SciELO - Scientific Electronic Library Online

 
 número8O dever de casa como política educacional e objecto de pesquisaConflito docente no Brasil e manifestações sindicais: natureza e significados índice de autoresíndice de assuntosPesquisa de artigos
Home Pagelista alfabética de periódicos  

Serviços Personalizados

Journal

Artigo

Indicadores

Links relacionados

  • Não possue artigos similaresSimilares em SciELO

Compartilhar


Revista Lusófona de Educação

versão impressa ISSN 1645-7250

Rev. Lusófona de Educação  n.8 Lisboa jul. 2006

 

Os manuais escolares, a construção de saberes e a autonomia do aluno. Auscultação a alunos e professores.

Esmeralda Maria Santo*

 

A divulgação do estudo e dos resultados desta investigação tem por objectivo constituir uma contribuição para o aprofundamento do conhecimento científico sobre manuais escolares como ferramenta pedagógica - por isso dita manual - ao serviço da construção de saberes pelo aluno. Norteia-nos o paradigma construtivista e recorremos às categorias de Hummel (1988).

Através de um “estudo de caso instrumental”, e tendo por suporte uma metodologia qualitativa, realizaram-se entrevistas semi-directivas (alunos/professores) numa escola da periferia de Lisboa. Para obtermos uma visão transversal da construção do Saber, analisaram-se dois manuais - Português B/ Ciências da Terra e da Vida - do ensino secundário.

Da análise de conteúdo releva a pertinência de co-existirem categorias primárias (categorias adoptadas de Hummel,1988) e secundárias (categorias que resultaram da análise de conteúdo das entrevistas) na construção de manuais. E a de uma conceptualização de “autonomia pedagógica” do aluno pelas implicações que tem na gestão pessoal do processo de aprendizagem do aprendente. Analisamos, ainda, o papel do professor, quanto às possibilidades de interacção no trabalho com o manual.

Por último, esperamos contribuir para a melhoria da “Formação de Professores” nesta área temática alusiva ao trabalho dos professores com o manual escolar. As questões editoriais não foram objecto do nosso estudo.

Palavras-chave: Manuais escolares, construção de saberes, alunos, professores

 

School Textbooks, knowledge building and the learner’s autonomy. An instrumental case study of teachers and students

This study is about school textbooks for they are the main tool in the student’s learning process. We focused on the Portuguese and Science manuals adopted in a public Portuguese school, grounded the work on constructivism (Ausubel, 1980) and adopted the categories of Hummel’s work (1988). Throughout a qualitative methodology, we interviewed students/ teachers (semi-directed conducted) in a High School in the surroundings of Lisbon. And, to gather elements to obtain a holistic point of view concerning the building of knowledge, we analysed the two former 10th grade manuals. Working on the basis of an “instrumental case study” (Stake, 1988:88), and by means of a content analysis, we concluded that in the making of manuals “Primary categories” (from Hummel) are as relevant as “Secondary categories” (derived from the interviews’ content analysis). Data analysis has also emphasised the student’s pedagogical autonomy for its implication in the individual learning process. At last, data stressed the teacher’s ability to limit/ condition/ amplify the manual’s working potentialities in class. Presently, a more effective working with school textbooks is absent from “Teacher Training” (Tormenta, 1996) but it shouldn’t. We aim to contribute for the changing.

 

 

Texto completo disponível apenas em PDF.

Full text only available in PDF format.

 

 

Referências bibliográficas

Altet, M. (1999). As Pedagogias da aprendizagem. Lisboa: Instituto Piaget.        [ Links ]

Apple, M.W. (1997). Os Professores e o currículo: Abordagem sociológica. Lisboa: Edições Educa.

Apple, M.W. (2002). Manuais escolares e trabalho docente -Uma economia políticas das relações de classe e de género na educação. Lisboa: Didáctica Editora.

Ausubel, D. P. et al. (1980). Psicologia educacional. Rio de Janeiro: Interamericano;

Bénitez, M. de P. (2000). Historia de la educación - Revista interuniversitaria. Salamanca: Ediciones Universidad Salamanca.

Bogdan, R. & Biklen, S. (1994). Investigação qualitativa em educação – Uma introdução à teoria e aos métodos. Porto: Porto Editora.

Cachapuz, A.F.& Praia, J.F.(1998). Manuais escolares: Que papéis para a escola do séc.XXI?. In: Inovação,1998. Dossier Branco, vol.11, nº3. Lisboa: I.I.E.(Instituto de Inovação Educacional).

Castro, R.V. et al. (1999). Manuais escolares - Estatuto, funções, história. Actas/ Encontro Internacional sobre manuais escolares. Braga:Universidade do Minho.

Choppin, A.(1992). Les manuels scolaires: Histoire et actualité. Paris: Hachette Education.

Choppin, A.(2000). Los manuales escolares de ayer a hoy : el ejemplo de Francia. In Historia de la educación. Revista interuniversitaria. 2000. Salamanca Ediciones Universidad de Salamanca.

Cook, T. D.; Reichardt, Ch. S. (1995). Métodos cualitativos y cuantitativos en investigación evaluativa. Madrid: Ediciones Morales, S.L.

Delors, J. et al. (1996). Educação – Um tesouro a descobrir. Rio Tinto: Edições Asa.

Faure, E. et al. (1974). Aprender a ser. Lisboa: Livraria Bertrand.

Fosnot, C.T. (1999). Construtivismo e educação. Lisboa: Instituto Piaget.

Garcia,V.R. (2000). ¿Una lucha contra los molinos? El Instituto Georg Eckert y los manuales. In : Historia de la Educación. Salamanca: Ediciones Universidad/ Revista Universitária.

Gérard, F.-M.; Roegiers, X. (1998). Conceber e avaliar manuais escolares. Porto: Porto Editora.

Ghiglione, R. & Matalon, B. (1992). O Inquérito-Teoria e prática. Oeiras: Celta Editora.

Holec, H. (1979). Autonomie et apprentissages des langues étrangères. Strasburgo: Conseil de L’Europe.

Holec, H. (1988b). Autonomy and foreign language -. Present fields of application. Strasbourg: The Council of Europe.

Hummel,C.(1988). Schooltextbooks and lifelong education-An analysis of schoolbooks from three countries. Hamburgo: Unesco Institute for Education.

Knowles, M.(1975). Self-directed learning-A guide for learners and teachers. USA: Cambridge Adult Education/ Prentice Hall Regents.

Little, D. (1991). Learner autonomy-Definitions, issues and problems. Dublin:Authentik.

Little, D. (1995). Learning as Dialogue: The dependence of learner autonomy on teacher autonomy. In System. 123(2), pp.175-181.

Littlewood, W. (1997). Self-acess. Why do we want it and what can it do?. In: Benson; P.Voller (eds.), (1997). Autonomy and independence in language learning. Harlow: Longman.

Marchesi, A.; Martín, E. (1998). Calidad de la enseñanza en tiempos de cambio. Madrid: Alianza Editorial.

Miles, M. B. & Huberman, A.M. (1994). Qualitative data analysis-An expanded sourcebook. London : Sage Publications.

Nóvoa, A.(org.) (1991). Profissão Professor. Porto: Porto Editora.

Perrenoud, Ph. (1995). Ofício de aluno e sentido do trabalho escolar. Porto: Porto Editora.

Perrenoud, Ph. (2000). 10 Novas competências para ensinar-Convite à viagem. Porto Alegre: Editora Artes Médicas.

Richaudeau, F. (1986). Conception et production des manuels scolaires-Guide pratique. Bélgica: Unesco.

Séguin, R. (1989). The Elaboration of schooltextbooks - Methodological guide. Unesco: Divison of Educational Sciences, contents and methods of education.

Tormenta, J.R.(1999). Os Professores e os manuais escolares - Um estudo centrado no uso dos manuais de Língua Portuguesa. Dissertação de Mestrado em Ciências de Educação. Porto : Faculdade de Psicologia de Ciências da Educação.

Vieira, F. (1998). Autonomia na Aprendizagem da Língua Estrangeira-Uma introdução pedagógica em contexto escolar. Braga: Instituto de Educação e Psicologia/ Universidade do Minho.

Vieira, F. (1999). Autonomia do aprendente-Do currículo formal ao currículo real (dissertação de mestrado). Lisboa: Faculdade de Psicologia de Lisboa/ Universidade de Lisboa.

Yin, R. K. (1984). Case study Research-Design and methods. Beverly Hills: Sage Publications.

 

* Mestre em Ciências da Educação pela Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias e Doutoranda na mesma Universidade