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Revista Portuguesa de Medicina Geral e Familiar

versão impressa ISSN 2182-5173

Rev Port Med Geral Fam vol.36 no.1 Lisboa fev. 2020

https://doi.org/10.32385/rpmgf.v36i1.12569 

REVISÕES

Terá a melatonina uma ação fotoprotetora cutânea? Uma revisão baseada na evidência

Does melatonin have a skin photoprotective action? an evidence-based review

Carolina Boavida Ferreira,1
https://orcid.org/0000-0002-6392-7466

João Boavida Ferreira2

1 Médica de Família. ACeS Lisboa Ocidental e Oeiras.

2 Médico Interno de Oncologia Médica. Instituto Português de Oncologia de Lisboa Francisco Gentil.

Endereço para correspondência | Dirección para correspondencia | Correspondence


 

RESUMO

Objetivos: Rever a evidência existente acerca do uso da melatonina como agente fotoprotetor cutâneo.

Métodos: Pesquisa nas bases de dados National Guideline Clearinghouse, NICE Guidelines Finder, The Cochrane Library e MEDLINE/PubMed, de normas de orientação clínica (NOC), revisões sistemáticas (RS), meta-análises (MA) e ensaios controlados aleatorizados (ECA), publicados entre janeiro de 1998 e janeiro de 2018, usando os termos MeSH skin erythema, skin aging, melatonin e stress. A pesquisa foi limitada a artigos escritos em inglês e português.

Resultados: Foram incluídos sete ECA de uma pesquisa inicial de 93 artigos. Não foram encontradas RS, MA ou NOC sobre o tema. Os artigos selecionados demonstraram eficácia do uso da melatonina na redução de eritema cutâneo pós-exposição e com efeito fotoprotetor, se usados ​​antes da exposição solar ou radiação ultravioleta; se usados posteriormente, o seu efeito foi nulo.

Conclusões: A terapia com melatonina tem, a curto prazo, efeito fotoprotetor. Os estudos incluídos nesta revisão tinham amostras de pequenas dimensões e um curto período de follow-up. São necessários estudos com amostras de maiores dimensões e com maior período de follow-up para testar a eficácia e a segurança da melatonina como terapêutica a longo prazo.

Palavras-chave: Melatonina; Eritema cutâneo; Fotoproteção.


 

ABSTRACT

Objectives: To review whether there is evidence in favour of using melatonin as a skin photoprotective agent.

Methods: Search in the databases National Guideline Clearinghouse, NICE Guidelines Finder, The Cochrane Library and MEDLINE/PubMed, of Portuguese Health Ministry’s Direção-Geral da Saúde clinical guidelines (NOC), systematic reviews (RS), meta-analyses (MA) and randomized controlled trials (ECA), published between January 1998 and January 2018, using the MeSH terms ‘skin erythema’, ‘skin aging’, ‘melatonin’ and ‘stress’. The search was limited to articles written in English and Portuguese.

Results: Seven ECA from an initial survey of 93 articles were included. No RS, MA or NOC were found on the subject. The selected articles demonstrated the efficacy of the use of melatonin in the reduction of post-exposure cutaneous erythema, and with a photoprotective effect, if used before sun exposure or ultraviolet radiation; if used later, its effect was null.

Conclusions: Melatonin therapy has, in the short term, a photoprotective effect. Studies with larger samples and with a longer follow-up period are necessary to test for the effectiveness and safety of melatonin in the long-term.

Keywords: Melatonin; Skin erythema; Photoprotection.


 

Introdução

A melatonina é uma hormona produzida principalmente na glândula pineal (sendo produzida em menor quantidade na pele, trato gastrointestinal, retina, plaquetas, medula óssea, entre outros locais).1-5 A melatonina, ou N-acetil-5-metoxitriptamina, é um metoxiindol sintetizado a partir da serotonina, que deriva do triptofano.6 Embora o triptofano pareça ser a principal fonte de produção de melatonina,7 outros fatores nutricionais, como o folato8 ou a vitamina B6 (em crianças),9-10 podem ter relevância. Além disso, a produção de melatonina parece diminuir progressivamente com a idade e ser nula em idades mais avançadas.11 O sexo e a raça podem ter influência na produção desta hormona pela pele, estando relatada uma maior produção nos afro-americanos.12

A melatonina é responsável por inúmeras funções biológicas, destacando-se a regulação do ritmo circadiano e do ciclo do sono;13-15 possui também propriedades imunomoduladoras e antioxidantes,13,15 modula o eixo hipotálamo-hipófise-suprarrenal e é um antagonista das ações periféricas dos corticosteroides.13,16 Além da ação central na regulação do ritmo circadiano, a melatonina tem sido, nos últimos anos, amplamente estudada pelas suas propriedades antioxidantes. A sua importante ação como antioxidante pode provir desde os primórdios da vida, quando a exposição à radiação ultravioleta (UV) e os altos níveis de oxigénio foram grandes desafios para a sobrevivência.12 Considerando a produção de melatonina pelas mitocôndrias,17-19 pensa-se que um dos principais papéis desta hormona na evolução foi a de eliminação dos radicais livres de oxigénio.20 Assim, é intrigante que, em humanos, a melatonina pineal atue principalmente durante a noite, quando a exposição à radiação UV é mínima. Curiosamente, nos animais noturnos, esta hormona apresenta ações distintas.6

A melatonina é considerada um antioxidante mais potente do que a vitamina E, sendo esta última um antioxidante de referência.21 A melatonina atua nos radicais de oxigénio tóxicos, incluindo o radical hidroxilo; aumenta também as enzimas antioxidantes (superóxido dismutase, glutationa peroxidase, glutationa redutase) e inibe a NO sintase pró-oxidativa.6 Um estudo com recém-nascidos sépticos revelou que a administração de uma dose elevada de melatonina (20mg) levou a uma redução nos níveis de produtos de peroxidação lipídica (POL) sérica e marcadores inflamatórios, bem como a melhores desfechos clínicos.22 A melatonina, juntamente com o seu precursor N-acetilserotonina, também se liga à quinona redutase,23-24 que é conhecida por proteger as células do stress oxidativo.25-26

O efeito da melatonina na pele pode derivar da ação cutânea (direta) ou da ação sistémica. Contudo, as suas ações diretas na pele podem ser mais dependentes da melatonina produzida na pele do que da melatonina sérica.27-28 De facto, a pele enquanto órgão possui toda a maquinaria enzimática e molecular necessária para a produção, processamento e atuação em recetores da melatonina da pele, formando o seu próprio sistema melatoninérgico cutâneo, independente do sistema melatoninérgico pineal.28 Sabe-se, por exemplo, que a radiação UV estimula a produção celular cutânea de melatonina e de dois tipos de metabolitos da melatonina com ainda maior potencial antioxidante, a N1-acetil-N2-formil-5-metoxicinuramina (AFMK) e derivados hidroxilo.29-32 Os efeitos protetores gerados neste caso são recetor-independentes e necessitam de uma fonte in situ de melatonina. Ora, mesmo tendo em conta que a maior parte da melatonina em circulação tem origem na glândula pineal,28 mas que o uptake celular de melatonina é muito limitado (apenas 0,1% da melatonina externa entra nas células),29 é necessária uma produção intracelular suficiente para suprir as necessidades das células, o que aponta para uma importante função intrácrina do sistema melatoninérgico cutâneo.28 Alguns estudos mostraram que a melatonina e os seus precursores e metabolitos podem proteger/reverter os danos causados ​​à pele pela radiação UV.29-46 É de notar, no entanto, que se verificou em ratos pinealectomizados uma redução da espessura da pele, com atrofia da epiderme, derme e folículos pilosos.47 Ainda na pele, a melatonina diminui a permeabilidade vascular cutânea48 e estimula a angiogénese e a cicatrização.49 Assim, parece haver funções distintas, na pele, para os sistemas melatoninérgicos cutâneo e pineal. Dois fatores parecem estar envolvidos nas propriedades antioxidantes e radioprotetoras da melatonina na pele: o fator relacionado ao eritrócito-2 nuclear (Nrf2)40,42 e a sirtuina-1;50-51 estes são importantes na regulação do envelhecimento da pele e do stress oxidativo dos folículos pilosos e cutâneos.52-53 Um estudo de 200828 propôs um eixo melatonina-mitocôndria que orienta o destino das células epidérmicas: entrar em diferenciação terminal e incorporar a barreira epidérmica ou morrer por apoptose, prevenindo a malignização. Esse eixo seria uma função do sistema melatoninérgico cutâneo, pelo qual a mitocêndria poderia ser capaz de ajustar a disponibilidade de espécies reativas de oxigénio durante o processo de regeneração da pele e cicatrização de feridas.54-55 De facto, um outro estudo propõe a melatonina como arma dum sistema bioquímico antigo de proteção da célula em relação a noxas exteriores e interiores, tendo em conta a origem filogenética da melatonina há 2,5 mil milhões de anos e a sua função primordial de defesa da pele, conservada ao longo da evolução.55

In vitro verificou-se um efeito fotoprotetor em culturas de células e de órgãos contra radiação UVB pela melatonina e por metabolitos e compostos da via da melatonina; verificou-se que conseguiram reverter o dano UVB-induzido em queratinócitos e melanócitos e que a proteção da melatonina se estende aos fibroblastos da derme.29-46 Esta evidência tem levado à proposta da melatonina como um agente antienvelhecimento e fotoprotetor da pele.12,56

In vivo parece haver um crescimento recente do interesse na melatonina como medicamento tópico. De facto, vários métodos de aplicação tópica têm sido apresentados, incluindo lipossomas, etossomas, niossomas ou nanoplataformas, entre outros.57 Um estudo experimentou um protetor solar contendo melatonina e óleo de sementes de abóbora em ratos submetidos a irradiação UV durante 28 dias. O protetor solar contendo melatonina e óleo de sementes de abóbora melhorou as lesões induzidas pela radiação UV, permitindo reduzir o pregueamento, espessamento e edema cutâneos, inibindo a diminuição da hidroxiprolina na pele e a lipoperoxidação e ainda inibindo a libertação de citocinas pró-inflamatórias e a sobre-expressão dos genes do NF-kB e da COX-2; no cômputo geral, houve uma inibição da fotodermatite induzida por radiação UV.58 Recentemente, um conglomerado de cinco ensaios clínicos avaliou o efeito antienvelhecimento cutâneo de um creme contendo melatonina, bakuquiol e ascorbiltetraisopalmitato em 103 participantes, reportando uma melhoria estatisticamente significativa (p<0,01) no número de rugas (11%), no aumento da firmeza da pele (8%) e na redução do eritema (70%).59

A melatonina também demonstrou ter uma potente atividade anticancerígena, direta e indiretamente.60-63 Alguns autores propuseram a poluição luminosa com a consequente desregulação do ritmo circadiano da circulação sanguínea da melatonina como um fator de risco para cancro, nomeadamente com a diminuição da produção de melatonina (por prolongamento do tempo de exposição à luz), provocando uma diminuição do efeito oncostático da melatonina.64 Em ratos com tumores precoces induzidos verificou-se que, no grupo pinealectomizado, o crescimento tumoral e o índice mitótico eram maiores.65 Em ratos pinealectomizados e com sarcomas de Yoshida, a administração de melatonina preveniu o crescimento tumoral e ainda aumentou a sobrevida global.65 O efeito do fotoperíodo na tumorigénese mamária, em particular, também é conhecido. A exposição constante à luz em animais mostrou um aumento da incidência de cancro da mama e uma diminuição do tempo de desenvolvimento de tumores mamários.66-67 Em doentes com cancro da mama verificou-se que a amplitude circadiana da melatonina (em comparação com doentes com doença mamária não maligna) estava reduzida em 50%68 e que os níveis urinários matinais de melatonina estão elevados em doentes com cancro da mama.69 Um dos tipos de cancro mais associados ao trabalho noturno por turnos tem sido o cancro da mama, embora outros também estejam associados.70

Testes em melanoma e outros cancros cutâneos também demonstraram o potencial oncostático da melatonina. A melatonina e os seus metabolitos inibem o crescimento de melanomas humanos em cultura.71-76 Também já houve benefício demonstrado da melatonina quando adicionada a quimioterapia ou quimioimunoterapia em doentes com melanoma metastático, em termos de eficácia ou de redução de efeitos adversos,77-78 embora a quimioterapia não seja atualmente primeira linha no tratamento do melanoma metastático. Em outros cancros cutâneos, benzoapireno-induzidos, nomeadamente sarcomas cutâneos,79 carcinomas pavimentocelulares80 e papilomas,81 em ratos, a melatonina parece ter um efeito atenuante no desenvolvimento tumoral.

A luz solar, e mais concretamente a radiação UV, é a causa de múltiplas doenças de pele, muitas delas evitáveis.82-83 Espécies reativas de oxigénio formadas após a exposição à radiação UV desempenham um papel fundamental nesse processo.82-83 Com a exposição aguda pode ocorrer edema, dor e eritema, mas é com a exposição crónica que aumenta substancialmente o risco de fotoenvelhecimento e de neoplasia cutânea. A incidência neoplásica, especialmente o cancro cutâneo não-melanoma, está a aumentar mundialmente.83-84 A prevenção pode ser conseguida através de fotoproteção eficaz da pele.83 Apesar de existirem inúmeros produtos disponíveis no mercado, a incidência crescente destas patologias mostra a necessidade de desenvolvimento de novos produtos, capazes de as prevenir.83 Paralelamente, existem à venda inúmeros produtos cosméticos com ação fotoprotetora, muitos dos quais sem evidência científica comprovadora de eficácia.

Apesar do interesse crescente e do aumento do número de ensaios clínicos sobre a aplicação tópica da melatonina na pele, não se conhece nenhuma revisão sobre os diferentes estudos. Entretanto, a melatonina tem sido já utilizada tanto em contexto de farmácia como de parafarmácia. Em Portugal, a Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde autoriza a indicação da melatonina em comprimidos para a insónia. Nos Estados Unidos da América, a Food and Drug Administration não autoriza nenhuma indicação, reconhecendo a melatonina como um suplemento alimentar.

A escala de classificação de Fitzpatrick, usada por dermatologistas, permite determinar o risco de desenvolver queimaduras solares. A classificação é baseada na aparência da pele e no grau de tolerância à exposição solar e está relacionada com a quantidade de pigmento de melanina na pele. Segundo este sistema existem seis variedades de pele, classificadas de I a VI, sendo os fotótipos mais claros (I a III) os de maior risco.82,85

O objetivo deste estudo consiste em rever a evidência existente acerca do uso da melatonina como agente fotoprotetor cutâneo.

Métodos

Foi realizada uma pesquisa nas bases de dados National Guideline Clearinghouse, NICE Guidelines Finder, The Cochrane Library e MEDLINE/PubMed, de normas de orientação clínica (NOC), revisões sistemáticas (RS), meta-análises (MA) e ensaios controlados aleatorizados (ECA), publicados entre janeiro de 1998 e janeiro de 2018 (20 anos), usando os termos MeSH skin erythema, skin aging, melatonin e stress.

Os critérios de inclusão dos artigos nesta revisão foram definidos segundo o modelo PICO:

População: humanos adultos

• Intervenção: melatonina oral ou tópica

• Comparação: grupo de controlo sem terapêutica com melatonina

• Outcomes: efeitos fotoprotetores cutâneos

Foram excluídos: estudos realizados em animais, estudos realizados em humanos não-adultos e estudos cujo objetivo do tratamento com melatonina não fosse prevenir o eritema ou tratar sinais de fotoenvelhecimento cutâneo. Foram excluídos ainda artigos de opinião, artigos de revisão clássica do tema, resumos de sítios na Internet e artigos discordantes do objetivo da revisão.

A seleção dos artigos para revisão foi feita em duplicado pelos autores e, em caso de discordância, foi discutida pelo par a inclusão/exclusão, com uma taxa de concordância final de 100%. Realizou-se a leitura integral dos artigos selecionados e a avaliação de qualidade e atribuição de nível de evidência dos estudos foi discutida pelos autores.

A escala SORT (Strength of Recommendation Taxonomy), da Academia Americana de Médicos de Família, foi utilizada para avaliação da qualidade e atribuição do nível de evidência de cada estudo.

Resultados

Foram encontrados 93 artigos, dos quais 60 foram excluídos com base no título, 23 no resumo e três após a leitura minuciosa, restando sete ECA (Figura 1).15,82-83,86-89 Não foram encontradas RS, MA ou NOC sobre o tema.

 

 

Dreher e colaboradores (1998)82 realizaram um estudo com 12 adultos saudáveis, fotótipos II e III de Fitzpatrick, com idades entre os 29 e 49 anos, seis homens e seis mulheres. A duração do estudo foi de 48 horas. A região dorso-lombar foi dividida em 10 áreas, cada uma com um creme tópico diferente aplicado: (A1) melatonina a 1%; (A2) melatonina a 2,5%; (B1) vitamina E a 2%; (B2) melatonina a 1% + vitamina E a 2%; (B3) melatonina a 2,5% + vitamina E a 2%; (C1) vitamina C a 5%; (C2) vitamina E a 2% + vitamina C a 5%; (C3) melatonina a 1% + vitamina E a 2% + vitamina C a 5%; (C4) melatonina a 2,5% + vitamina E a 2% + vitamina C a 5%; (K3) placebo. Estas áreas de pele foram então sujeitas a irradiação UV. Foram criados três grupos de controlo: sem creme + irradiação UV; creme placebo + irradiação UV; sem creme + sem irradiação UV. Os outcomes primários foram: redução do eritema com os grupos A2, B2, B3, C2, C3 e C4; a melatonina a 2,5% foi mais eficiente que a melatonina a 1% na prevenção do eritema; os cremes mais eficazes na redução do eritema foram os C3 e C4 (Quadro I).

 


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Dreher e colaboradores (1999)87 realizaram um estudo com seis adultos saudáveis, fotótipos II e III de Fitzpatrick, com idades entre os 22 e 54 anos, sendo três homens e três mulheres. Os participantes foram submetidos a irradiação UV, seguida de aplicação tópica na região lombar (dividida em 12 áreas) de: melatonina a 1%; melatonina a 2,5%; vitamina E; melatonina a 1% + vitamina E; melatonina a 2,5% + vitamina E; vitamina C; vitamina E + vitamina C; melatonina a 1% + vitamina E + vitamina C; melatonina a 2,5% + vitamina E + vitamina C; área sem nada aplicado; creme placebo; creme placebo sem irradiação UV prévia. A duração do estudo foi de 48 horas. Não houve redução do eritema em nenhum dos campos (Quadro I).

Fischer e colaboradores (1999)86 realizaram um estudo com 20 adultos saudáveis, fotótipos II e III de Fitzpatrick, com idades entre os 22 e 33 anos, sendo 15 homens e cinco mulheres. A duração do estudo foi de 24 horas. A região lombar foi dividida em 12 áreas (seis à esquerda e seis à direita), sendo as primeiras seis áreas, à esquerda, com uma aplicação diferente em cada par: melatonina tópica a 0,5% (50 µl); creme placebo; nada aplicado. Os participantes foram posteriormente expostos à radiação UV. Nas áreas lombares à direita, após a irradiação UV, foi aplicada melatonina tópica versus placebo da seguinte maneira: a 0,5% (50 µl) após um minuto; melatonina tópica a 0,5% (50 µl) após 30 minutos; melatonina tópica a 0,5% (50 µl) após 240 minutos. Os outcomes primários foram: à direita, nenhuma diferença no eritema após irradiação UV entre as áreas com melatonina, placebo e nada aplicado; apenas as áreas com aplicação de melatonina pré-UV mostraram redução do eritema (p<0,001) (Quadro I).

Morganti e colaboradores (2002)88 realizaram um estudo com 30 mulheres com sinais de xerodermia e fotoenvelhecimento cutâneo, com idades entre os 48 e 59 anos (os fotótipos de Fitzpatrick são desconhecidos). Os participantes foram divididos em três grupos: 1) ácido lipóico + melatonina (tópicos) e vitamina E + vitamina C + luteína + ácido lipóico (orais); 2) placebo (tópico) e vitamina E + vitamina C + luteína + ácido lipóico (orais); 3) placebo (tópico) e placebo (oral). A duração do estudo foi de oito semanas. O gel foi aplicado na face e nos membros superiores. Foram colhidas amostras de sangue e biópsia da pele às 0, 2, 4, 6 e 8 semanas e medidas as espécies reativas de oxigénio. Os resultados mostraram um aumento na hidratação da pele e no conteúdo lipídico cutâneo em todos os grupos (p<0,005), sendo mais evidente no grupo que recebeu melatonina. Por outro lado, a produção de espécies reativas de oxigénio foi seis vezes superior nos leucócitos irradiados com radiação UV do grupo placebo (p<0,005) e duas vezes menor nos outros dois grupos (p<0,05) em comparação com os níveis basais. Além disso, a POL sérica diminuiu 30-40% no grupo que recebeu melatonina (p<0,005) (Quadro I).

Morganti e colaboradores (2012)89 realizaram um estudo com 70 mulheres saudáveis ​​com sinais de fotoenvelhecimento cutâneo, com idade entre os 22 e 45 anos (não são conhecidos os fotótipos de Fitzpatrick). O estudo durou 12 semanas. Os participantes foram divididos em sete grupos: placebo (oral) e placebo (tópico); placebo (oral) e melatonina/vitamina E/β-glucano (tópicos); melatonina/vitamina E/β-glucano (orais) e placebo (tópico), melatonina/vitamina E/β-glucano (orais) e melatonina/vitamina E/β-glucano (tópicos); placebo (oral) e nanofibrilhas de quitina/melatonina/vitamina E/β-glucano (tópicos); nanofibrilhas de quitina/melatonina/vitamina E/β-glucano (orais) e placebo (tópicos); nanofibrilhas de quitina/melatonina/vitamina E/β-glucano (orais) e nanofibrilhas de quitina/melatonina/vitamina E/β-glucano (tópicos). O creme foi aplicado na face, pescoço ou membro superior direito, duas vezes/dia, 12 semanas. A avaliação do eritema foi feita nas semanas 0, 4, 8 e 12. Tomar melatonina + vitamina E + β-glucano resultou numa melhoria em todos os parâmetros cutâneos avaliados (p<0,05). Os melhores resultados foram obtidos com terapia tópica e oral simultânea (p<0,005) e com a adição de nanofibrilhas de quitina (p<0,05). Por outro lado, a POL cutânea foi menor nos grupos de terapia combinada oral + tópica, mas maior quando as nanofibrilhas de quitina foram adicionadas (p<0,05) (Quadro I).

Scheuer e colaboradores (2016)83 realizaram um estudo com 22 adultos saudáveis, Fitzpatrick fotótipos I, II e III, com idades entre os 24 e 53 anos, sendo sete homens e 15 mulheres. O estudo durou 24 horas. A região dorsal foi dividida em cinco áreas, cada uma com um creme tópico diferente aplicado: melatonina a 0,5%; melatonina a 2,5%; melatonina a 12,5%; placebo; nada aplicado. Os indivíduos foram posteriormente expostos à luz solar durante 40 minutos (o resto do corpo foi previamente protegido do sol) e mantidos afastados da exposição solar durante 24 horas. Os participantes foram divididos em dois grupos, de acordo com a reação natural à exposição à luz solar: eritema acentuado - resposta alta; eritema ligeiro - resposta baixa. Os altos respondedores mostraram uma redução acentuada do eritema com melatonina a 12,5% (p=0,011). A reação máxima do eritema nos altos respondedores ocorreu às oito horas após a exposição ao sol. No total da amostra não foi observada nenhuma mudança na reação do eritema entre os diferentes cremes tópicos (p=0,245) e a reação máxima do eritema também ocorreu às oito horas pós-exposição ao sol (Quadro I).

Sagan e colaboradores (2017)15 realizaram um estudo com 90 mulheres na pós-menopausa, com idade entre os 46 e 67 anos, sendo 44 não fumadoras e 46 ex-fumadoras (os fotótipos de Fitzpatrick são desconhecidos). Os dois grupos (não fumadoras e ex-fumadoras) foram subdivididos em quatro subgrupos: 1) sem tratamento; 2) melatonina (tópica); 3) ácido ascórbico + ácido lipóico + gluconato de zinco (tópicos); 4) melatonina (oral). A POL cutânea e sérica, bem como alterações biofísicas da pele, foram avaliadas às 0, 2 e 4 semanas (duração do estudo: quatro semanas). Os outcomes primários foram: POL sérica na semana 0 foi maior em mulheres pós-menopáusicas ex-fumadoras do que mulheres pós-menopáusicas não fumadoras; não houve mudança na POL sérica no grupo não fumador; a melatonina oral reverteu o processo de POL sérica no grupo de ex-fumadoras; não houve alteração da POL cutânea em nenhum dos dois grupos; a melatonina oral e tópica levou a um aumento do conteúdo lipídico cutâneo nas ex-fumadoras (p<0,05); a melatonina oral levou a um aumento na hidratação da pele no grupo ex-fumador (p<0,05); o tópico com ácido ascórbico + ácido lipóico + gluconato de zinco levou a um aumento na elasticidade da pele no grupo não fumador (p<0,05) (Quadro I).

Conclusões

Os ensaios clínicos selecionados mostram eficácia, a curto prazo, no uso da melatonina como agente fotoprotetor cutâneo, se usado antes da exposição solar ou radiação UV; se usado posteriormente, o seu efeito parece ser nulo. Quanto à posologia parece haver maior eficácia se a melatonina oral ou tópica for usada em maior dose, em comparação com a melatonina tópica de dose mais baixa. Os parâmetros cutâneos avaliados variaram de acordo com o estudo, salientando-se a humidade e conteúdo lipídico cutâneos, a elasticidade, o eritema, o fluxo sanguíneo e POL sérica e cutânea. Em nenhum dos estudos selecionados houve efeitos adversos graves. Todos os estudos apresentaram um curto período de follow-up e amostras de pequenas dimensões. Assim, não foi possível avaliar a eficácia, os benefícios ou os efeitos adversos a longo prazo. Em relação ao grau de recomendação, dado que os estudos variaram entre orientados para a doença e orientados para o doente, os níveis de evidência atribuídos (escala SORT) variaram entre 2 e 3 (Quadro I). Dada a grande heterogeneidade dos estudos não foi dada uma força de recomendação para o uso da melatonina como agente fotoprotetor. Os estudos de Sagan (2017),15 Morganti (2002)88 e Morganti,89 e seus colaboradores, parecem apontar para um benefício da melatonina contra o fotoenvelhecimento, nomeadamente em parâmetros de recuperação e de reparação da pele, embora também apresentem heterogeneidade, curto tempo de follow-up e a adição de outras substâncias à mistura da melatonina, o que pode confundir a análise. Assim, o potencial fotorreparador cutâneo da melatonina é promissor, mas são necessários mais estudos para se perceber objetivamente o efeito da melatonina na pele com lesões crónicas induzidas pela radiação solar. São igualmente necessários mais estudos, com maiores amostras e com maior período de follow-up para se avaliar a eficácia e segurança da melatonina a longo prazo como agente terapêutico fotoprotetor cutâneo.

 

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Endereço para correspondência | Dirección para correspondencia | Correspondence

Carolina Boavida Ferreira

E-mail: carolinagbf@gmail.com

 

Conflito de interesses

Os autores declaram não ter quaisquer conflitos de interesse.

Financiamento do estudo

Os autores declaram não ter recebido quaisquer subsídios para a realização do trabalho.

 

Recebido em 26-01-2019

Aceite para publicação em 30-07-2019

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