Sicily and the Netherlands.

 

KEYWORDS

Watermark / Filigraine / Paper / Documents

 

INTRODUÇÃO

O estudo dos suportes em papel de documentos históricos na área da Conservação e Restauro pode ser complementado e, em determinadas situações, validado com a informação de outros elementos não percetíveis à vista desarmada. É o caso das marcas de água e das contramarcas que se observam à contraluz nos suportes de papel. Desde o século XIX que são vistas como elementos estéticos provavelmente por se apresentarem na forma de imagens gráficas elaboradas, mas têm fundamentalmente um caráter informativo sobre dados cronológicos importantes para a compreensão, datação e autenticação dos documentos. As marcas de água podem apresentar igualmente conteúdos relevantes noutras áreas de estudo, como a análise diplomática e a história da produção de materiais, contribuindo para a identificação dos diferentes produtores de papel em determinadas épocas. O reconhecimento dos moinhos de papel podem, por sua vez, ajudar na datação de documentos e contribuir para a reconstituição histórica dos materiais e processos de produção dos suportes, assim como estabelecer circuitos de distribuição. Em estudos sociológicos mais aprofundados podem ainda contribuir para o contexto sociocultural dos produtores de papel, as suas aspirações sociais e até mesmo mentalidades1.

No estudo “Levantamento e caracterização de marcas de água em documentos dos séculos XV, XVI e XVII”, realizado no âmbito do estágio do Mestrado em Conservação e Restauro no Arquivo Municipal de Lisboa, em parceria com o Instituto Politécnico de Tomar, foi efetuado o registo das marcas de água presentes em dezasseis livros que integram os fundos Chancelaria Régia e Chancelaria da Cidade do referido Arquivo, com o objetivo de contribuir para a identificação dos produtores de papel europeus e dos respetivos circuitos de compra. Foram selecionados livros em papel de produção manual, com documentos datados entre os séculos XV e XVII, de modo a dar um panorama geral das marcas de água existentes no Arquivo Municipal. Ficaram excluídos os documentos anteriores ao século XV por se apresentarem em suportes de pergaminho, sem marca de água, assim como os documentos do século XVIII que já são de produção mecânica. Através do registo fotográfico e representação gráfica, foram identificados 1135 espécimes a que correspondem 65 marcas de água diferentes, conforme a natureza do motivo.

De entre os dezasseis livros anteriormente referidos, foi selecionado para estudo o “Livro 1º de juros do tempo dos Filipes”, não só porque integra vários documentos com marcas de água, representativos dos três séculos, como, por outro lado, alguns documentos que o constituem apresentavam acentuada fragilidade do suporte, exigindo a realização de uma intervenção de conservação e restauro que devolvesse estabilidade ao suporte, de forma a garantir a integridade dos seus conteúdos.

De acordo com uma análise diplomática preliminar, os documentos do referido livro são de natureza régia ou municipal, apresentando-se na forma de alvarás, contratos, mandados e relações de escrituras. Neste âmbito, as marcas de água revelam-se como elementos auxiliares para a identificação e datação de documentos, atestando ainda a autenticidade da origem dos seus suportes. É possível que o estudo e atribuição das marcas de água permita ainda iniciar um esboço de algumas relações comerciais existentes na época, entre as entidades produtoras de documentos à guarda do Arquivo Municipal de Lisboa e os diferentes distribuidores europeus de papel.

A marca de água é, por definição, a imagem que se observa no papel quando colocado à luz transmitida e faz-se representar por sinais ou imagens gráficas, mais ou menos complexas, por letras ou até mesmo por palavras. Estudos nesta área demonstram que a incorporação deste elemento nasceu da necessidade de os produtores deixarem uma marca pessoal no papel por eles produzido, garantindo a qualidade e autenticidade dos mesmos. Na prática, as marcas de água são produzidas pela diferente deposição da polpa de papel na zona de filigrana, no momento da manufatura das folhas de papel.

A bibliografia relacionada com a produção de suportes em papel refere que o método de fabrico utilizado entre os séculos XII e XVII era estritamente artesanal e semelhante ao inventado pelos chineses2. Este sistema de produção foi alterado pelos árabes a partir do ano 751, tendo sido introduzido na Europa com pequenas inovações, como a utilização de novas fibras e a otimização do processo de maceração.

O processo de fabrico do papel era iniciado com a recolha e seleção de trapo, proveniente de peças de vestuário, constituído maioritariamente por fibras de linho, cânhamo e algodão3. O trapo era rasgado, colocado em tinas com água e deixado a fermentar durante vários dias: a fermentação permitia o amolecimento do trapo e a consequente desagregação das fibras. Estas eram posteriormente maceradas sob movimento constante de martelos e/ou maços, até adquirirem a consistência de polpa. A folha era então obtida através da imersão de uma forma na tina com polpa macerada, sendo o conjunto agitado de modo a distribuir uniformemente as fibras. As folhas de papel eram transferidas para feltros de lã e prensadas para remover o excesso de água. Posteriormente eram colocadas em estendais para uma secagem natural e sem tensões. Na fase final do processo, adicionava-se uma encolagem de amido no papel árabe ou cola animal no papel europeu para conferir impermeabilidade aos suportes, seguida de uma última secagem e prensagem4.

A forma utilizada na produção da folha é descrita na literatura como sendo uma estrutura constituída por uma moldura de madeira amovível e rede metálica (Figura 1). A estrutura metálica, normalmente em fio de cobre, era formada por fios muito próximos entre si e paralelos ao lado maior da forma (trama das vergaturas) e por fios perpendiculares a estes, mais distantes entre si e paralelos ao lado menor da forma (pontusais). Nesta estrutura podia ainda ser bordado um motivo com fio metálico, designado por filigrana, executado perpendicularmente aos fios menos espaçados entre si. Verificava-se que, na fase da formação de folha, ocorria uma menor acumulação de fibras nos espaços ocupados pelos fios metálicos e pela filigrana, dando origem a áreas de maior transparência, visíveis a contraluz, denominadas nas folhas de papel como pontusais, vergaturas e marca de água, respetivamente. O papel produzido segundo este processo é designado por papel avergoado. Na observação à luz transmitida dos suportes avergoados verifica-se que a orientação dos pontusais e marca de água podem surgir no papel em diferentes sentidos e posições de acordo com a dobragem das folhas.

 

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Apesar de nos estudos de referência se utilizar o termo filigrana em substituição de marca de água, como é exemplo o levantamento de marcas de água em “Les filigranes: dictionnaire historique des marques du papier”5, o seu significado é diferente, não devendo por isso ser utilizado como sinónimo. Tendo em conta a descrição de produção da folha, a filigrana corresponde exclusivamente à figura aplicada na rede metalizada e dá origem à marca de água na metade direita da folha de papel, no momento da sua produção6.

Existe ainda referência à presença de uma outra marca no papel, designada por contramarca, que se apresenta normalmente na forma de letras ou palavras que complementam a marca de água e personalizam os produtores de papel. A contramarca era produzida do mesmo modo que a marca de água, através da execução do elemento com fio metálico na malha metálica. Por norma, surge à esquerda da folha, em simetria com a marca de água7.

 

HISTÓRIA E PERSONALIZAÇÃO DAS MARCAS DE ÁGUA

Os papéis anteriores ao século XII eram essencialmente de produção oriental e não continham marcas de água. Referências bibliográficas indicam o registo da primeira marca de água num papel produzido pela fábrica italiana Fabriano, em 12829. A marca de água correspondia a uma cruz grega, incluída no papel apenas como elemento identificativo do produtor. Já no século XIV, as instituições de referência e os centros de decisão política ou económica das grandes cidades da Europa ocidental possuíam um depósito substancial de papel italiano. Ao longo do século XIV vão surgindo moinhos de papel por toda a Europa central e, nesta altura, a península italiana e a França afirmam-se como dois dos principais produtores de papel de qualidade. Em Portugal, embora a produção de papel seja conhecida desde o século XV, a primeira marca de água identificada como genuinamente portuguesa data de 1536. A partir de meados do século XV, com a invenção da imprensa de caracteres móveis, verifica-se na Europa um aumento significativo da procura de papel, favorecendo o aparecimento de vários moinhos papeleiros. Este novo panorama exigiu a produção de papéis de maior qualidade para impressão e as marcas de água associadas aos produtores de referência passaram a ser alvo de plágio. Um exemplo é a marca de Giorgio Magnani repetida em Portugal e na Europa ao longo dos séculos XVIII e XIX10.

O tipo e a complexidade das imagens das marcas de água foram evoluindo ao longo dos séculos. Inicialmente eram marcas de composição gráfica simples, pouco pormenorizadas, de dimensão reduzida e com simbologia religiosa, como é o caso da estrela, da cruz e do quarto crescente. Já no século XIV, as representações tornaram-se progressivamente mais elaboradas e personalizadas. Deixaram de ser apenas um desenho e passaram a incluir referências ao local do moinho produtor, às iniciais, ou mesmo ao nome do fabricante. Independentemente da individualização ou personalização das marcas de água, estas, por vezes, incorporam também um sentido de pertença a uma comunidade. É o caso da marca de água que representa as armas de Génova, com a cruz de S. Jorge dentro de uma elipse, coroada com um leão ou com um grifo de cada lado. Esta marca de água italiana constituía uma garantia de qualidade porque assinalava a procedência de um dos mais antigos centros papeleiros de Itália, angariando uma aura de prestígio em toda a Europa, entre os séculos XVI e XVII11.

O artigo “Marcas de água do Arquivo Municipal”, publicado em 1998,12 evidenciou as diferenças entre marcas de água gravadas em momentos históricos bem distantes, através do estudo de um original de 1577 e um traslado de 1819. Verificou-se um caráter modesto e incipiente, que revestia as marcas do documento original, que contrastava com a grandeza e a riqueza de pormenor decorativo da marca de água inscrita no traslado. No documento original, a marca de água fazia-se representar por uma esfera com a bordadura atravessada por um eixo e encimada por estrela, em oposição à marca de água do traslado, com um escudo estilizado com moldura, encimada por uma coroa igualmente estilizada.

As contramarcas também evoluíram graficamente e passaram a incluir elementos com função informativa ou estética, distribuídos de forma aleatória. Em 1739 e 1741 é confirmado o uso de contramarcas como denominação de qualidade, local de fabrico e como elemento de segurança contra falsificações13, e passaram a ser normalizadas por regras estabelecidas por toda a Europa ao longo dos séculos. Em França por exemplo, uma ordenação de 1582, de Henrique III, obriga ao uso de uma contramarca como identificação dos fabricantes, através de introdução de iniciais ou nomes completos. A normalização das marcas é também comprovada pelo requerimento apresentado, em 1776, à Real Junta do Comércio, solicitando autorização para que todo o papel produzido pela fábrica de papel da Vila da Lousã tivesse por marca de água uma estrela coroada e por contramarca a inscrição Lousã.

 

ANÁLISE DIPLOMÁTICA DOS DOCUMENTOS E CARACTERIZAÇÃO DAS MARCAS DE ÁGUA

De acordo com o objetivo deste estudo, foram selecionados dez fólios do “Livro 1º de juros do tempo dos Filipes” que apresentam marca de água. Nos fólios selecionados, e que se descrevem em seguida, um corresponde à folha de rosto e nove são relativos a documentos régios e municipais que, segundo os critérios de análise diplomática14, podem ser classificados em:

Alvará – documento diplomático dispositivo de correspondência, descendente. Certificado, licença ou autorização dada por autoridade competente de direitos ou para a realização de atos ou eventos. O alvará era escrito em papel e válido por 1 ano. Daí que praticamente não tenhamos originais, antes cópias e registos.

Contrato – documento diplomático dispositivo pactual, horizontal. Registo pelo qual duas ou mais pessoas físicas ou jurídicas estabelecem entre si algum(ns) direito(s) e/ou obrigação(ões). Protocolo inicial: ementa, designação de data e local. Nomes e qualificação dos contratantes.

Mandado – documento diplomático dispositivo normativo, descendente; ordem expedida por autoridade judicial ou administrativa para que se realize determinada diligência.

Relação – documento não-diplomático, informativo. Listagem de nomes de pessoas, objetos, quantias, factos, etc.; quando solicitada por autoridade e a ela enviada, pode ser considerada como documento ascendente.

 

Documento 1

Título: [Autorização para a venda de juro sobre as rendas da cidade devido à peste]

Data: 1570-07-06

Assunto: Alvará régio de D. Sebastião – autorização para venda de juros sobre as rendas da cidade para pagamento de despesas que a cidade teve com a peste.

Escrivão da câmara régia: Gaspar de Seixas

Subscritor: Jorge da Costa

Dimensões e suporte: 1 f. (293 x 205 mm), papel avergoado

Código de referência: PT/AMLSB/CMLSBAH/CHR/005/0026/0003

 

 

 

 

Caracterização da marca de água

Descrição(sistema avaliação Bernstein):

Fauna, serpente, composto por duas linhas com outros motivos acessórios;

Localização/Orientação:

central, vertical.

Dimensão (mm):

20 x 59;

Distância entre pontusais (mm):

31;

Nº de vergaturas (em 20mm):

21;

Fábrica/Proveniência:

Segundo Briquet, a marca de água pode fazer parte do grupo de figuras entre o nº 11622 e o nº 13854.

 

Documento 2

Título: [Contrato de venda de juro sobre as rendas da cidade devido à peste]

Data: 1570-07-03 - 1571-08-31

Assunto: Contrato de venda de juros das rendas da cidade devido aos efeitos da peste.

Escrivão da Câmara: Simão Luis

Tabelião público de notas: Diogo Coelho

Dimensões e suporte: (285 x 200 mm), papel avergoado

Código de referência: PT/AMLSB/CMLSBAH/CHR/005/0026/0004

 

 

 

 

Caracterização da marca de água

Descrição (sistema avaliação Bernstein): Figuras antropomórficas, mão/ luva, com coroa (Letras P no meio da mão/luva); Localização/Orientação: central direita, vertical; Dimensão (mm): 20 x 59; Distância pontusais (mm): 21; Nº de vergaturas (em 20mm): 21; Fábrica/Proveniência: Segundo Briquet, a marca de água é semelhante ao desenho c nº 11044, atribuída a produtores estabelecidos em França.

 

Documento 3

Título: [Autorização para a venda de juro sobre as rendas da cidade para pagar despesas de deslocação do rei]

Data: 1619-04-20 - 1619-05-07

Assunto: Alvará régio de Filipe II que concede autorização para venda de juros sobre as rendas da cidade para pagamento de despesas da deslocação do rei a Portugal.

Escrivão da câmara régia: Pedro Varela

Subscritor: Cristóvão Soares

Dimensões e suporte (mm): 1 f. (306 x 205), papel avergoado

Código de referência: PT/AMLSB/CMLSBAH/CHR/005/0026/0011

 

 

 

 

Caracterização da marca de água

Descrição (sistema avaliação Bernstein): Símbolo/insígnia, cruz, cruz latina (presença de duas letras não identificadas); Localização/Orientação: central, invertida; Dimensão (mm): 25 x 36; Distância entre pontusais (mm): 32; Nº vergaturas (em 20mm): 21; Fábrica/Proveniência: Génova.

 

Documento 4

Título: [Diminuição do valor da venda de juros sobre as rendas da cidade necessário para a deslocação do rei]

Data: 1619-07-01 - 1619-07-04

Assunto: Alvará régio de Filipe II referente ao pedido da Câmara da cidade de Lisboa para vender juros de rendas e para as despesas da deslocação do rei a Portugal.

Escrivão da câmara régia: Luís de Moura

Subscritor: Cristóvão Soares

Dimensões e suporte (mm): 1 f. (303 x 198), papel avergoado

Código de referência: PT/AMLSB/CMLSBAH/CHR/005/0026/0013

 

 

 

 

Caracterização da marca de água

Descrição (sistema avaliação Bernstein): Brasões, escudo com cordeiro, outros;

Localização/Orientação: central esquerda, invertida; Dimensão (mm): 42 x 54; Distância entre pontusais (mm): 28; Nº de vergaturas (em 20mm): 21; Fábrica/Proveniência: Fabriano, Nápoles, Salene e Almafi.

 

Documento 5

Título: [Pedido de entrega de dinheiro necessário no socorro à Índia]

Data: 1623-02-21

Assunto: Mandado ao presidente e vereadores da Câmara da cidade de Lisboa para entrega dos juros necessários no socorro à Índia.

Contém assinaturas: Bispo conde e Diogo de Castro

Dimensões e suporte (mm): 1 f. (302 x 202), papel avergoado

Código de referência: PT/AMLSB/CMLSBAH/CHR/005/0026/0017

 

 

 

 

Caracterização da marca de água

Descrição (sistema avaliação Bernstein): Objeto, arma, bandeira;

Localização/Orientação: central, invertida; Dimensão (mm): 46 x 57; Distância entre pontusais (mm): 29; Nº de vergaturas (em 20mm): 22; Fábrica/Proveniência: Não identificada.

 

Documento 6

Título: [Autorização para a venda de juro necessário para socorrer o Brasil]

Data: 1624-08-09 (Documento escrito em Madrid)

Assunto: Alvará régio de Filipe III que concede autorização para venda de juros das rendas da cidade para auxiliar o Brasil (cidade de São Salvador da Baía).

Escrivão da câmara régia: Martim Gomes de Figueiredo

Subscritor: Francisco de Lucena

Assinatura: Duque de Vila Hermosa, conde de Ficalho

Dimensões e suporte (mm): 1 f. (301 x 205), papel avergoado

Código de referência: PT/AMLSB/CMLSBAH/CHR/005/0026/0023

 

 

 

 

Caracterização da marca de água

Descrição (sistema avaliação Bernstein): Figura geométrica, quatro elementos, outros (Letras A D no círculo inferior); Localização/Orientação: central, vertical; Dimensão (mm): 28 x 85; Distância entre pontusais (mm): 37; Nº vergaturas (em 20mm): 21; Fábrica/Proveniência: Segundo as figuras identificadas por Briquet (entre 3248 a 3255) poderá ser a figura de três círculos.

 

Documento 7

Título: [Contrato de obrigação, quitação e venda de juro]

Data: 1625-05-16 - 1625-07-23

Assunto: Contrato de venda, redução de juro, quitação e obrigação entre os oficiais da cidade e Domingos de Basto de Figueiroa.

Presidente da Câmara: D. Jorge de Mascarenhas. Vereadores: João de Frias Salazar; Gil Eanes da Silveira; André Valente; André de Almeida, desembargadores da Casa da Suplicação.

Procuradores cidade: Pedro Vaz de Vilas Boas (hábito de Cristo); Pedro Borges (hábito de Santiago). Procuradores mesteres: Sebastião Álvares; Francisco Lobo; Martim Gonçalves; Francisco Nunes. Tabelião público notas: Gaspar Pereira.

Dimensões e suporte (mm): 10 f. (284 x 195), papel avergoado

Código de referência: PT/AMLSB/CMLSBAH/CHR/005/0026/0033

 

 

 

 

Caracterização da marca de água

Descrição (sistema avaliação Bernstein): Figura geométrica, 3 elementos (letras P, V); Localização/Orientação: central, vertical; Dimensão (mm): 20 x 63; Distância entre pontusais (mm): 25; Nº vergaturas (em 20mm): 20; Fábrica/Proveniência: Rabinet de Rencogne, Etienne de Prouzac, Remy Boisson, François Chevalier e Jehan Roy.

 

Documento 8

Título: [Contrato de obrigação, quitação e venda de juro]

Data: 1626-03-05 - 1626-07-06

Assunto: Contrato de venda, redução juro, quitação e obrigação entre oficiais da cidade e Gonçalo Rodrigues.

Presidente da Câmara: D. Jorge de Mascarenhas. Vereadores: João de Frias Salazar; Gil Eanes da Silveira; Álvaro Velho; André Valente; André Almeida (desembargadores Casa da Suplicação). Procuradores cidade: Pedro Vaz de Vilas Boas (hábito de Cristo); Pedro Borges (hábito de Santiago). Procuradores mesteres: Luís Álvares; João Gomes; Domingos Pereira; Manuel de Aguiar. Almoxarife: Manuel Fernandes Ferreira. Escrivão receita: Luís de Gouveia.

Tabelião público de notas: Gaspar Pereira

Dimensões e suporte (mm): 15 f. (293 x 198), papel avergoado

Código de referência: PT/AMLSB/CMLSBAH/CHR/005/0026/0035

 

 

 

 

Caracterização da marca de água

Descrição (sistema avaliação Bernstein): Brasão, escudo com letra D no interior; Localização/Orientação: central direita, invertida; Dimensão (mm): 32 x 69; Distância entre pontusais (mm): 24; Nº de vergaturas (20mm): 22; Fábrica/Proveniência: -

 

Documento 9

Título: [Relações das escrituras de juro]

Data: 1626-10-07

Assunto: Relações feitas pelo tabelião público de notas, das escrituras de juro.

Contém assinaturas: Gaspar Pereira e Luís de Gouveia

Dimensões e suporte: 2 f. (276 x 195 mm), papel

Código de referência: PT/AMLSB/CMLSBAH/CHR/005/0026/0037

 

 

 

 

Caraterização da marca de água

Descrição (sistema avaliação Bernstein): Figura geométrica, três elementos; Localização/Orientação: central, vertical; Dimensão: 19 x 55 mm; Distância entre pontusais: 24 mm; Nº de vergaturas (em 20mm): 21; Fábrica/Proveniência: Rabinet de Rencogne, Etienne de Prouzac, Remy Boisson, François Chevalier e Jehan Roy.

Folha rosto

 

 

 

 

 

Caracterização da marca de água

Descrição (sistema avaliação Bernstein): Figuras antropomórficas, mão/luva, com flor/folha/estrela; Localização/Orientação: central, vertical; Dimensão (mm): 26 x 110; Distância entre pontusais (mm): 38; Nº de vergaturas (em 20mm): 20; Fábrica/Proveniência: Espanha, Sul de França, Itália (Sicília).

Quatro documentos apresentam-se na forma de alvarás e dizem respeito a autorizações dadas pelos reis D. Sebastião, D. Filipe II e D. Filipe III, para venda de juros sobre as rendas da cidade de Lisboa. Serviam para pagar as despesas relacionadas com os efeitos da peste, deslocações dos reis a Portugal e para auxiliar os territórios ultramarinos portugueses como as cidades de Ormuz e São Salvador da Baía. Os restantes documentos, embora sejam considerados documentos diplomáticos diferentes dos alvarás, apresentam o mesmo objetivo: os valores de venda de juros sobre as rendas seriam igualmente canalizados para o pagamento de despesas relacionadas com a peste e para o socorro aos territórios ultramarinos portugueses.

Marcas de água

O levantamento e caracterização das marcas de água foram realizados de acordo com os novos procedimentos aconselhados para a recolha de marcas de água, através do registo fotográfico e da representação gráfica. O registo fotográfico, efetuado com o documento exposto a luz transmitida (folha de luz), permitiu registar e localizar a marca de água. Já no registo gráfico digital, foram recolhidas informações, como a orientação da marca de água, a localização no fólio, dimensão, número de vergaturas (linhas horizontais) existentes em 20mm e a distância entre os pontusais (linhas verticais). O registo destes elementos é fundamental para a caracterização e identificação da marca de água, segundo o sistema de classificação de motivos da base de dados: Bernstein – Memory of paper, disponível em: http://www.memoryofpaper.eu/BernsteinPortal/appl_start.disp, e para a atribuição do produtor e/ou zona de produção segundo a recolha histórica de Briquet15.

Verificou-se igualmente que as marcas de água podem ser distribuídas por seis categorias diferentes, conforme a natureza do motivo: fauna (serpente), figuras antropomórficas (mão com coroa ou com estrela), símbolo (cruz latina), brasão (escudo ou escudo com cordeiro), objeto (bandeira) e figura geométrica (três ou quatro elementos circulares)16. O motivo mais frequente é o das figuras geométricas, presentes em três fólios, e faz-se representar por três ou quatro elementos circulares com letras no interior. As restantes marcas de água presentes nos fólios em estudo encontram-se representadas uma única vez.

 

Atribuição das marcas de água a produtores de papel de acordo com recolha histórica de Briquet17

Marca de água cordeiro de Deus ou cordeiro pascal (Briquet nº 56):

A marca de água que aparece no fólio 36 corresponde em desenho e dimensões à recolhida por Briquet no desenho nº 56. O autor refere que este motivo aparece por vezes como uma contramarca e que o Arquivo Municipal de Fabriano recolheu treze variações desta mesma marca de água entre os anos 1542 e 1586, o que demonstra que a marca de água era bastante utilizada nesta região. Refere ainda que as papeleiras de Almafi empregaram esta marca de água em Nápoles, Salerne e Analfi nos séculos XVI e XVII.

Mão com estrela (Briquet nºs10750 e 10761):

Marca de água utilizada entre aos séculos XVI e XVIII que representa as papeleiras genovesas cujos produtos se expandiram em Espanha, França, Sicília e outras regiões de Itália.

Mão com coroa (Briquet nº 11044):

O motivo aparece associado a um nome, em geral muito difícil de ler, que parece ser Pontarie18. Todos os papeleiros com a mão coroada têm a sua proveniência no sudoeste de França. A filigrana é frequentemente colocada junto à margem da folha, traço característico dos produtores desta região. O facto da exportação deste papel fazer-se exclusivamente por mar, sobretudo por Bordéus, poderá explicar a sua presença na Bretanha, na Normandia, Países Baixos, região do Reno, Vestefália, Hamburgo, Brèmen, Lubeque.

Esfera (Briquet nºs 14060, 14066 e 14071):

Marca de água muito utilizada entre os século XVI e XVII, aparentemente comercializada por diversos produtores de papel como Rabinet de Rencogne, Etienne de Prouzac – 1554 – Pont-des-Tables, Remy Boisson, François Chevalier e Jehan Roy (1561).

Cruz Latina (Briquet nº 5690):

Inscrita num círculo ou num escudo e acompanhada por letras ou iniciais dos produtores. A maior parte destas marcas de água são de proveniência genovesa, em que a cruz está delimitada por um escudo e as letras são formadas por um traço simples.

Tendo em conta as possíveis atribuições de marcas de água por produtores ou regiões de produção, pode-se estabelecer um circuito de aquisição de papel entre Portugal e vários países europeus, de acordo com o mapa que se segue.

 

CONCLUSÃO

Todas as marcas de água recolhidas foram comparadas com marcas de água de diferentes bases de dados numa tentativa de encontrar produtores ou proveniências. Nesta comparação, apenas foi possível identificar produtores de duas marcas de água e descobrir a proveniência de quatro. No entanto fica o registo das restantes para comparação futura ou para a possível constituição de um inventário de marcas de água existentes no Arquivo Municipal de Lisboa.

Segundo a identificação das marcas de água, verificou-se que dois dos documentos régios (alvarás) têm como suporte papéis produzidos nas cidades italianas de Génova, Fabriano, Almafi e Salerne. Já os suportes dos documentos municipais (contratos e relações) apresentam marcas de água de papéis produzidos maioritariamente em França, Espanha, Sicília e Países Baixos.

O facto de os papéis provenientes da Casa Real serem de origem italiana corrobora a ideia de as instituições de referência e os centros de decisão política ou económica das grandes cidades da Europa ocidental, onde Lisboa se incluía, adquirirem preferencialmente papel italiano, devido à sua enorme qualidade. Uma vez que existiam rotas comerciais no Mediterrâneo e no Norte da Europa, e que Espanha detinha territórios em Itália, era natural que o papel de qualidade fosse importado desta região. Por outro lado, estando, neste período, a Coroa portuguesa sob domínio espanhol, é provável que a aquisição de papel se efetuasse pela mesma via.

Os suportes dos documentos produzidos no âmbito da administração da cidade, provenientes de outros reinos como a França e os Países-Baixos, eram provavelmente adquiridos através de rotas comerciais pré-estabelecidas, como a Flandres, onde Portugal detinha uma importantíssima feitoria.

Apesar de Portugal se ter afirmado, por esta altura, como um dos principais produtores de papel de qualidade, não foram identificadas neste livro nenhumas marcas de água com características portuguesas. Neste sentido, será importante dar continuidade ao levantamento e caracterização das marcas de água em documentos do Arquivo Municipal numa perspetiva de identificar o maior número possível de desenhos para, no futuro, possibilitar a resposta a questões que ficam em aberto: Quantas marcas de água diferentes existem? São de origem nacional ou estrangeira? Podem ser encontradas novas zonas de produção? Quais as iconografias mais representadas? Que outros circuitos de distribuição podem ser identificados?

 

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

FONTES

MANUSCRITAS

Arquivo Municipal de Lisboa

Livro 1º de juros do tempo dos Filipes.

 

ESTUDOS

ASUNCIÓN, Josep – O papel: técnicas e métodos tradicionais de fabrico. 1ª ed. Lisboa: Estampa, 2002. Edição original espanhola © Parramon Paidotribo.         [ Links ]

BELLOTO, Heloisa Liberalli – Como fazer análise diplomática e análise tipológica de documento de Arquivo. São Paulo: Arquivo do estado/Imprensa Oficial do Estado, 2002.         [ Links ]

BRIQUET, Charles-Moïse – Les filigranes: dictionnaire historique des marques du papier. Paris: W. Kunding Fils, 1907. vol. I-IV.         [ Links ]

ILVESSALO-PFÄFFLI, Marja-Sisko – Fiber Atlas: identification of papermarking fibers. New York: T. E. Timell, 1995.         [ Links ]

MARQUES, Luís Alves – O papel e as marcas de água nas cartas de Luís Joaquim dos Santos Marrocos. In MARROCOS, Luís Joaquim dos Santos – Cartas do Rio de Janeiro (1811-1821) Lisboa: Biblioteca Nacional de Portugal, 2008. p. 41-70.         [ Links ]

SANTOS, Maria José Ferreira dos – Marcas de água e história do papel: a convergência de um estudo. Cultura. Vol. 33 (2014), p. 11-29.         [ Links ]

SANTOS, Maria José Ferreira dos – Marcas de água: séculos XIV-XIX. Tomar: Tecnicelpa, 2015.         [ Links ]

TOJAL, Arménio; VIEGAS, Inês Morais – Marcas de água no Arquivo Municipal de Lisboa. Cadernos do Arquivo Municipal. Lisboa. Nº 2 (1998), p. 42-56.         [ Links ]

TURNER, Silvie – Which paper: a review of fine papers for artists, craftspeople & designers. 1ªed. London: BAS Printers Limited, 1991.         [ Links ]

 

RECURSOS ONLINE

Bernstein-Memory of paper [Em linha]. [Consultado em 25-07-2018]. Disponível na Internet: http://www.memoryofpaper.eu/BernsteinPortal/appl_start.disp        [ Links ]

British Association of Paper Historians [Em linha]. [Consultado em 22-07-2018]. Disponível na Internet: http://baph.org.uk/links.html        [ Links ]

Watermark Database, Dutch University Institute for Art History Florence [Em linha]. [Consultado em 22-06-2018]. Disponível na Internet: http://www.wm-portal.net        [ Links ]

Watermarks in Incunabula printed in the Low Countries[Em linha]. [Consultado em 18-07-2018]. Disponível na Internet: http://watermark.kb.nl        [ Links ]

 

 

ANEXO 1

 

 

Submissão/submission: 29/08/2018

Aceitação/approval: 13/11/2018

 

 

NOTAS

SANTOS, Adriana Batista Ferreira; SOUSA, Maria Beatriz de Castro Nunes Lobato de; NUNES, Maria Helena Lopes dos Reis Oliveira – Levantamento e caracterização de marcas de água no Arquivo Municipal de Lisboa. Cadernos do Arquivo Municipal. 2ª Série Nº 10 (julho-dezembro 2018), p. 111 – 130.

* Artigo realizado no âmbito do estágio do Mestrado de Conservação e Restauro realizado no Arquivo Municipal de Lisboa em parceria com o Instituto Politécnico de Tomar.

1 SANTOS, Maria José Ferreira dos – Marcas de água e história do papel: a convergência de um estudo. Cultura. V. 33 (2014), p. 11-29.

2 ASUNCIÓN, Josep – O papel: técnicas e métodos tradicionais de fabrico. 1ª ed. Lisboa: Estampa, 2002.

3 ILVESSALO-PFÄFFLI, Marja-Sisko – Fiber Atlas: Identification of Papermarking Fibers. New York: T. E. Timell, 1995.

4 TURNER, Silvie – Which paper: a review of fine papers for artists, craftspeople & designers. 1ªed. London: BAS Printers Limited, 1991.

5 BRIQUET, Charles-Moïse – Les filigranes: dictionnaire historique des marques du papier. Paris: W. Kunding & Fils, 1907. vol. I-IV.

6 SANTOS, Maria José Ferreira dos – Marcas de água e história do papel: a convergência de um estudo. Cultura. V. 33 (2014), p. 11-29.

7 SANTOS, Maria José Ferreira dos – Marcas de água e história do papel: a convergência de um estudo. Cultura. V. 33 (2014), p. 11-29.

8 As imagens a) b) e c) foram retiradas de ASUNCIÓN, Josep – O papel: técnicas e métodos tradicionais de fabrico. 1ª ed. Lisboa: Estampa, 2002, gentilmente cedidas por Parramon Paidotribo. A imagem d) retirada de https://papermoulds.typepad.com/photos/m255_bachelor_son_laid_mo/m255a-batchelor-son-whole-mould-with-offset-deckle-divider.html(pormenor). Imagens e) e f) das autoras.

9 TURNER, Silvie – Which paper: a review of fine papers for artists, craftspeople & designers. 1ª ed. London: BAS Printers Limited, 1991.

10 SANTOS, Maria José Ferreira dos – Marcas de água: séculos XIV-XIX. Tomar: Tecnicelpa, 2015.

11 Idem.

12 TOJAL, Arménio; VIEGAS, Inês Morais – Marcas de água no Arquivo Municipal de Lisboa. Cadernos do Arquivo Municipal. Nº 2 (1998), p. 42-56.

13 SANTOS, Maria José Ferreira dos – Marcas de água e história do papel: a convergência de um estudo. Cultura. V. 33 (2014), p. 11-29.

14 BELLOTO, Heloisa Liberalli – Como fazer análise diplomática e análise tipológica de documentos de Arquivo. São Paulo: Arquivo do Estado/Imprensa Oficial do Estado, 2002.

15 BRIQUET, Charles-Moïse – Les filigranes: dictionnaire historique des marques du papier. Paris: W. Kunding & Fils, 1907. vol. I-IV.

16 Idem.

17 Consultar tabela no anexo 1.

18 É possível que a palavra Pontarie corresponda à localidade de Pontarlier, em França.

19 Mapa adaptado de Nomenclatura das Unidades Territoriais correspondentes ao registo das marcas de água [Em linha]. [Consult. 14/08/2018]. Disponível na Internet:& https://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:NUTS_3_regions_EU-27.svg

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