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versão impressa ISSN 1646-107X

Motri. vol.14 no.1 Ribeira de Pena maio 2018

 

ARTIGO ORIGINAL   |   ORIGINAL ARTICLE

 

Correlação da segurança alimentar com o estado nutricional de crianças escolares

 

Correlation of food safety with the nutritional state of scholar children

 

 

Dryellen da Rocha Alexandre1; Vanessa Duarte de Morais1; Ana Angélica Queiroz Assunção Santos1; Iramaia Bruno Silva Lustosa1; Francisco Regis da Silva2; Débora Sâmara Guimarães Dantas2

Correspondência para

1Centro Universitário Estácio do Ceará
2Universidade Estadual do Ceará

 

 


RESUMO

O objetivo deste estudo foi avaliar a correlação da segurança alimentar com o estado nutricional de crianças em duas escolas de Fortaleza - CE. O estudo foi do tipo transversal realizado em abril de 2017. A amostra foi composta por escolares do 1º ao 5º ano de uma escola particular e uma pública de Fortaleza/CE, com idades entre 6 a 10 anos. Foi realizada avaliação antropométrica e utilizados questionários baseados na Escala Brasileira de Segurança Alimentar (EBIA) e do Consumo Alimentar. A prevalência de segurança alimentar foi de 92% na escola particular e 49% na escola pública. A avaliação do consumo alimentar resultou em uma maior ingestão de feijão, bebidas adoçadas e macarrão instantâneo pelos alunos da escola pública. Além disso, verificou-se que o consumo de frutas e biscoitos recheados foi maior na escola particular. Conclui-se que a prevalência de segurança alimentar assim como o acesso a alimentos é bastante influenciada pelas condições socioeconômicas. Esses fatores devem ser considerados na elaboração de ações promotoras de saúde, visando uma alimentação mais saudável e acessível a todos.

Palavras-chave: segurança alimentar, crianças, consumo alimentar.


ABSTRACT

Food security represents a guarantee of access to quality food on a regular and permanent basis and does not compromise access to other essential needs. The objective of this study was to evaluate the correction of food safety with the nutritional status of children in two schools in Fortaleza-CE. The study was prepared in April 2017. The sample was composed of students from the 1st to 5th year of a private school and a public school in Fortaleza / CE, aged between 6 and 10 years. An anthropometric evaluation and questionnaires were used based on the Brazilian Food Safety Scale (EBIA) and Food Consumption. The prevalence of food security was 92% in the private school and 49% in the public school. An assessment of food consumption resulted in increased intake of beans, sweetened beverages and instant noodles by public school students. In addition, it was found that the consumption of fruit and filled biscuits was higher in the private school. It is concluded that the prevalence of food security as access to food is strongly influenced by socioeconomic conditions. The conditions of the process should be considered in the elaboration of actions promoting health, aiming at a healthier diet and accessible to all.

Keywords: food safety, children, food consumption.


 

 

INTRODUÇÃO

A incidência de obesidade na infância e adolescência é um relevante problema de saúde pública (Pego-Fernandes, Bibas, & Deboni, 2011). Os desvios nutricionais, como o excesso de peso tem se manifestado em crianças a partir de cinco anos, em idade escolar, em todas as classes sociais. Isso é preocupante, pois estudos mostram que crianças com excesso de peso têm mais chance de se tornarem adultos obesos e maior a chance do aparecimento de comorbidades (Cadamuro, Oliveira, Bennermann, Silva, & Gonçalves, 2016).

A Segurança Alimentar e Nutricional (SAN) significa o direito da população a ter acesso regular e permanente a alimentos de qualidade, em quantidade suficiente e que não comprometa o acesso a outras necessidades essenciais, como saúde e educação, tendo como princípio práticas alimentares que são promotoras de saúde e que respeitem as particularidades culturais de cada região (Brasil, 2006). A Insegurança Alimentar (IA) acontece quando esse acesso é prejudicado, na convivência com a fome ou com a ingestão de alimentos de baixa qualidade nutricional, contemplando tanto a desnutrição quanto o excesso de peso, pois ambas são consequências da alimentação inadequada, além de serem apontadas como fatores de risco para a prevalência de obesidade em crianças (Morais, Dutra, Franceschini, & Priori, 2014; Vicenzi, Henn, Weber, Backes, Paniz, Donatti & Olinto, 2015;).

Em uma pesquisa realizada por Rocha, Lima, & Almeida (2014) utilizando a Escala Brasileira de Insegurança Alimentar (EBIA) com 370 famílias, foi encontrado tanto na área rural quanto na área urbana de um município do Ceará, alta prevalência de Insegurança Alimentar (58,1%), destes, 33,2 em IA leve, 17,8% em IA moderada e 7% em IA grave. Foi verificado um maior índice de Segurança Alimentar (SA) na área urbana (46,4%), em comparação com 28,3% de SA detectado na área rural, indicando que morar na zona rural aumenta duas vezes a chance de ter IA.

De acordo com estudo realizado por Silva, Oliveira, Alves, Neves, Modesto & Vianna (2012) envolvendo 177 famílias, que responderam um questionário sobre o consumo alimentar das crianças e também a escala de segurança alimentar. Após coleta de dados e avaliação através da EBIA, 135 (76,27%) famílias apresentavam IA leve, moderada ou grave, e apenas 42 (23,73%) estavam em situação de SA. Houve um maior consumo de carne, leite, derivados do leite, frutas, verduras/legumes, doces e refrigerantes nas famílias que apresentaram SA, diminuindo à medida que aumenta o nível de insegurança.

As crianças são mais susceptíveis às mudanças no padrão da alimentação, pois esta é bastante influenciada pelo ambiente escolar (Souza, Silveira, Pinto, Sodré, & Ghelman, 2013). As cantinas escolares como têm uma finalidade comercial, oferecem em sua grande maioria alimentos industrializados, pouco saudáveis, guloseimas e produtos com alto teor de gordura em sua composição (Mariano, Lisbos, Coutinho, & Menezes, 2014). A maior prevalência de excesso de peso ocorre nas escolas particulares, isso pode ser explicado pelo nível socioeconômico, pois as crianças têm mais acesso a alimentos de alto valor calórico (Pedersoli, Oliveira, Venturi, & Santos, 2015).

Dessa forma, a escola se torna um ambiente importante e adequado para a avaliação da segurança do estado alimentar e nutricional das crianças, sendo o ambiente escolar um dos principais locais de formação dos hábitos alimentares. Diante do exposto, objetivou-se com o presente trabalho correlacionar a segurança alimentar com o estado nutricional de crianças em duas escolas de diferentes aspectos socioeconômicos em Fortaleza-CE.

 

MÉTODO

Foi realizado um estudo transversal com abordagem quantitativa com crianças do Ensino Fundamental I em uma escola particular e também em uma escola pública, ambas de Fortaleza - CE, no período do primeiro semestre de 2017. Foram incluídas no estudo todas as crianças matriculadas no 1º ao 5º ano do Ensino Fundamental I, totalizando 98 crianças da escola privada e 112 da escola pública, o que corresponde a 210 crianças na faixa de idade entre 6 e 10 anos, de ambos os sexos.

O critério de inclusão adotado foi a autorização do responsável por meio da assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecidos (TCLE), assinatura do aluno por meio do Termo de Assentimento Livre e Esclarecido (TALE) e preenchimento dos formulários da EBIA e do Consumo Alimentar. Foram excluídas as crianças que não estiveram em condições de realizar a avaliação antropométrica, por motivo de falta ou doença. Foi garantido o anonimato de todos os participantes envolvidos na pesquisa.

Os escolares foram submetidos a uma avaliação antropométrica, na qual foram avaliados os parâmetros: P/I – peso para idade; IMC/I – IMC para idade; e E/I – estatura para idade. E também foram submetidos ao questionário EBIA, composto de 14 questões com respostas do tipo “sim ou não”, no qual foram avaliados o índice de segurança alimentar, e também a um questionário de consumo alimentas, composto de 9 questões com respostas “sim ou não”. Os dados antropométricos foram classificados de acordo com os valores de referência para o estado nutricional de crianças de 5 a 10 anos, segundo valores de referência da Organização Mundial de Saúde - OMS (Oms, 2006).

Os dados referentes a escala EBIA (IBGE, 2016) foram classificados de acordo com a pontuação em segurança ou insegurança alimentar.

  • Segurança alimentar (SA), se apresenta como pontuação total das respostas dadas 0 pontos;
  • Insegurança leve (IA leve), se apresentarem como pontuação total das respostas dadas 1 a 5 pontos;
  • Insegurança moderada (IA moderada), se apresentarem como pontuação total das respostas dadas 6 a 9 pontos;
  • Insegurança grave (IA grave), se apresentarem como pontuação total das respostas dadas 10 a 14 pontos.

Esta pesquisa cumpriu as normas da Resolução 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde – CNS (2016) e foi submetida na Plataforma Brasil (CAAE:  66526417.2.0000.5038) e aprovada pelo Comitê de Ética e Pesquisa. A coleta de dados se deu por meio da permissão dos diretores das escolas por meio do Termo de Anuência.

Foi realizada análise estatística utilizando-se o banco de dados coletados da segurança alimentar das duas escolas, por meio do Software R (3.3.2). Foram feitas adaptações para que o melhor teste fosse utilizado com base no objetivo proposto, chegando a duas situações (escola particular e pública) cada uma com elementos variando entre quatro categorias: SA, IA leve, IA moderada e IA grave. Um novo reajuste foi necessário, passando a conter apenas duas categorias, segurança e insegurança, sendo a última a soma das inseguranças (categorias), em seguida foi realizado um teste de hipóteses. O teste de hipóteses foi utilizado quando houve o interesse de verificar a veracidade de alguma informação sobre a população em estudo, e o objetivo foi testar se há diferença entre a rede pública e privada no quesito SA.

 

RESULTADOS

A Em relação ao estado nutricional, de acordo com o IMC, na escola pública, 8,93% (n=10) crianças estavam com magreza, 79,46% (n=89) com eutrofia e 11,61% (n=13) com excesso de peso. Enquanto isso, na escola privada, 8,16% das crianças (n=8) apresentaram magreza, 66,33% (n=65) eutrofia e 25,51% (n=25) excesso de peso. Outro dado relevante foi a baixa estatura para idade (BEI). 1,82% (n=1) das crianças da escola pública que estavam em Segurança alimentar apresentaram BEI, e 7,69% (n=3) das que estavam em IA leve também apresentaram essa condição, resultando em 3,57% das crianças públicas com BEI. Esse parâmetro é um importante meio de avaliar a desnutrição, pois a estatura baixa em crianças significa uma desnutrição crônica. Nenhuma criança da escola particular apresentou BEI.

Após classificação feita através da EBIA, avaliou-se o nível de SA, constatou-se que na escola pública, quase a metade das crianças 49% (n=55), estavam em situação de SA; 35% (n=39) de IA leve, 14% (n=16) de IA moderada e 2% (n=2) em IA grave. Na escola particular, por outro lado, quase toda a amostra 92% (n=90) estava em situação de SA, 8% (n=8) de IA leve e nenhuma das crianças apresentou IA moderada ou grave.

O número de crianças que tinham o costume de assistir TV, mexer no celular ou computador durante a refeição foi maior na escola particular com 67,35% (n=66), em comparação com a escola pública que foi de 48,21% (n=54). Na escola particular verificou-se que as crianças faziam as refeições em maior número do que as crianças da escola pública, com exceção do jantar, no qual 99,11% (n=111) das crianças da escola pública realizavam essa refeição, comparando com os 98,98% (n=97) da escola particular. O café da manhã das crianças da escola particular, 70,41% (n=69), lanche da manhã 89,8% (n=88), almoço 100% (n=98), lanche da tarde 66,33% (n=65) e ceia 18,37% (n=18) foi maior em relação a frequência dessas refeições pelas crianças da escola pública, com café da manhã 54,46% (n=72), lanche da manhã 87,5% (n=98), almoço 96,43% (n=108), lanche da tarde 34,82% (n=39) e ceia 13,39% (n=15).

Fazendo uma correlação com as três variáveis (avaliação antropométrica, SA e consumo alimentar), verificou-se que a segurança alimentar está diretamente relacionada com índices de peso adequado para idade (PAI), eutrofia e consumo de alimentos considerados mais caros, como as frutas.

Nas duas escolas, observou-se que quase todas as crianças que estavam em situação de SA, apresentavam PAI, estavam eutróficas e tinham uma alimentação mais variada, mas o consumo de alimentos considerados básicos da população brasileira, como feijão e verduras foi maior na escola pública.

Geralmente as famílias que matriculam suas crianças em escolas particulares, tendem a ter um nível socioeconômico mais alto, se comparadas com as famílias das escolas públicas. Isso pode explicar os achados que mostram que as crianças da escola particular consomem alimentos mais caros, como as frutas, mas também alguns que nem sempre são nutritivos, a exemplo dos biscoitos recheados e guloseimas, pois as cantinas destas escolas estão oferecendo cada vez mais alimentos de alto valor calórico, grande quantidade de açúcar e pobres nutricionalmente.

 

DISCUSSÃO e CONCLUSÕES

Pedersoli, Oliveira, Venturi, e Santos (2015) avaliaram a prevalência de baixo peso, eutrofia, sobrepeso e obesidade em crianças com idade de 7 a 10 anos (n=1.352) de escolas públicas e particulares de Rondônia, e observou uma incidência maior de BPI nas escolas públicas e o risco de sobrepeso e obesidade aumentou proporcionalmente em relação ao nível socioeconômico das famílias. Dados estes semelhantes aos encontrados nesse estudo, onde a prevalência de BPI foi maior nas crianças da escola pública e o risco de sobrepeso e obesidade foi maior na escola particular.

Em um estudo realizado por Souza, Silveira, Pinto, Sodré, e Ghelman (2013) com 265 crianças de uma escola na Paraíba, perceberam que 7,6% das crianças estavam com déficit de estatura e 1,6% apresentaram déficit de peso. Em relação ao excesso de peso, 6,4% das crianças estavam nessa situação. O déficit de estatura também é um importante problema de saúde pública, pois há estudos que mostram que isso pode trazer consequências prejudiciais para o crescimento e desenvolvimento da criança. O presente estudo apresentou uma quantidade maior de crianças com excesso de peso, principalmente na escola particular, e a BEI se manifestou em apenas 3,57% das crianças da escola pública, um pouco menos da metade apresentava-se no estudo de Souza et al., (2013).

Em estudo transversal, realizado por Travi, Bastos, e Pontes (2011) em escolas públicas e privadas de Campo Grande-MS, com 728 escolares, a prevalência foi de eutrofia com 65,7% (n=478), mas também foram encontradas crianças com sobrepeso 16,3% (n=119) e 14,4% (n=105) obesidade. Assim como no presente estudo, no qual a prevalência maior foi de eutrofia nas duas escolas, mas também foram encontrados dados relevantes de excesso de peso.

Em uma pesquisa realizada por Gomes, Couto, Barboza, Silva, e Martini (2015) no município de Itaqui-RS, com 1875 crianças da rede municipal, encontrou 0,6% (n=11) das crianças com magreza, 56,4% com eutrofia, prevalência de 21,3% (n=400) com sobrepeso e 21,3% (n=407) com obesidade. Evidenciando que o excesso de peso na infância é muito comum, independentemente do nível socioeconômico, fato esse que preocupa, pois aumenta as complicações e o risco de aparecimento de várias doenças, entre elas as Doenças Crônicas Não-Transmissíveis (DCNT) na vida adulta. No presente estudo as crianças eutróficas tiveram um número maior do que na referida pesquisa, além disso, o excesso de peso das crianças da escola particular foi similar.

Silva, Carmo, Horta, e Santos (2013) realizaram um estudo envolvendo 177 famílias, que responderam um questionário sobre o consumo alimentar das crianças e também a escala de SA. Após coleta de dados e avaliação por meio da EBIA, 76,27% (n=135) famílias apresentavam IA leve, moderada ou grave, e apenas 23,73% (n=42) estavam em situação de SA. Houve um maior consumo de carne, leite, derivados do leite, frutas, verduras/legumes, doces e refrigerantes nas famílias que apresentaram SA, diminuindo à medida que aumenta o nível de IA. Dados estes que diferem um pouco do presente estudo, pois a SA prevaleceu nas duas escolas, embora na escola particular tenha representado quase a totalidade das crianças e na escola pública quase a metade, com 49%.

Em uma pesquisa realizada por Amistá e Silva (2015) no ano de 2015, no município de Guariba-SP, com 425 alunos da rede municipal, de ambos os sexos, mais da metade das crianças, 50,12% estavam em situação de SA, mas a prevalência de IA leve foi alta, abrangendo 37,17% das crianças, 9,18% em IA moderada e 3,53% em IA grave. Resultados estes semelhantes com os do presente estudo na escola pública, mas na escola particular a SA chegou a 92%, com apenas 8% de IA leve.

Prado, Fortes, Lopes, e Guimarães (2016) fez um estudo em uma escola pública de Cuiabá-MT, com 49 escolares de 8 a 14 anos e encontrou 13,3% de excesso de peso em crianças e um alto consumo de alimentos pobres nutricionalmente, como doces, refrigerantes, que são vendidos em cantinas próximas as escolas ou trazidos de casa. Estes dados foram bem parecidos com os do excesso de peso na escola pública (11,61%) no presente estudo, mas na escola particular esse número duplicou (25,52%).

A autonomia das crianças pode ser considerada um dos fatores que ocasionou uma mudança no hábito alimentar infantil. Elas optam por lanches rápidos em vez das refeições, que na maioria das vezes são industrializados, com elevada densidade calórica e altas concentrações de açúcar, gordura e sódio. Isso faz com que apareçam crianças com doenças classificadas como “de adultos”, a exemplo da síndrome metabólica, ansiedade e obesidade (Dutra, 2015). A promoção de hábitos alimentares considerados saudáveis é imprescindível durante a infância e a adolescência. Uma vez que, os hábitos aprendidos nessa fase têm tendência a permanecerem na vida adulta (Camozzi, Monego, Menezes, & Silva, 2015).

A escola tem um importante papel na formação da autonomia das escolhas alimentares e na formação de conhecimento do que é considerado saudável (Sbp, 2012). A infância é um dos períodos críticos para o desenvolvimento dos distúrbios nutricionais, sendo assim, é alarmante o aumento da prevalência de sobrepeso e obesidade nessa fase em virtude da associação com complicações metabólicas. Além disso, há um risco maior da criança obesa continuar nessa condição quando adulta, comparado às pessoas eutróficas (Ferreira, 2014).

A prevalência de segurança alimentar assim como o acesso a alimentos é bastante influenciada pelas condições socioeconômicas da população. Assim, o nível de SA influencia bastante no estado nutricional, por meio do excesso de peso, aumentando, à medida que aumenta o nível de segurança. Esses fatores devem ser considerados na elaboração de ações promotoras de saúde, visando uma alimentação mais saudável e acessível a todos.

 

REFERÊNCIAS

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Agradecimentos:
Agradecemos ao Centro Universitário Estácio do Ceará, pelo total apoio na realização desta pesquisa.
Conflito de Interesses:

Nada a declarar.
Financiamento:
Nada a declarar.

 

 

Correspondência para: Centro Universitário Estácio do Ceará. Rua Eliseu Uchoa Beco, 600, Água Fria. CEP: 60810-270, Fortaleza, CE, Brasil. E-mail: vanessa.morais@estacio.br

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