SciELO - Scientific Electronic Library Online

 
vol.15 issue2The importance of postpartum placental examination author indexsubject indexarticles search
Home Pagealphabetic serial listing  

Services on Demand

Journal

Article

Indicators

Related links

  • Have no similar articlesSimilars in SciELO

Share


Acta Obstétrica e Ginecológica Portuguesa

Print version ISSN 1646-5830

Acta Obstet Ginecol Port vol.15 no.2 Algés June 2021  Epub June 30, 2021

 

Normas de Orientação Clínica/Guidelines

Rastreio de colo curto

Screening of short cervix

Ana Luísa Areia1  7 

Anabela Rocha2  8 

Elsa Nunes3 

Elsa Pereira4 

Maria de Carvalho Afonso5 

Maria José Monteiro6 

1. Vice-Presidente da SPOMMF; Assistente Hospitalar Graduada de Ginecologia e Obstetrícia do Centro Hospitalar Universitário de Coimbra (Obstetrícia A), Portugal

2. Assistente Hospitalar de Ginecologia Obstetrícia Centro Hospitalar Universitário São João; Portugal

3. Assistente Hospitalar de Ginecologia e Obstetrícia do Centro Hospitalar Universitário de Coimbra (Obstetrícia B). Portugal.

4. Assistente Hospitalar Graduada de Ginecologia e Obstetrícia do Hospital da Senhora da Oliveira - Guimarães. Portugal.

5. Assistente Hospitalar de Ginecologia e Obstetrícia, Departamento de Obstetrícia, Ginecologia e Medicina da Reprodução, CHLN/ Hospital Sta. Maria, Lisboa. Portugal.

6. Assistente Hospitalar de Ginecologia e Obstetrícia, Hospital de Braga. Portugal.

7Professora auxiliar convidada da Faculdade de Medicina Universidade de Coimbra. Portugal.

8Assistente da Faculdade de Medicina Universidade do Porto. Portugal.


Introdução

O parto pré-termo (PPT) é causa importante de morbilidade e mortalidade perinatal. Estima-se que entre 5 a 18% dos partos a nível mundial ocorrem antes das 37 semanas; em Portugal, no ano de 2019, 7,3% dos partos foram pré-termo. (1

O encurtamento cervical parece ser uma etapa importante no processo que desencadeia o PPT, podendo preceder o parto em várias semanas. Encontra-se bem estabelecido na literatura que a diminuição do comprimento cervical (CC) é um fator preditivo de PPT, cujo risco é inversamente proporcional ao CC, independentemente da história reprodutiva prévia da mulher2. Assim, a correta avaliação do colo uterino poderá identificar mulheres em risco de PPT e, em algumas circunstâncias, levar a intervenções que possam reduzir a sua incidência3.

Na população obstétrica geral, o CC tem uma distribuição normal e mantem-se constante até ao 3º trimestre. Diversos valores limite têm sido apontados como critério para a definição de colo curto, variando na literatura entre os 15 e os 30mm, dependendo da população estudada e da idade gestacional. O percentil 10 do CC na população grávida está estabelecido em 25 mm4, sendo este também o valor consensual aceite pela maioria das sociedades internacionais, entre as 18-24 semanas5. Apesar de tudo, a maioria das mulheres com colo curto entre as 18-24 semanas acaba por ter um parto a termo. A partir das 30 semanas, o CC não se relaciona com risco de PPT6.

Sendo assim, a definição de colo curto de acordo com a idade gestacional e a história clínica das pacientes torna-se essencial para conseguir efetuar uma correta avaliação do risco e utilizar as estratégias terapêuticas mais indicadas a cada caso.

Quem e quando rastrear

1 - Antecedentes de PPT: grávidas com história de trabalho de parto pré-termo ou rotura prematura de membranas pré-termo; grávidas com história sugestiva de insuficiência cervical - aborto tardio ou PPT assintomático antes das 28 semanas com protusão de membranas.

A existência de PPT anterior aumenta o risco entre 4 a 7 vezes de PPT na gestação subsequente, mesmo que o PPT anterior tenha sido no contexto de uma gestação gemelar7.

2 - Mulheres com fatores de risco de PPT: gestação gemelar; cirurgia cervical prévia (conização, traquelectomia); malformações uterinas; leiomiomas uterinos: único(ou múltiplos) com mais de 5 cm8.

Nas gestações múltiplas, dado que estão associadas a risco aumentado de prematuridade, a avaliação sistemática do CC parece ter impacto na previsão do risco do PPT. Esse risco parece ser dependente da idade gestacional em que ocorre o rastreio9. Apesar da avaliação do CC antes das 18 semanas permitir uma melhor predição de PPT ≤ 28 semanas (P < 0.001), a avaliação do colo depois das 18 semanas apresenta melhores resultados para a predição de PPT entre as 28-32 semanas.

Mulheres submetidas a cirurgia excisional do colo do útero, têm um risco aumentado de PPT (cerca de duas vezes superior) (10, pelo que devem efetuar a medição do CC pelas 18-24 semanas (não há evidência na literatura que suporte a avaliação do CC antes ou avaliações seriadas).

A presença de malformações uterinas está associada a um risco de PPT que varia de acordo com o tipo de malformação (podendo variar entre 12-33% no útero septado, 21% para os casos de útero bicórneo ou 28% no útero didelfos); contudo as taxas de PPT são muito variáveis na literatura. Dado o elevado risco de PPT este grupo deve ser submetido a avaliação do CC entre as 18-24 semanas11), (12.

A presença de leiomiomas, principalmente com dimensões superiores a 5 cm e múltiplos, está associada a um risco aumentado de PPT (16,7% PPT; 14,3% RPM PT; 14,3% colo curto < 32sem). Apesar desta associação não ser consistente ao longo da literatura, a mais recente apoia esta associação, por isso pode ser considerada a avaliação do CC entre as 18-24 semanas13), (14.

3 - Em mulheres sem fatores de risco conhecido para PPT e com gestação unifetal, alguns autores recomendam a implementação de rastreio universal do colo curto através da medição do CC e consequente tratamento com progesterona vaginal, dado que constitui um modelo custo-efetivo na prevenção do PPT15), (16. São várias as organizações e sociedades internacionais que consideram o procedimento fácil, de baixo custo e eficaz na diminuição da taxa de PPT17), (18), (19, contudo não é uma abordagem consensual20. Apesar de ser necessário rastrear um elevado número de mulheres para prevenir 1 PPT (≈913) (5, o rastreio universal do colo curto poderá ser utilizado no nosso país, se e quando o serviço tiver capacidade para o fazer, de acordo com as sugestões desta norma.

Assim, a medição do colo por ecografia transvaginal deve ser idealmente realizada em todas a grávidas com15), (16:

  • Antecedentes de PPT- às 16 semanas, seguida de avaliações seriadas a cada 2 semanas e, se não houver encurtamento do colo, até às 24+6 semanas.

  • Gravidez multifetal - às 18 e novamente às 22 semanas.

  • Presença de fatores de risco - uma avaliação entre as 18 e as 24 semanas.

Em idades gestacionais abaixo das 16 semanas, pelo subdesenvolvimento do segmento inferior uterino, torna-se difícil a distinção entre este e o canal endocervical, diminuindo a reprodutibilidade da avaliação21. A medição por rotina, em mulheres assintomáticas, após as 24 +6 semanas não se encontra recomendada, pois os estudos de intervenção colocam essa idade gestacional como limite para avaliação e implementação de medidas terapêuticas21), (22.

FIGURA 1 Medição correta do comprimento cervical. 

FIGURA 2 Exemplo de funnelling. 

Avaliação do colo

De acordo com os critérios da Fetal Medicine Foundation 23, a avaliação ecográfica do colo deve ser realizada com sonda transvaginal. A grávida deve ser colocada em posição de litotomia, após ter esvaziado a bexiga. A sonda deve ser introduzida na vagina até ao fundo de saco anterior, permitindo a visualização completa do canal endocervical. A pressão exercida com a sonda deve ser mínima por forma a não alongar o colo. Deve obter-se um plano sagital e o colo do útero deve ocupar cerca de 50-75% da imagem. Os “calipers” devem ser colocados em cada extremidade, ao nível do orifício interno e do orifício externo do colo uterino, obtendo assim a medição do comprimento do colo uterino em linha reta24. Quando o canal endocervical é curvo, a medição em linha reta subestima o seu comprimento real. No entanto, esta situação acontece quando o colo é longo, pelo que não tem significado clínico23. Em regra, quando o colo é curto, o canal endocervical encontra-se retificado. Várias medições devem ser obtidas (pelo menos três) e a menor deve ser utilizada24.

Durante a avaliação ecográfica pode constatar-se um afunilamento do colo (“funneling”), que se define como a protrusão das membranas amnióticas para o interior do canal cervical; nestes casos deve ser apenas medida a porção competente do colo. Em regra, o afunilamento coincide com o encurtamento do colo, mas não foi comprovado ser um fator de risco independente para parto pré-termo (18). A presença de agregados de partículas ecogénicas no líquido amniótico (sedimento amniótico ou “sludge”), no contexto de afunilamento, parece estar associada a invasão microbiana da cavidade amniótica, sendo um fator de risco independente para PPT25), (26.

Quadro final com o resumo das orientações: Rastreio do colo curto 

Atuação

Perante o diagnóstico de colo curto é necessário excluir sintomatologia de ameaça ou trabalho de parto pré-termo. Recomenda-se também a exclusão de infeção ginecológica e urinária. É fundamental a observação ginecológica a fim de aferir a existência ou não de dilatação cervical.

Com o objetivo de diminuir o risco de PPT, diversas intervenções têm sido avaliadas -suplementação com progesterona, ciclorrafia e pessário cervical.

O tratamento escolhido depende dos antecedentes obstétricos e deve ter em conta a preferência da grávida27. A todas as grávidas com o diagnóstico de colo curto recomenda-se a redução da atividade física e abstinência sexual, apesar de não haver evidência robusta que suporte estas medidas gerais28. O repouso absoluto no leito não se encontra preconizado devido ao elevado risco tromboembólico5.

Não há consenso internacional sobre quais as estratégias terapêuticas a utilizar em cada caso e quais as idades gestacionais limite a serem utilizadas. Desta forma, o esquema que a seguir se apresenta resume não só as recomendações das várias sociedades científicas, mas também a realidade nacional.

Por último, dada a especificidade de determinados procedimentos, deverá ser equacionada a possibilidade de orientação destas pacientes para centros de referência nesta área.

A. Gravidez feto único

1 - Colo curto em grávidas sem parto pré-termo anterior

Progesterona micronizada intra-vaginal 200 mg/dia, desde o diagnóstico até às 37+0 semanas (reduz o risco de PPT antes das 33 semanas em 35%)4), (29), (30.

Deve manter-se vigilância em ambulatório com ecografia a cada 2 semanas até às 24+6 semanas.

Em grávidas com CC < 10mm poderá ser considerada a ciclorrafia até às 24+6 semanas (reduz o risco de PPT antes das 35 semanas em 32%)22), (30), (31. Após a ciclorrafia deverá ser mantida/associada a progesterona micronizada intra-vaginal 200 mg/dia até às 37+0 semanas.

2 - Colo curto em grávidas com parto pré-termo anterior

Progesterona micronizada intra-vaginal 200 mg/dia, após a ecografia das 11-13 semanas até às 37+0 semanas (reduz o risco de PPT antes das 33 semanas em 41%)30), (32.

Deve manter-se vigilância em ambulatório com ecografia a cada 2 semanas a partir das 16 semanas até às 24+6 semanas. Se ocorrer um encurtamento progressivo do colo em avaliações subsequentes, equacionar a realização de ciclorrafia até às 24+6 semanas.

Após a ciclorrafia deverá ser mantida a progesterona micronizada intra-vaginal 200 mg/dia até às 37+0 semanas22), (29.

3 - Mulheres com dilatação cervical ao exame objetivo

Ciclorrafia até às 24+6 semanas (reduz o risco de PPT antes das 34 semanas em 45%).

Após a ciclorrafia deverá ser associada a progesterona micronizada intra-vaginal 200 mg/dia até às 37+0 semanas22), (29.

Se houver protusão das membranas ou presença de sludge, deve-se excluir infeção intra-amniótica através de amniocentese e realizar apenas ciclorrafia nos casos sem evidência de processo infecioso.

• Nas mulheres em que foi realizada ciclorrafia está desaconselhada a realização seriada de ecografias e a sua remoção deve ser realizada às 37+0 semanas.

• Pessário

A eficácia do uso de pessário em vez de progesterona em mulheres com colo curto não é suportada por meta-analises recentes, apesar de alguns estudos individuais reportarem uma redução de partos pré-termo abaixo das 34 semanas33.

Gravidez múltipla

1 - Gravidez Gemelar

• Progesterona micronizada intra-vaginal 200 mg/dia até às 37+0 semanas ou até à programação do parto

Alguns estudos demonstraram benefício na utilização de 400 mg /dia nas gestações gemelares, mas não sendo consensual esta dosagem.

A progesterona vaginal diminui o PPT na gravidez gemelar com colo curto e a sua utilização está recomendada (reduz o risco de PPT antes das 33 semanas em 31%)18), (29.

• Ciclorrafia

Não existe evidência científica a recomendar o uso da ciclorrafia na gravidez gemelar com colo curto34. Apenas uma meta-análise de 2019 descreveu que a ciclorrafia prolongou a gravidez e reduziu o PPT na gravidez gemelar com colo ≤ 15 mm35.

Em casos individualizados, pode ser considerada a ciclorrafia até às 24+6 semanas, quando o colo apresentar > 1 cm de dilatação34), (36.

• Pessário

O uso do pessário na gravidez gemelar com colo curto não é aconselhado pelas várias sociedades internacionais. São necessários mais estudos prospetivos para avaliar a redução do parto prematuro com a sua utilização37.

(Apenas um estudo multicêntrico descreveu uma redução de parto pré-termo antes das 34 semanas, mas sem redução da morbilidade neonatal38).

2 . Gravidez Tripla

Não está recomendada a progesterona vaginal, a ciclorrafia ou o uso do pessário na redução do parto prematuro nas grávidas com colo curto e gravidez tripla.

Bibliografia

1. Estatística, I.N.d. Estatísticas da Saúde - 2019. (2019). [ Links ]

2. Iams, J.D., et al. The length of the cervix and the risk of spontaneous premature delivery. National Institute of Child Health and Human Development Maternal Fetal Medicine Unit Network. N Engl J Med 334, 567-572 (1996). [ Links ]

3. Mella, M.T. & Berghella, V. Prediction of preterm birth: cervical sonography. Semin Perinatol 33, 317-324 (2009). [ Links ]

4. Committee on Practice Bulletins-Obstetrics, T.A.C.o.O. & Gynecologists. Practice bulletin no. 130: prediction and prevention of preterm birth. Obstet Gynecol 120, 964-973 (2012). [ Links ]

5. Berghella, V. Short cervix before 24 weeks: Screening and management in singleton pregnancies. UpToDate (2020). [ Links ]

6. Lim, K.I., Butt, K., Nevo, O. & Crane, J.M. Guideline No. 401: Sonographic Cervical Length in Singleton Pregnancies: Techniques and Clinical Applications. J Obstet Gynaecol Can 42, 1394-1413 e1391 (2020). [ Links ]

7. Ferrero, D.M., et al. Cross-Country Individual Participant Analysis of 4.1 Million Singleton Births in 5 Countries with Very High Human Development Index Confirms Known Associations but Provides No Biologic Explanation for 2/3 of All Preterm Births. PLoS One 11, e0162506 (2016). [ Links ]

8. Heinonen, P.K. Complete septate uterus with longitudinal vaginal septum. Fertil Steril 85, 700-705 (2006). [ Links ]

9. Kindinger, L.M., et al. The effect of gestational age and cervical length measurements in the prediction of spontaneous preterm birth in twin pregnancies: an individual patient level meta-analysis. BJOG 123, 877-884 (2016). [ Links ]

10. Kyrgiou, M., et al. Obstetric outcomes after conservative treatment for cervical intraepithelial lesions and early invasive disease. Cochrane Database Syst Rev 11, Cd012847 (2017). [ Links ]

11. Grimbizis, G.F., Camus, M., Tarlatzis, B.C., Bontis, J.N. & Devroey, P. Clinical implications of uterine malformations and hysteroscopic treatment results. Hum Reprod Update 7, 161-174 (2001). [ Links ]

12. Raga, F., et al. Reproductive impact of congenital Mullerian anomalies. Hum Reprod 12, 2277-2281 (1997). [ Links ]

13. Shavell, V.I., et al. Adverse obstetric outcomes associated with sonographically identified large uterine fibroids. Fertil Steril 97, 107-110 (2012). [ Links ]

14. Lam, S.J., Best, S. & Kumar, S. The impact of fibroid characteristics on pregnancy outcome. Am J Obstet Gynecol 211, 395 e391-395 (2014). [ Links ]

15. Norman, J.E. Progesterone and preterm birth. Int J Gynaecol Obstet 150, 24-30 (2020). [ Links ]

16. Figo Working Group On Best Practice In Maternal-Fetal, M., International Federation of, G. & Obstetrics. Best practice in maternal-fetal medicine. Int J Gynaecol Obstet 128, 80-82 (2015). [ Links ]

17. Romero, R. Spontaneous preterm labor can be predicted and prevented. Ultrasound Obstet Gynecol 57, 19-21 (2021). [ Links ]

18. Romero, R., et al. Vaginal progesterone decreases preterm birth and neonatal morbidity and mortality in women with a twin gestation and a short cervix: an updated meta-analysis of individual patient data. Ultrasound Obstet Gynecol 49, 303-314 (2017). [ Links ]

19. Friedman, A.M., et al. Can transabdominal ultrasound identify women at high risk for short cervical length? Acta Obstet Gynecol Scand 92, 637-641 (2013). [ Links ]

20. Breslin, N. & Gyamfi-Bannerman, C. Current Preterm Birth Prevention Strategies. Clin Perinatol 47, 705-717 (2020). [ Links ]

21. Society for Maternal-Fetal Medicine . McIntosh, J., Feltovich, H., Berghella, V. & Manuck, T. The role of routine cervical length screening in selected high- and low-risk women for preterm birth prevention. Am J Obstet Gynecol 215, B2-7 (2016). [ Links ]

22. Goodfellow, L., Care, A. & Alfirevic, Z. Controversies in the prevention of spontaneous preterm birth in asymptomatic women: an evidence summary and expert opinion. BJOG (2020). [ Links ]

23. To, M.S., Skentou, C., Chan, C., Zagaliki, A. & Nicolaides, K.H. Cervical assessment at the routine 23-week scan: standardizing techniques. Ultrasound Obstet Gynecol 17, 217-219 (2001). [ Links ]

24. Kagan, K.O. & Sonek, J. How to measure cervical length. Ultrasound Obstet Gynecol 45, 358-362 (2015). [ Links ]

25. Kusanovic, J.P., et al. Clinical significance of the presence of amniotic fluid ‘sludge’ in asymptomatic patients at high risk for spontaneous preterm delivery. Ultrasound Obstet Gynecol 30, 706-714 (2007). [ Links ]

26. Espinoza, J., et al. The prevalence and clinical significance of amniotic fluid ‘sludge’ in patients with preterm labor and intact membranes. Ultrasound Obstet Gynecol 25, 346-352 (2005). [ Links ]

27. NICE, N.I.o.H.a.C.E. Preterm labour and birth (NICE guideline 25). 2019. [ Links ]

28. Matei, A., Saccone, G., Vogel, J.P. & Armson, A.B. Primary and secondary prevention of preterm birth: a review of systematic reviews and ongoing randomized controlled trials. Eur J Obstet Gynecol Reprod Biol 236, 224-239 (2019). [ Links ]

29. Jain, V., McDonald, S.D., Mundle, W.R. & Farine, D. Directive clinique n(o) 398: La progesterone en prevention de l’accouchement premature spontane. J Obstet Gynaecol Can 42, 813-819 (2020). [ Links ]

30. Romero, R., et al. Vaginal progesterone for preventing preterm birth and adverse perinatal outcomes in singleton gestations with a short cervix: a meta-analysis of individual patient data. Am J Obstet Gynecol 218, 161-180 (2018). [ Links ]

31. Berghella, V., et al. Cerclage for sonographic short cervix in singleton gestations without prior spontaneous preterm birth: systematic review and meta-analysis of randomized controlled trials using individual patient-level data. Ultrasound Obstet Gynecol 50, 569-577 (2017). [ Links ]

32. Conde-Agudelo, A., et al. Vaginal progesterone is as effective as cervical cerclage to prevent preterm birth in women with a singleton gestation, previous spontaneous preterm birth, and a short cervix: updated indirect comparison meta-analysis. Am J Obstet Gynecol 219, 10-25 (2018). [ Links ]

33. Berghella, U.-V. Short cervix before 24 weeks: Screening andmanagement in singleton pregnancies. (2020). [ Links ]

34. Brown, R., Gagnon, R. & Delisle, M.F. No. 373-Cervical Insufficiency and Cervical Cerclage. J Obstet Gynaecol Can 41, 233-247 (2019). [ Links ]

35. Li, C., Shen, J. & Hua, K. Cerclage for women with twin pregnancies: a systematic review and metaanalysis. Am J Obstet Gynecol 220, 543-557 e541 (2019). [ Links ]

36. Roman, A., et al. Physical examination-indicated cerclage in twin pregnancy: a randomized controlled trial. Am J Obstet Gynecol 223, 902 e901-902 e911 (2020). [ Links ]

37. Society for Maternal-Fetal Medicine Publications, C. The role of cervical pessary placement to prevent preterm birth in clinical practice. Am J Obstet Gynecol 216, B8-B10 (2017). [ Links ]

38. Goya, M., et al. Cervical pessary to prevent preterm birth in women with twin gestation and sonographic short cervix: a multicenter randomized controlled trial (PECEP-Twins). Am J Obstet Gynecol 214, 145-152 (2016). [ Links ]

Creative Commons License Este é um artigo publicado em acesso aberto sob uma licença Creative Commons