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Medicina Interna

versão impressa ISSN 0872-671X

Medicina Interna vol.28 no.1 Lisboa mar. 2021  Epub 15-Mar-2021

https://doi.org/10.24950/o/245/20/1/2021 

Artigos Originais/ Original Articles

D-Dímeros no Diagnóstico de Tromboembolismo Venoso Num Serviço de Urgência

D-Dimer in Venous Thromboembolism Diagnosis in The Emergency Department

1Serviço de Medicina, Unidade Local de Saúde de Matosinhos, Hospital Pedro Hispano, Matosinhos, Portugal

2Serviço de Imunohemoterapia, Unidade Local de Saúde de Matosinhos, Hospital Pedro Hispano, Matosinhos, Portugal

3Unidade de Cuidados Intermédios Polivalente, Unidade Local de Saúde de Matosinhos, Hospital Pedro Hispano, Matosinhos, Portugal


Resumo:

Introdução:

O tromboembolismo venoso (TEV) engloba a trombose venosa profunda (TVP) e a embolia pulmonar (EP). O doseamento de D-dímeros tem uma sensibilidade superior a 95% e um elevado valor preditivo negativo para TEV. Propusemo-nos a analisar episódios de urgência em que foram doseados D-dímeros. As variáveis pesquisadas foram: sintomas ou sinais presentes, a adequabilidade do pedido de D-dímeros de acordo com a probabilidade pré-teste, a realização de tomografia computorizada com angiografia (angio-TC) e a confirmação/exclusão de TEV.

Métodos:

Análise retrospetiva dos episódios de urgência de 1 de julho a 31 de dezembro de 2017, referentes a doentes com mais de 18 anos, com doseamento de D-dímeros.

Resultados:

Foram incluídos 589 episódios. O género feminino representou 61,3% (n = 361) da amostra e a idade média foi de 62 ± 19 anos. Observamos doseamento de D-dímeros em doentes sem clínica sugestiva de TEV, em 110 episódios (19%). Em quatro doentes com alta-probabilidade pré-teste foi efetuado doseamento de D-dímeros; os D-dímeros estavam elevados em 55,5% de todos os episódios (327/589), mas apenas 28,1% (n = 92) destes fizeram angio-TC. O número total de casos de TEV confirmados foi de 27 (4,6%).

Discussão e Conclusão:

Os resultados obtidos estão de acordo com a literatura. Reportam-se 3 erros na abordagem diagnóstica: doseamento de D-dímeros em doentes sem clínica sugestiva de TEV; doentes com alta-probabilidade submetidos a doseamento de D-dímeros; doentes com elevação de D-dímeros sem realização de angio-TC. Realçamos o interesse desta análise do ponto de vista económico e de não-maleficência no que respeita ao uso excessivo de exames no diagnóstico de TEV.

Palavras-chave: Produtos de Degradação da Fibrina e do Fibrinogénio; Serviço de Urgência; Tromboembolismo Venoso.

Abstract:

:

Venous thromboembolism (VTE) refers to deep vein thrombosis (DVT) and pulmonary embolism (PE). D-dimer dosing has sensitivity of over 95% and high negative predictive value for the diagnosis of VTE. Our goal was to analyse every Emergency Department episode in which D-dimer dosing was performed. The variables analysed were: presence or absence of clinical symptoms suggestive of VTE, the suitability of D-dimer request according to pre-test probability scores, performance of computed tomography angiography (angio-CT) if D-dimer elevation and number of confirmed VTE.

Methods:

We performed a retrospectively analysis of all cases of patients over 18 years of age in whom D-Dimer dosing was performed in our Emergency Department from the 1st of July to the 31st of December of 2017.

Results:

589 episodes were included in our analysis. Female gender represented 61% (n = 361) and median age was 62 ± 19 years-old. We documented 110 episodes with D-dimer dosing without any suggestive symptoms of VTE. In four patients with high pre-test probability D-dimer was inadequately performed. D-dimer elevation was observed in 55,5% (327/589) of all episodes, but only 28,1% were submitted to angio-CT. Total VTE confirmed was 27 (4,6%).

Discussion and Conclusion:

Our results are according to the literature. We report 3 main diagnostic errors: D-dimer dosing in patients without symptoms of VTE; D-dimer dosing in high probability patients; and patients with elevated D-dimer who do not do angio-CT. This study enlightens the prejudice of excessive and inadequate exams in the diagnosis of VTE.

Keywords: Emergency Service, Hospital; Fibrin and Fibrinogen Degradation Products; Venous Thromboembolism

INTRODUÇÃO

O tromboembolismo venoso (TEV), engloba a trombose venosa profunda (TVP) e a embolia pulmonar (EP). É a terceira síndrome cardiovascular aguda mais frequente, a seguir ao enfarte agudo do miocárdio e do acidente vascular cerebral.1 É um problema de saúde pública, tanto pela sua morbimortalidade como pelo consumo de recursos.2 As taxas anuais de incidência estimadas na população europeia variam entre 104-183 / 100 000 pessoas / ano.3 Recorre em aproximadamente 30% dos casos aos 10 anos.3 A incidência do TEV e suas complicações são frequentemente subestimados.2 A mortalidade estimada de EP não tratada é de 13 a 17%, constituindo a principal causa de morte intra-hospitalar evitável.

Os D-dímeros resultam da degradação das ligações cruzadas da fibrina pela plasmina. Encontram-se aumentados na fase aguda da trombose pela ativação simultânea da via da coagulação e fibrinólise.4 Os D-dímeros têm uma sensibilidade de aproximadamente 95% e um elevado valor preditivo negativo para TEV. A especificidade está reportada entre 35,2% e 62,3% no doseamento ajustado à idade e os falsos positivos podem ser observados em casos de infeção, neoplasia, gravidez e puerpério.1,5-7O doseamento de d-dímeros é útil no diagnóstico de apenas mais duas situações clínicas: na coagulação intravascular disseminada e na hiperfibrinólise primária; e como fator prognóstico na infeção por SARS-CoV-2.8

Um doente com suspeita de TEV deve ser estratificado de acordo com a sua probabilidade pré-teste. Os scores de cálculo da probabilidade mais frequentemente utilizados para a EP são oscorede Geneva modificado e oscorede Wells, ambos validados externamente.9-11O score mais utilizado para TVP é oscorede Wells de dois níveis. Um doente com alta probabilidade pré-teste de EP deve realizar uma angiografia tomográfica computadorizada torácica (angio-TC tórax), no entanto, num doente com baixa probabilidade pré-teste, um teste D-dímeros negativo pode excluir EP sem necessidade de mais exames em ~ 30% dos casos (Fig.s 1 e 2).1 O objetivo deste estudo foi analisar todos os doseamentos de D-dímeros realizados no nosso serviço de urgência (SU) durante um período de 6 meses e determinar a adequação desse exame no diagnóstico de TEV.

Figura 1: Fluxograma diagnóstico de EP 

Figura 2: Fluxograma diagnóstico de TVP 

MATERIAIS E MÉTODOS

Seleção da amostra:

Realizamos um estudo retrospetivo observacional de todos os episódios de urgência no nosso SU entre 1 de julho e 31 de dezembro de 2017. Os critérios de inclusão foram: idade superior a 18 anos, pelo menos um doseamento de d-dímeros no decorrer do episódio de urgência, registo clínico disponível com descrição de sinais e sintomas.

Coleção de dados:

Perante a leitura da ficha de urgência e registo médico de todos os episódios selecionados, foi efetuada uma pesquisa ativa de uma lista pré-definida de sinais e sintomas sugestivos de TEV. Esta lista foi estabelecida de acordo com literatura especializada.1,2Calculamos a probabilidade pré-teste de acordo com o score de wells, o score de geneva modificado e o score de wells de 2 níveis para cada doente. Registamos o valor de d-dímeros obtido e se se encontrava elevado de acordo com a regra ajustada à idade (idade (anos) x 10ug/L, se idade <50 anos). No período correspondente à análise o teste realizado no nosso laboratório era o VIDAS® D-Dimer Exclusion II da Biomerieux. Documentamos a realização de angio-TC (ou ecocardiografia transtorácica quando este estava contraindicado) e ecografia com doppler dos membros inferiores, bem como a confirmação ou exclusão de TEV.

Análise estatística:

A análise estatística é descritiva e foi realizada com o Microsoft Excel®. Para as variáveis quantitativas foram utilizadas as estatísticas média, desvio-padrão, máximo, mínimo. Para as variáveis qualitativas foram utilizadas as estatísticas contagem e percentagem.

RESULTADOS

1. Características da amostra

Entre 1 de julho e 31 de dezembro de 2017 foram identificados 7 212 479 episódios de urgência no nosso hospital. Em 764 casos foi efetuado doseamento de D-dímeros. Após análise do registo de urgência e exames efetuados durante o episódio, foram excluídos da análise 175 casos, 6 por apresentarem idade inferior a 18 anos, 52 por serem registos repetidos, 117 por não terem informação suficiente no registo da urgência (Fig. 3). Incluímos na análise um total de 589 episódios, englobando 565 doentes. A análise foi efetuada por episódio.

A amostra tinha predominância do género feminino, representando 61,3% (n = 361) dos casos. A idade média foi de 62 ± 19 anos, com um mínimo de 19 e um máximo de 98.

Figura 3: Fluxograma de seleção de casos 

2. Variáveis analisadas

2.1. Sinais e sintomas

Os sintomas mais frequentes foram a dispneia (28,5%, n = 168), a dor torácica (27,5%, n = 162), dor assimétrica da perna (14,1%, n = 83) e síncope (13,2%, n = 78) e menos frequentes a tosse (7,5%; n = 44) e as hemoptises (1,0%; n = 6) (Fig. 4). Os sinais mais frequentemente documentados foram a taquipneia (19,0%; n = 112), a taquicardia (15,6%; n = 92) e o edema assimétrico dos membros inferiores (13,4%; n = 79). Menos frequentemente observou-se hipotensão, definida como PAS <90 mmHg ou uma descida face ao valor habitual do doente de ≥40 mmHg, por mais de 15 minutos, em 6,8% dos casos (n = 40) e cianose (2,5%; n = 15) (Fig. 5). Em 165 episódios (28,0%) não foi identificado nenhum sintoma sugestivo de TEV. Em 332 episódios (56,4%) nenhum sinal sugestivo de TEV foi identificado. Em 110 episódios (18,6%) não foi documentada clínica (sinal ou sintoma) sugestiva de TEV.

Figura 4: Sintomas 

Figura 5: Sinais 

2.2. Probabilidade pré-teste

Em cada episódio foi calculada a probabilidade pré-teste para EP e TVP (Tabela 1). De acordo com oScorede Wells, 74,9% dos casos (n = 441) tinham baixa probabilidade para TEV, 24,4% (n = 144) probabilidade intermédia e em quatro casos (0,7%) alta probabilidade. Do grupo com baixa probabilidade foram confirmados três casos de EP, dois casos de TVP e um episódio com ocorrência concomitante de EP e TVP (EP+TVP), do grupo de intermédia probabilidade oito casos de EP, 11 casos de TVP e um caso de EP+TVP e no grupo de alta probabilidade 1 caso de EP+TVP. Dos 585 casos com baixa e intermédia probabilidade de TEV, 313 (53,5%) apresentaram elevação de D-dímeros e destes, 55 (17,5%) não tinham clínica sugestiva de TEV. Dos 313 casos com elevação de D-dímeros apenas 90 (28,8%) fizeram angio-TC na sua sequência.

Tabela 1: Probablidade pré-teste 

Score de Wells Baixa: 0 - 1,5 Intermédia: 2 - 6 Alta: >=7 N
441 (74,9%) 144 (24,4%) 4 (0,7%) 589
Elevação de D-dímeros 212 (48,1%) 111 (77,1%) 4 (100%)
TEV presente 6 (1,4%) 20 (13,8%) 1 (25,0%) 27 (4,6%)

2.3. D-dímeros

Foi encontrada elevação em 55,5% (n = 327) de todos os episódios (Tabela 2). Em apenas 28,1% (n = 92) destes foi realizado angio-TC (Fig. 6). Em 10 casos sem elevação de d-dímeros foi efetuado angio-TC, não tendo sido confirmado TEV em nenhum caso. Todos os casos confirmados de TEV tinham D-dímeros elevados. Dos 327 doentes com D-dímeros elevados, em apenas 8,2% (n = 27) foi confirmado existir TEV.

Tabela 2: Doseamento de D-dímeros ajustados à idade. 

D-dímeros ajustados à idade Elevados Normais N
n (%) 327 (55,5) 262 (44,5) 589

Figura 6: Esquema dos doentes que realizaram angio-TC do total de doentes com elevação de D-dímeros 

2.4. TEV confirmados

Os casos de TEV constituíram 4,6% do total de 589 episódios analisados (n = 27), 2% (n = 12) de EP e 2% (n = 12) de TVP e 3 casos de EP+TVP. A ecocardiografia transtorácica foi efetuada em 60 episódios (9,2%), tendo sido encontrados sinais de sobrecarga do ventrículo direito em 7 (1,2%) (Tabela 3). Em um caso o diagnóstico de EP foi baseado em sinais de sobrecarga do ventrículo direito no ecocardiograma e elevação de biomarcadores - a doente tinha contraindicação para a administração de contraste iodado.

Tabela 3: Ecocardiografias transtorácicas realizadas 

Ecocardiografia transtorácica Sinais de sobrecarga do ventrículo direito Sem sinais de sobrecarga do ventrículo direito Não efetuado
n (%) 7 (1,2%) 53 (8,9) 529 (89,8)

Discussão

Os resultados obtidos estão de acordo com estudos observacionais de outros Serviços de urgência.

Bayes et al descrevem uma diminuição significativa da realização de angio-TC de 90% (72/80) para 40% (44/110) após introdução do teste de D-dímeros no Serviço de Urgência, sem alterações da incidência de EP, com valor global de 8.4% (n = 16). Descrevem 3 casos de probabilidade alta segundo o score de Geneva modificado em que foi realizado teste de D-dímeros ao invés de angio-TC imediato.12

Fraile JB et al analisaram o doseamento de D-dimeros num SU e em apenas 33,5% da amostra (616/1833) foram encontrados algum sintoma ou sinal de TEV. Este valor é francamente inferior ao obtido na nossa amostra de 81,4% com clínica sugestiva de TEV. Em termos de probabilidade pré-teste, de acordo com o score de Wells, 29,4% da amostra tinha baixa probabilidade, 64,7% tinha probabilidade intermédia e 5,9% alta probabilidade. Estes valores são diferentes da nossa amostra, em que o predomínio é de baixa probabilidade. A incidência de TEV foi semelhante com 3,6% de EP (66/1833).13

Yin F et al documentaram D-dímeros positivos em 44% (465/1056) de uma amostra com suspeita de TEV, 36% destes com baixa probabilidade pré-teste e 53% com probabilidade intermédia. No entanto, apenas 29% realizaram exame de imagem. 9 doentes com alta probabilidade pré-teste fizeram doseamento de D-dímeros, e apenas 5 destes prosseguiram com angio-TC. 19% (111/591) dos doentes com doseamento negativo realizaram angio-TC. A incidência de EP foi inferior à nossa com 1,8% (27/1529).14

Kamolratanapiboon et al descreve uma amostra com suspeita de TVP, em que 53,6% (158/295) dos casos fizeram doseamento de D-dímeros em doentes com score de Wells de 2 níveis com classificação provável que deveriam ter realizado ad initium exame de imagem. Dos doentes com classficação improvável com D-dímeros positivos, 18,5% (21/113), não realizaram teste de imagem e 33,3% (8/24) comn D-dímeros negativos realizaram o mesmo.15

Os estudos citados corroboram um valor preditivo negativo próximo de 100% no doseamento de D-dímeros para o diagnóstico de TEV, assegurando assim a possibilidade de exclusão diagnóstica sem realização de imagem.

Algumas das razões apontadas para o incumprimento do protocolo nestes mesmos estudos e na nossa amostra são a não compreensão do algoritmo, a desvalorização do valor dos scores de probabilidade pré-teste e o entendimento de que os D-dímeros nada acrescem ao diagnóstico de doentes com alta probabilidade pré-teste. Quanto à realização de angio-TC após D-dímeros positivos, compreendemos que em algumas situações a clínica e restantes exames de diagnóstico doente podem ser tão sugestivos de diagnóstico alternativo que os clínicos acabam por considerar muito pouco provável a existência de TEV e não realizam imagem. No entanto, nestas situações os D-dímeros nunca deveriam ter sido pedidos inicialmente. Um estudo com participação de 6 países Europeus apresentou 2 casos clínicos tipo, um de EP e outro de TVP e pediu a vários clínicos do SU que procedessem ao diagnóstico e orientação.16 Vários erros no seguimento do protocolo foram documentados, corroborando as razões que apontamos acima.

Aponta-se como uma limitação do nosso estudo, o uso de registos médicos como fonte de dados. São uma ferramenta de trabalho e não de colheita rigorosa de informação para estudos. Configura um possível viés a ausência de registo de alguns sinais e sintomas ou cálculo de score de probabilidade pré-teste, apesar de realizados. Trata-se de uma limitação inerente à tipologia de um estudo observacional retrospetivo.

Conclusão

Esta análise demonstrou 3 erros principais no diagnóstico de TEV. Primeiro, observamos doseamento de D-dímeros em doentes sem sinais ou sintomas sugestivos de TEV, em 110 episódios (19%). Em pacientes sem sinais ou sintomas sugestivos de TEV o doseamento de D-dímeros não está indicado aumentando o número de falsos positivos.

Segundo, em doentes com alta-probabilidade pré-teste foi efetuado doseamento de D-dímeros e não angio-TC imediato. Segundo a literatura especializada à data de realização deste trabalho e a sua atualização em 2019,1 os doentes com alta probabilidade pré-teste não têm benefício em doseamento de D-dímeros inicial e devem ser submetidos a angio-TC como 1º exame diagnóstico. Terceiro, em doentes em que é documentada elevação de D-dímeros deve ser realizado angio-TC ou ecodoppler venoso. Na nossa análise, em apenas 28,1% (n = 92) dos 327 doentes com d-dímeros elevados foi efetuado angio-TC.

Realçamos o interesse desta análise do ponto de vista económico e de não-maleficência no que respeita ao uso excessivo de exames não indicados no diagnóstico de TEV que o nosso estudo e a literatura citada demonstram.

Com base neste estudo as autoras propuseram-se a realizar uma formação de atualização do diagnóstico de TEV no Serviço de Urgência e reanalisar estes dados.

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Responsabilidades ÉticasEthical Disclosures3

Recebido: 02 de Novembro de 2020; Aceito: 17 de Dezembro de 2020

Correspondence/ Correspondência: Barbara Soeiro - barbarasoeiro@hotmail.com Serviço de Medicina, Unidade Local de Saúde de Matosinhos, Hospital Pedro Hispano, Matosinhos, Portugal Rua Dr. Eduardo Torres, 4464-513, Senhora da Hora, Portugal

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