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Nascer e Crescer

versão impressa ISSN 0872-0754

Nascer e Crescer vol.25  supl.2 Porto dez. 2016

 

RESUMO DAS COMUNICAÇÕES ORAIS

 

CO16_10

Afogamento em idade pediátrica: experiência de uma Unidade de Cuidados Intensivos Pediátricos

 

 

Jacinta Fonseca1; Maria Miguel Gomes2; Cláudia Patraquim2; Alexandra Martins3; Teresa Cunha da Mota4; Maria José Oliveira4; Augusto Ribeiro4

1 Centro Hospitalar Vila Nova de Gaia e Espinho
2 Hospital de Braga
3 Centro Hospitalar Entre Douro e Vouga
Cuidados Intensivos Pediátricos, Centro Hospitalar São João

 

 

Introdução: O afogamento é a segunda causa de morte acidental nas crianças, podendo resultar em lesões neurológicas permanentes. O objetivo deste estudo é a caracterização das crianças vítimas de afogamento, internadas numa unidade de cuidados intensivos pediátricos, relativamente às circunstâncias do acidente, gravidade e prognóstico.

Metodologia: Estudo retrospetivo dos processos de internamento por afogamento numa Unidade de Cuidados Intensivos Pediátricos, de janeiro de 2006 a setembro de 2016. Resultados: No período do estudo, foram internadas dez crianças por episódio de afogamento, sete do sexo feminino, com mediana de idades de 22 meses (16 meses 15 anos). Os afogamentos ocorreram maioritariamente em planos de água construídos (tanques, poços). Sete afogamentos não foram presenciados. Em cinco dos casos, não se conhece o tempo de submersão, nos restantes a mediana de tempo de submersão foi de 5 minutos (3-10 minutos). Seis crianças estavam em paragem cardíaca à chegada da equipa médica e sete necessitaram de intubação endotraqueal. Duas crianças foram transportadas diretamente do local do acidente para a Unidade de Cuidados Intensivos Pediátricos e as restantes foram transferidas de outros hospitais para esta unidade. Na admissão, nove crianças necessitaram de ventilação invasiva, seis estavam hemodinamicamente instáveis e oito tinham uma pontuação da escala de coma de Glasgow inferior a nove. Sete crianças tinham evidência imagiológica de encefalopatia hipóxico-isquémica e numa verificou-se traumatismo vértebro-medular. A mediana da duração de internamento foi de 6,5 dias. Na transferência, três crianças tinham sequelas neurológicas graves; ocorreram quatro óbitos.

Discussão: Os afogamentos associam-se a elevada morbimortalidade, principalmente nos casos com maior tempo de submersão ou paragem cardíaca. No nosso estudo, em concordância com os dados de outros países desenvolvidos, os afogamentos ocorreram maioritariamente em água doce e em locais perto de casa (poços e tanques), demonstrando que é neste ambiente que devem ser feitos esforços de prevenção dos acidentes e proteção das crianças. É necessário reforçar as campanhas já existentes em Portugal para prevenir os afogamentos e minimizar as consequências, bem como estabelecer campanhas de prevenção direcionadas especificamente para os grupos de maior risco (crianças mais pequenas e adolescentes).

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