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Psicologia, Saúde & Doenças

versão impressa ISSN 1645-0086

Psic., Saúde & Doenças vol.21 no.2 Lisboa ago. 2020

https://doi.org/10.15309/20psd210226 

Avaliação da funcionalidade em trabalhadores com transtornos mentais: uma revisão sistemática

Functional assessment of workers with mental disorders: a systematic review

Luciano Franzim Neto1, Bettieli Silveira1, & Roberto Cruz1

1Universidade Federal de Santa Catarina, UFSC. AC Cidade Universitária, Trindade, Florianópolis, SC, Brasil, franzim.neto.l@gmail.com, bettieli.bs@gmail.com, robertocruzdr@gmail.com.

Endereço para correspondência | Dirección para correspondencia | Correspondence


 

RESUMO

O desenvolvimento da funcionalidade e o surgimento de transtornos mentais (TM) é um processo onde fatores biopsicossociais, separado ou conjuntamente, agravam e perpetuam a incapacidade do indivíduo. A avaliação da funcionalidade relacionada à vida e ao trabalho são objetos de interesse científico crescente em diversas áreas do conhecimento e práticas profissionais. Ainda assim, não existe consenso sobre o escopo de suas definições, especialmente em função do grau de complexidade das variáveis pessoais e ambientais envolvidas. O presente estudo teve como objetivo fazer uma revisão sistemática na literatura que tive como propósito avaliar a funcionalidade em profissionais com TM. Em conformidade aos procedimentos metodológicos do PRISMA realizou-se um levantamento bibliográfico entre o ano de 2008 a janeiro de 2019. Para tanto, foram consultadas as bases de dados: Scopus, Science Direct, PubMed e BVS PSI. Constatou-se escassez de pesquisas referente ao assunto, pois foram encontrados apenas cinco artigos com a temática. O foco das pesquisas centrou-se, em geral, na investigação que o impacto de um ou mais TM afeta a funcionalidade no trabalhador, além de evidenciar as associações entres os construtos. Essa lacuna científica indica um nicho de pesquisas e carentes de exploração, constatando assim que a avaliação da funcionalidade em profissionais com TM não foram devidamente exploradas. A caracterização de conhecimentos utilizadas nesse estudo, indicam, sobretudo, caminhos para a estruturação de metodologias e instrumentos capazes de responder às necessidades sociais e científicas relacionadas ao assunto.

Palavras-chave: Transtornos mentais, funcionalidade, trabalhadores e avaliação


 

ABSTRACT

The development of functionality and the emergence of mental disorders (MD) is a process where biopsychosocial factors, separately or together, aggravate and perpetuate the individual's disability. The evaluation of the functionality related to life and work are objects of growing scientific interest in several areas of knowledge and professional practices. Nevertheless, there is no consensus on the scope of its definitions, especially in function of the degree of complexity of the personal and environmental variables involved. The present study had as objective to make a systematic review in the literature that had as purpose to evaluate the functionality in professionals with MD. According to the methodological procedures of PRISMA, a bibliographic survey was carried out between 2008 and January 2019. For this purpose, the following databases were consulted: Scopus, Science Direct, PubMed e BVS PSI. There was a lack of research on the subject, since only five articles were found with this theme. The focus of the research was, in general, on the research that the impact of one or more MD affects the functionality in the worker, besides evidencing the associations between the constructs. This scientific gap indicates a niche of research lacking exploration, thus finding that the evaluation of the functionality in professionals with MD were not properly explored. The characterization of the knowledge used in this study indicate, above all, ways for structuring methodologies and instruments capable of responding to social and scientific needs related to the subject.

Keywords: Mental disorders, functioning, workers and evaluation


 

O trabalho humano abrange um conjunto de valores que são intrínsecos a ele, sendo uma atividade relevante para o desenvolvimento individual e coletivo das pessoas, assim como um dos principais meios de formação da identidade, do papel social e de satisfação das necessidades humanas. Entretanto experiências negativas com o trabalho podem desencadear algumas doenças, principalmente quando contêm fatores de riscos para a saúde e quando o trabalhador não dispõe de recursos suficientes para se proteger deles (Alencar & Valença, 2016; Campos & David, 2011; Cruz, 2010).

Cada realidade de trabalho tem suas peculiaridades, principalmente relacionadas aos riscos à saúde, ao grau do estresse gerado pela atividade, ao tempo de exposição dos trabalhadores às altas cargas físicas, cognitivas e psíquicas tem contribuído para a alta incidência de doenças ocupacionais (Benetti et al., 2014; Laranjeira, 1999; Mendes & Cruz, 2004). Não é incomum casos de internação psiquiátrica em que a origem do problema determinante da internação não é avaliada quanto à sua possível relação com o contexto de trabalho, o que pode determinar um encaminhamento sem resolubilidade (Carlotto, 2010; Glina, Rocha, Batista, & Mendonça, 2001; Sardá Junior, Kupek, Cruz, Bartilotti, & Cherem, 2009).

Diante desses aspectos, faz-se necessária a reflexão acerca do adoecimento mental relacionado ao trabalho enquanto um problema social. Embora os transtornos mentais (TM) se manifestem concretamente nos indivíduos, seus determinantes contextuais devem ser considerados, de maneira que se possa compreender e dimensionar o potencial adoecedor do trabalho (Carlotto, Câmara, Batista, & Schneider, 2019). Além da própria natureza do adoecimento mental, atribuem a subnotificação à falta de guias e protocolos para orientar os profissionais responsáveis pelo diagnóstico dos agravos para o estabelecimento do nexo causal entre o adoecimento e o trabalho, sendo que o registro e notificação dos agravos nos sistemas de informação de saúde é uma importante ferramenta para identificar o perfil dos trabalhadores acometidos pelo adoecimento e subsidiar ações efetivas para a prevenção e promoção a saúde dos trabalhadores (Cardoso & Araújo, 2016).

Ao considerar a saúde do trabalhador torna-se necessário não só estabelecer o diagnóstico, mas também investigar a funcionalidade do indivíduo. Nessa perspectiva, a OMS (2003) propôs a Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF) que tem como desígnio coletar dados vitais sobre tipos e níveis de funcionalidade e incapacidade de modo consistente e comparável internacionalmente, fornecendo a base para compor dados em nível nacional, ajudando a guiar o desenvolvimento de políticas nesta área.

A funcionalidade é definida como sendo as funções do corpo e a capacidade do indivíduo de realizar atividades e tarefas relevantes da rotina diária bem como aquelas relativas à participação na sociedade. A funcionalidade se refere a capacidade do indivíduo em realizar atividades no ambiente em que se encontra, é a parte positiva da interação entre um indivíduo e sua condição corporal com o contexto ambiental, onde o principal foco é a participação social e a sua autonomia para realizar tarefas práticas do cotidiano (Di Nubila, 2010; Fillenbaum, 1984; OMS, 2003).

A funcionalidade de cada trabalhador é refletida pelo equilíbrio entre determinado estado de saúde e demandas específicas relacionados a atividade laboral, o que pode variar entre atuar de maneira produtiva e saudável até a ausência do trabalho por motivos de doenças, dessa forma a restrição laboral e o retorno ao trabalho estão entre os aspectos mais complexos das políticas de atenção à saúde do trabalhador. É necessário pensar a saúde como um processo dinâmico de atendimento global do trabalhador que deve envolver as organizações e empresas no processo de prevenção, tratamento, reabilitação, readaptação e reinserção no trabalho (Canal & Cruz, 2013; Cruz, 2010; Muller, Cruz, & Roberti Junior, 2014; Schultz, Chen, & Edington, 2007; Toldrá, Daldon, Santos, & Lancman, 2010).

Embora diferentes intervenções tenham sido desenvolvidas para facilitar e reduzir o afastamento de trabalhadores com TM, seu impacto na funcionalidade no ambiente laboral não tem sido explorado (Arends et al., 2012; Hoefsmit, Houkes, & Nijhuis, 2012). Mesmos os trabalhadores que retornam ao trabalho após os terem sido afastados devido ao MD ainda podem enfrentar limitações na sua capacidade de atender às demandas de trabalho, resultando em desempenho e produtividade reduzidos (Arends, Klink, Rhenen, Boer, & Bültmann, 2014).

Ainda assim, não existe consenso sobre o escopo de suas definições, especialmente em função do grau de complexidade das variáveis pessoais e ambientais envolvidas, como por exemplo no contexto do trabalho. A ausência de uma definição clara e consensual acerca da funcionalidade tem sido apresentada como um impedimento para a promoção da saúde das pessoas. Danos à saúde que resultam em incapacidade precisam serem certificados por profissional de saúde e, ainda que a certificação clínica de dano seja necessária, ela não é suficiente para atestar que o indivíduo não está apto para executar seu trabalho (Chaterji, Üstun, & Bickenbach, 1999; Lollar, 2002; Marin, 2003).

A definição da funcionalidade e incapacidade é, por vezes, estabelecida de acordo com as próprias necessidades do contexto, sendo que as definições tipicamente carecem de critérios específicos, impossibilitando determinações objetivas (Barron, 2001). Um dos aspectos sobre a temática que é possível constatar a escassez de pesquisa, é a relação entre funcionalidade e TM em trabalhadores, tema importante não só para os profissionais, mas por organizações, sistemas políticos e previdenciário.

De acordo com Álvares (2012) é importante e necessário considerar a funcionalidade e TM como o ponto central para avaliação e determinação de condutas em relação a saúde do indivíduo. Para Araújo (2012) a utilização de métodos e instrumentos específicos, possibilita serem identificadas condições além das relacionadas à saúde, como as do meio ambiente laboral, os recursos organizacionais a que as pessoas têm acesso, de forma a permitir uma visão mais ampla das circunstâncias que favorecem ou dificultam a resolução dos quadros apresentados.

A análise das pesquisas existentes que tem como objetivo explicar e/ou aprofundar o conhecimento da funcionalidade e TM podem contribuir na concepção de indicadores de saúde do trabalhador e auxiliar na elaboração de políticas públicas. Com o intuito de ampliar o conhecimento da temática o presente estudo teve como objetivo fazer uma revisão sistemática especificamente entre funcionalidade em trabalhadores com TM.

Método

Em conformidade aos procedimentos metodológicos estabelecidos para revisão sistemática pelo guia Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses - PRISMA (Moher et al., 2015). Este estudo foi organizado de modo a seguir os padrões de qualidade e robustez requeridos em revisões sitemáticas. Para tanto, foram consultadas as seguintes bases de dados: Scopus, Science Direct, PubMed e BVS PSI. Na seleção bases utilizadas se privilegiou o alto impacto e relevância no reduto. Desenhada no intuito de verificar associações entre transtornos mentais e avaliação do impacto destas no trabalho, esta revisão procurou explorar, especificamente, processos e métodos avaliação envolvidos.

Os descritores utilizados para busca foram selecionados de acordo com a seção de Terminologia em Psicologia da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) e no sistema de thesaurus da American Psychological Association (APA). Embora nem todas as palavras-chave escolhidas constem como descritores, sua utilização foi ponderada tendo em vista a alta frequência com que aparecem em artigos de temáticas afins. Nesse sentido, na intenção de melhorar a adequação terminológica na língua inglesa, essa mesma averiguação foi realizada em artigos e periódicos específicos internacionais, referendados pela proximidade da área de estudo. Os descritores utilizados foram: Functioning, International Classification, work, worker, job, mental disorders e psychometrics. Os mesmo descritores também foram utilizados no idioma espanhol e portugues.

Os processos decisórios para seleção do material envolveu, ainda, a testagem das combinações: “Functioning of International ClassificationORfunctioningAND "mental disorders" AND "psychometrics" OR "assessment" AND "work" OR "worker" OR "job"; "mental disorders" AND "psychometrics" OR "assessment" AND "work" OR "worker" OR "job". Embora as terminologias acima tenham originado o encontro de outros estudos afinados à área, os mesmos não superaram todas as etapas de seleção.

O período de busca utilizado entre os anos de 2008 a janeiro de 2019, tendo em vista, particularmente, a carência de estudos similares já percebidas outrora. Foram estabelecidos, ainda, os seguintes critérios para inclusão dos artigos: a) artigos teóricos e empíricos nos idiomas português, espanhol e inglês; b) com definição clara de embasamento teórico e temático afinado aos objetos de estudo investigados; c) possuir texto completo acessível nas bases de dados consultadas. Vale ressaltar que devido ao certo grau de ineditismo confiado à investigação de tais objetos no contexto de avaliação do trabalho, sobretudo no cenário brasileiro, e as lacunas científicas percebidas, foram incluídos estudos que verificassem um ou mais de um conceito investigado no ambiente de interesse.

No que tange aos procedimentos adotados para seleção e análise do material obtido, os pesquisadores realizaram de modo independente a apreciação dos artigos encontrados ao final de cada etapa do processo de revisão. Na sequência, os resultados percebidos foram confrontados e quando houve divergência nas análises um avaliador adicional foi consultado, resultando no consenso das averiguações.

O processo de seleção do material encontrado seguiu os seguintes passos: 1) Organização do material levantado de acordo com os parâmetros e descritores escolhidos (1241 artigos obtidos); 2) Leitura dos títulos, exclusão de duplicatas (permaneceram 90 artigos); 3) Leitura dos resumos e seleção inicial dos artigos relacionando aos objetivos do presente estudo (permaneceram 53 artigos); 4) Leitura na íntegra (excluídos 47 artigos); 5) Caracterização dos estudos e avaliação das metodologias e parâmetros psicométricos aplicados (chegou-se ao total de 5 artigos); 6) Estruturação das categorias e articulação das produções selecionadas; 7) Análise e discussão dos resultados. Os resultados da busca são detalhados na Figura 1.

 

 

Após análise dos artigos obtidos a partir dos filtros aplicados, foram identificados cinco estudos relevantes. Foi realizada a tabulação do material com o auxílio do software Microsoft Excel e, em consideração às subjetividades teóricas metodológicas percebidas no material obtido, possibilitou-se a criação apenas categoria: avaliação da funcionalidade em trabalhadores com TM. Observou-se escassez de pesquisas que verifiquem a correspondência entre TM e avaliação da funcionalidade em trabalhadores. Essa lacuna científica foi percebida pela ausência dedicada a tais conexões no cenário brasileiro, enquanto no lócus em outros países as poucas investigações encontradas evidenciaram nichos de pesquisa carentes de exploração.

Resultados

Nas bases da dados consultadas foram inicialmente foram encontrado 1241 artigos, um número que pode ser considerado abrangente, ao estabelecer critérios específicos e ao analisar os artigos foi constatado o termo funcionalidade é considerado amplo e por vezes se mistura e se confunde com o termo funcionamento e /ou outro construto diferente do abordado na presente pesquisa. No Quadro 1 são expostos os cincos estudos considerando os autores e ano da publicação, país de origem, objetivo, participantes e os instrumento utilizados em cada estudo.

 

 

Dentre as obras analisadas, observou-se que derivam da Holanda apresenta dois artigos com a temática (Gaertner, Nieuwenhuijsen, van Dijk, & Sluiter, 2011; Stynen, Jansen, & Kant, 2015), na medida em que Estados Unidos da América, Espanha e China apresentaram um estudo cada país (Fried & Nesse, 2014; Pawaskar, Witt, Supina, Herman, & Wadden, 2017; Ubalde-Lopez et al., 2016). No que se refere à publicação de estudo no cenário brasileiro, não foi encontrado artigos com a temática pesquisada

O foco das pesquisas centrou-se, em geral, na investigação do impacto de um ou mais TM acarreta na funcionalidade no trabalhador. Pawaskar, Witt, Supina, Herman, e Wadden (2017) comparou funcionalidade e produtividade em indivíduos com o diagnóstico de acordo com o DSM-V de transtorno da compulsão alimentar e o comprometimento funcional e a produtividade. Os instrumentos utilizados foram Sheehan Disability Scale (SDS) and Work Productivity and Activity Impairment (WPAI). Os participantes avaliaram o impacto de sua doença no trabalho, estudo, vida social, atividades de lazer, vida familiar e responsabilidades domésticas. Os resultados evidenciaram significativamente mais prejuízo na funcionalidade, relacionada a produtividade no trabalho e atividades diárias do que indivíduos que tem o diagnóstico de compulsão alimentar se comparado as pessoas que não tem diagnóstico.

O único estudo que teve um corte longitudinal foi a pesquisa apresentada por Ubalde-Lopez et al. (2016) que avaliaram a funcionalidade trabalhadores após o retorno ao trabalho de licença devido a TM. Para isso os autores utilizaram a versão holandesa culturalmente adaptada, traduzida e validada Work Role Function Questioning Questionnaire (WRFQ) que foi aplicado no início do afastamento e aos 3, 5 e 12 meses após retornarem ao trabalho, utilizaram também como base os diagnósticos com base na Classificação Internacional de Doenças da CID-10 para verificar por qual categoria de diagnóstico (s) os trabalhadores foram afastados, sendo eles; transtornos psicóticos, depressivos, bipolar e estresse pós-traumático. Chegou-se à conclusão que no geral, a população do estudo teve menores escores médios de funcionalidade no trabalho em comparação com uma população sem diagnóstico, apesar de mostrar alguma melhora ao longo do tempo de retorno ao trabalho os TM afeta negativamente o funcionalidade sendo retorno do trabalhador a suas atividades é geralmente um processo gradual que inclui a possibilidade de retorno ao trabalho modificado ou parcial, orientado pela avaliação.

Dois estudos avaliaram o impacto da depressão na funcionalidade em trabalhadores. Sendo que Fried e Nesse (2014) verificaram sintomas depressivo relacionado a funcionalidade no aspecto psicossocial, para isso verificaram 14 sintomas depressivos e até que ponto a depressão prejudicava a funcionalidade psicossocial, os autores averiguaram cinco domínios (comprometimento no trabalho, gerenciamento domiciliar, atividades sociais, atividades privadas e relacionamentos íntimos). Já Stynen, Jansen, e Kant (2015) utilizaram a da Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF) para investigar o impacto da depressão e diabetes na dos trabalhadores com mais 45 anos na funcionalidade no contexto do trabalho. Na conclusão de ambos os estudos foi constatado que a depressão influência negativamente a funcionalidade. Além disso a funcionalidade varia de acordo com as condições e ambientes de trabalho.

Entre os estudos também foi possível verificar a validação do Nurses Work Functioning Questionnaire (NWFQ) a pesquisa também teve como objetivo de avaliar a funcionalidade de enfermeiros com queixas relacionados a TM. Se trata de um instrumento é de autorrelato de 50 itens que consiste de sete subescalas: 1) aspectos cognitivos da execução de tarefas e incidentes gerais, 2) comprometimento da tomada de decisões, 3) incidentes no trabalho, 4) comportamento de evitação, 5) conflitos e aborrecimentos com os colegas; 6) comprometimento do contato com os pacientes e sua família; e 7) falta de energia e motivação. As categorias escalas tipo Likert e de Frequência, variado 0 a 6 opções de respostas. O NWFQ demonstrou adequadas propriedades psicométricas, os autores sugerem que a escala pode ser utilizada para a mensurar a funcionalidade em enfermeiros e demais profissionais da saúde com queixas de TM. Além disso os enfermeiros com queixas de TM apresentaram escores mais baixo de funcionalidade em relação aqueles profissionais que não tinham queixa de TM (Gaërtner, Nieuwenhuijsen, van Dijk, & Sluiter, 2011).

De acordo com os cincos estudos apresentados, contatou-se que a funcionalidade e os TM foram estudadas nas atividades da vida cotidiana relacionada ao trabalho e licença médica. Ainda sim, os estudos utilizaram de diferentes metodologias e perspectivas que a funcionalidade foi abordada.

Discussão

Avaliar e definir a funcionalidade é uma tarefa complexa, pois não existe um consenso entre suas definições e como deve ser idealmente mensurado. Cada modelo teórico explicita ou enfatiza uma perspectiva do fenômeno, portanto, é necessário caracterizar aspectos comuns e relevantes que melhor expliquem o construto. Embora autores entendam a funcionalidade é composto de diferentes aspectos, todos incluem a avaliação da funcionalidade como um dos componentes principais para melhor entender o fenômeno (Harvey, Velligan, & Bellack, 2007). Ao considerar a funcionalidade no trabalho diversos fatores podem confundir ou influenciar o fenômeno, devido complexidade das variáveis pessoais e ambientais envolvidas (Chaterji, Üstun, & Bickenbach, 1999).

Ubalde-Lopez et al. (2016) demostraram a necessidade de distinção entre aspectos importantes envolvidos para recuperação de trabalhadores acometidos por TM, como o tempo de retorno ao trabalho e fatorem ambientais. Com esses resultados foi possível verificar que mesmo após o retorno ao trabalho os escores de funcionalidade desses profissionais continuam menores mesmo após o retorno ao trabalho.

Os estudos analisando o impacto de condições crônicas de saúde em diferentes resultados ocupacionais geralmente examinam uma única condição de saúde (Koolhaas et al., 2013; Vuong, Wei, & Beverly, 2015). Poucos consideraram o efeito de múltiplas condições crônicas coexistentes nos resultados ocupacionais, como a falta de habilidades e o desempenho no trabalho e nenhum estudo focalizou o curso do trabalho ao longo do tempo. Outro ponto a ser considerado é o monitoramento de funcionários com queixas de problemas mentais, que por muitas vezes não são investigados. (Collin et al., 2005; Abma, Amick, van der Klink, & Bültmann, 2013).

A mensuração da funcionalidade pode ajudar a identificar os trabalhadores com TM que pegam licenças médicas ou que retornam ao trabalho e que precisam de atenção especial. Uma avalição assertiva pode ajudar a encurtar o tempo para uma reinserção efetiva no trabalhador nas suas atividades. O desenho de intervenções sobre programas de retorno ao trabalho, para prevenir recaídas e episódios futuros de afastamento, pode se beneficiar da incorporação de medidas para detectar e gerenciar melhor os fatores relacionados à diminuição do funcionalidade em trabalhadores diagnosticados com TM (Alvarez, 2012; Gaërtner, Nieuwenhuijsen, van Dijk, & Sluiter, 2011).

Outra questão a ser considerada é que até o momento, os instrumentos foram usados ​​principalmente no ambiente científico para fins de pesquisa. Seria de grande valia aplicá-los para uso em práticas de saúde ocupacional, bem como para fins preventivos. Diferentes medidas de funcionalidade poderiam serem usadas e suas relevâncias também podem variar dependendo das condições crônicas da investigação. Para fins de prevenção, os instrumentos de funcionalidade no trabalho devem ajudar a realizar dois objetivos; primeiro, intervenções oportunas e segundas intervenções intencionais sobre queixas de saúde mental.

Segundo Araújo (2013) é preciso desenvolver informações que registrem não só a doença, mas também os demais aspectos da situação de saúde dos indivíduos. A própria OMS sugere que um importante aspecto é que a integração das classificações CID-10 (1993) e CIF (2003), deve ser um importante avanço para as ações de saúde possam serem ampliadas, assim como dar visibilidade às ações profissionais de recuperação da saúde e prevenção de incapacidades, entendida, aqui, num sentido muito mais amplo, na busca em uma melhora no desempenho das atividades humanas e da mais completa possível participação social.

Ao explorar a funcionalidade em trabalhadores com TM a presente pesquisa encontrou apenas cinco artigos relacionados com o tema, dados que corroboram com os achados de Alvarez (2012) quando afirma que o tema não foi devidamente pesquisado. Ainda assim, um crescente corpo de literatura tem mostrado o impacto negativo dos TM, não apenas na funcionalidade dos trabalhadores, mais também em relação a permanecia, afastamentos e retorno ao de trabalhadores a suas atividades laboral.

Uma série de razões pode ser sugerida para explicar a escassez de estudos sobre o uso a funcionalidade no campo da saúde mental de trabalhadores, como: (1) diferentes definições do construto funcionalidade, (2) a crença de que a funcionalidade e incapacidade é apenas sobre condições físicas, (3) a influência da medicação na percepção do paciente sobre suas reais condições de saúde (4) a estrutura complexa da CIF que ao classificar a funcionalidade e incapacidade, (5) as limitações intrínsecas dos instrumentos disponíveis, e (6) limitações nas pesquisas com o tema.

Com o passar dos anos, pouco se evoluiu nessa área e, em decorrência do aumento da prevalência de incapacidades ao longo do tempo, o foco da construção de indicadores de saúde se deslocou da mortalidade para a morbidade e, mais recentemente, para as conseqüências das doenças crônicas. Com a evolução tecnológica, os cuidados em saúde têm possibilitado maior readaptação aos trabalhadores acometidos por problemas irreversíveis, o que aponta para uma sociedade mais inclusiva. No entanto, os debates sobre as teorias existentes para explicar a funcionalidade podem ajudar mais na concepção de indicadores de saúde mais específicos, bem como na elaboração de políticas mais efetivas para a saúde do trabalhador (Costa, 2006; Sampaio & Madel, 2009).

Para Brasil (2013) esses problemas de saúde que geraram as referidas incapacidades acarretam prejuízos não só aos cidadãos, mas também ao estado, porque onera a seguridade social (saúde, assistência social e previdência). Contudo, a informação em saúde se apresenta incompleta, uma vez que os dados acerca da funcionalidade humana ainda são insignificantes para que as políticas e atuações de profissionais da saúde possam apresentar os resultados esperados frente às incapacidades, seja ela por deficiências, pelas limitações nas atividades e participação, assim como as barreiras ou facilitadores estabelecidos pelos fatores contextuais.

Dessa forma é possível afirmar que a avaliação da funcionalidade em profissionais com TM são pouco investigadas, ainda assim, alguns caminhos podem ser percorrido para melhor entender o tema, como: 1) Fazer uma revisão sobre instrumentos de avaliação de funcionalidade; 2) Pesquisar em outras bases de dados e idiomas que não foram contemplado nesse estudo; 3) Adaptar e/ou validar instrumentos específicos para a mensuração da funcionalidade em pessoas com TM.

Poucos estudos disponibilizam informações sobre o modelo teórico e o procedimento de construção do instrumento. Os estudos de revisão das propriedades psicométricas baseiam-se fundamentalmente em procedimentos fatoriais e não costumam buscar evidências baseadas no conteúdo. É pertinente que os artigos apresentem o método utilizado, desde a seleção da amostra de comportamentos, definições constitutivas até a construção dos itens.

A pretensão desse estudo foi aprofundar o conhecimento entre funcionalidade e trabalhadores com TM, de forma a fornecer subsídios científicos para o avanço do conhecimento sobre o tema. A OMS reconhece que a incapacidade, a funcionalidade e a saúde do indivíduo são resultadas de uma interação dinâmica entre a sua condição de saúde e os fatores contextuais, como por exemplo, o trabalho, sendo os TM fatores determinantes de incapacidade. Modelos que se propõe explicar doenças ocupacionais focalizam a presença de aspectos ambientais como fatores etiológicos determinantes do adoecimento.

Se faz necessário verificar com maior profundidade as variáveis envolvidas para o afastamento e retorno do trabalhador acometido por TM a suas atividades laboral. A adequada avaliação da funcionalidade apresenta dificuldades conceituais e metodológicas, assim como sua relação com TM. Provavelmente, nem sempre há o seu reconhecimento, ou pode ocorrer um subimensionamento de tais fatores de risco.

A caracterização de conhecimentos e metodologias utilizadas nesse estudo para investigar a funcionalidade em trabalhadores com diagnóstico de TM, indicam, sobretudo, caminhos para a estruturação de um corpo de conhecimentos e de instrumentos capazes de responder às necessidades sociais e científicas relacionadas ao assunto. Tais indicadores expressam a magnitude dos fenômenos pesquisados e facilitam o planejamento de ações acerca da saúde do trabalhador.

 

REFERÊNCIAS

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Recebido em 03 de Maio de 2019/ Aceite em 19 de Maio de 2020

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