SciELO - Scientific Electronic Library Online

 
vol.21 número1Inteligência e rendimento escolar: análise da sua relação ao longo da escolaridadeTeses de Doutoramento em Educação apresentadas à Universidade do Minho índice de autoresíndice de assuntosPesquisa de artigos
Home Pagelista alfabética de periódicos  

Serviços Personalizados

Journal

Artigo

Indicadores

Links relacionados

  • Não possue artigos similaresSimilares em SciELO

Compartilhar


Revista Portuguesa de Educação

versão impressa ISSN 0871-9187

Rev. Port. de Educação v.21 n.1 Braga  2008

 

A influência das teorias cognitivas na investigação em Tecnologia Educativa. Pressupostos teóricos e metodológicos, expectativas e resultados

 

Clara Pereira Coutinho

Universidade do Minho, Portugal

 

Resumo

Neste artigo sistematiza-se um importante corpo de investigação desenvolvido em torno do potencial educativo das tecnologias da informação e comunicação, num período temporal que abarcou mais de duas décadas, e em que o denominador comum foi o facto da pesquisa realizada ter sido norteada pelos referenciais teóricos das Teorias Cognitivas. Nesse sentido, começaremos por apresentar os pressupostos teóricos do cognitivismo, equacionando em que medida sustentaram formas alternativas de encarar o papel dos "meios tecnológicos" na aprendizagem. Numa segunda fase, serão apresentados os resultados da pesquisa desenvolvida no domínio da Tecnologia Educativa (TE) no período em que o cognitivismo dominou o pensamento e a praxis da investigação educativa. A análise incidirá nas problemáticas de investigação, nos quadros conceptuais e metodológicos dos estudos realizados e terminará debatendo de que forma os resultados obtidos foram (ou não) de encontro às enormes expectativas criadas. Na medida em que não é fácil definir, de forma unívoca, o que se entende por Teoria Cognitiva, nem precisar o momento em que os seus pressupostos conceptuais começaram a influenciar a pesquisa em TE, ou sequer precisar o momento em que esses mesmos referenciais teóricos deram espaço a que o novo marco conceptual, o Construtivismo, passasse a dominar o pensamento e a prática da investigação na área, estamos conscientes das limitações que esta síntese necessariamente acarreta. Esperamos, ainda assim, contribuir para caracterizar um período importante na história da TE e, desta forma, consolidar o seu espaço dentro das Ciências da Educação.

Palavras-chave: Tecnologia Educativa; Investigação; Teoria cognitiva

 

 

Cognitive sciences and research in Educational Technology. Conceptual and methodological frameworks, expectations and findings

In this paper we synthetize an important corpus of research developed around the potencial of information and communication technologies in a period that lasted for more than two decades and in which Cognitive Sciences were the framework for research in Educational Tecnology. We will begin by presenting Cognitive Sciences conceptual principles showing how those new theories influenced research on media. Afterwards, research findings in the field of Educational Technology will be presented and discussed. The analysis will focus on research topics, conceptual frameworks, methodological stances, also intending to discuss whether the enormous expectations that were set up for learning with media were (or not) reached. Though recognising the limitations of the current synthesis, because, on one hand, it is not easy to define what Cognitive Sciences are, and, on the other hand, it is even more difficult to precise the moment that a new theorical framework — constructivism — began to influence the praxis of research in Educational Tecnology, we believe we helped to charaterize an important period of the history of Educational Tecnology as an area of research in educational sciences.

Keywords: Educational Technology; Research; Cognitive Sciences

 

 

Les sciences cognitives et la recherche en Technologie Educative. Aspects theoriques et methodologiques, expectatives et resultats

Dans cet article nous allons systématiser un important corpus de recherche développée autour du potentiel éducatif des technologies de l´information et communication dans une période qui a embrassé plus de deux décennies quand les theories cognitives dominaient la pensée et la praxis de l´investigation en Technologie Éducative. Dans ce sens, nous commencerons à présenter les principles basiques de la Psychologie Cognitive en égalant dans quelle mesure ils ont soutenu des formes alternatives d'envisager le rôle des "moyens technologiques" dans l'apprentissage. Les résultats de la recherche développée dans le domaine de la Technologie Éducative (TE) dans la période où le cognitivisme a dominé la pensée et la praxis de la recherche éducative seront présentés. L'analyse arrivera au niveau des problématiques de recherche, des cadres conceptuels et méthodologiques des études réalisées et finira en débattant si les résultats obtenus ont (ou non) rencontré les énormes attentes créées. Bien que conscients des limitations de notre analyse d'une part parce que’il n’est pas être facile de définir, de forme univoque, ce que sont les Theories Cognitives et plus compliqué encore de preciser le moment temporel a partir duquel un nouveau cadre theorique — le construtivisme — a comencé a infuencer la recherche en TE. Malgré ces limitations nous considerons que notre étude peut contribuer pour une connaissance plus profonde et fondamentée de l´histoire de la Technologie Educative et consolider son espace à l'intérieur des Sciences de l'Éducation.

Mots-clé: Technologie Educative; Recherche; Sciences Cognitives

 

 

Texto completo disponível apenas em PDF.

Full text only available in PDF format.

 

 

Referências

AREA, Manuel M. (1989). Los Medios, los Profesores y el Curriculo. Barcelona: Sendai.         [ Links ]

BARTOLOMÉ, Antonio & SANCHO, Juana (1994). Sobre el estado de la cuéstion de la investigacion en tecnologia educativa. In J. P. Pons (Coord.), La Tecnologia Educativa en España. Sevilla: Publicaciones de la Universidad de Sevilla, pp. 31-57.

BEDNAR, Anne; CUNNINGHAM, Donald; DUFFY, Thomas & PERRY, David (1992). Theory into practice: how do welink. In T. Duffy & D. Jonassen (Eds.), Constructivism and the Technology of Instruction: a Conversation. New Jersey: Lawrence Erlbaum Associates, pp. 17-35.

CABERO, Julio Almenara (1990). Lineas e tendencias de investigacion en medios de ensenanza. In El Centro Educativo: Nuevas Perspectivas Organizativas. GID: Universidad de Sevilla [Em linha] [Acedido em 12 de março de 2000, disponível em http://tecnologiaedu.us.es/revitaslibros/4.htm].

CARIOCA, Vito (1991). Avaliação de Atitudes de Docentes Predispostos para a Utilização do Computador em Ambiente Educativo. Tese de Mestrado. Universidade de Lisboa: Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação.

CASTAÑO, Carlos (1994). La investigacion en medios y materiales de ensenanza. In J. Sancho (Coord.), Para una Tecnologia Educativa. Barcelona: Horsori, pp. 269- 295.

CLARK, Richard (1975). Constructing a taxonomy of media attributes for research porpuses. AV Commun ication Review, 22, pp. 5-40.

CLARK, Richard (1983). Reconsidering research on learning from media. Review of Educational Research, 53 (4), pp. 445-460.

CLARK, Richard (1984). Future trends in Media Research. Muestra Internacional del Video Educativo, pp. 1-11.

CLARK, Richard (1991). When researchers swim upstream: reflections on an unpopular argument about learning from media. Educational Technology, 31 (1), pp. 34-40.

CLARK, Richard (1994a). Media and method. Educational Technology Research and Development, 42 (3), pp. 7-11.

CLARK, Richard (1994b). Media will never influence learning. Educational Technology Research and Development, 42 (2), pp. 20-28.

CLARK, Richard & SUGRUE, Brenda M. (1988). Research on instructional media, 1978- 1988. In D. Ely (Ed.), Educational Media and Technology Yearbook. Englewood: Libraries Unlimited, pp. 19-36.

CLARK, Richard E. & SUGRUE, Brenda M. (1991). Research on instructional media. In G. Anglin (Ed.), Instructional Technology: Past, Present and Future. Englewood: Libraries Unlimited, pp. 327-343.

CLARK, Richard & SALOMON, Gabriel (1986). Media in teaching. In M. C. Wittrock (Eds.), Handbook of Research on Teaching. London: Collier, MacMillan Pub, pp. 464-478.

CLARK, Richard & SNOW, Richard (1975). Alternative Designs for Instructional Technology Research. ERIC/AVCR Annual Review Paper, AV Communication Review, n.º 23 (4), pp. 373-395.

COUTINHO, Clara (1995). A Tecnologia Educativa na Formação Inicial de Professores: um Estudo sobre Atitudes de Alunos de Licenciaturas em Ensino face às Tecnologias e suas Funções na Comunicação Pedagógica. Tese de Mestrado em Educação. Braga: Universidade do Minho.

COUTINHO, Clara (2005). Percursos da Investigação em Tecnologia Educativa em Portugal: uma Abordagem Temática e Metodológica a Publicações Científicas (1985-2000). Braga: CIEd,Universidade do Minho.

COUTINHO, Clara (2006). A investigação em "meios de ensino" entre 1950 e 1980: expectativas e resultados. Revista Portuguesa de Educação, n.º 19 (1), pp. 153- 174.

CUBAN, Larry (1986). Teachers and Machines. Use of Technology since 1920. New York: Teachers College Press.

DIAS, Paulo (1993). Processamento da informação, hipertexto e educação. Revista Portuguesa de Educação, n.º 6(1), pp. 71-83.

DIAS, Paulo (2000). Hipertexto, hipermédia e média do conhecimento: representação distribuída e aprendizagens flexíveis e colaborativas na Web. Revista Portuguesa de Educação, nº. 13 (1), pp. 141-167.

DUFFY, Thomas & CUNNINGHAM, Donald (1996). Constructivism: implications for the design and delivery of instruction. In D. Jonassen (Ed.), Handbook of Research for Educational Communications and Technology. New York: Macmillan USA, pp. 170-198.

DUFFY, Thomas & JONASSEN, David (1992). Constructivism: new implications for instructional technology. In T. Duffy & D. Jonassen (Eds.), Constructivism and the Technology of Instruction: a Conversation. New Jersey: Lawrence Erlbaum Associates, pp. 1-16.

ERAUT, Michael (1985). Educational Technology: conceptual frameworks and historical development. In M. Eraut (Ed.), International Encyclopedia of Educational Technology. London: Pergamon Press, pp. 11-21.

ESCUDERO, José Manuel (1983). La investigácion sobre medios de ensenãnza: revision e perspectivas actuales. Ensenãnza, 1, pp. 87-119.

FOSNOT, Catherine (1992). Constructing Construtivism. In T. Duffy & D. Jonassen (Eds.), Constructivism and the Technology of Instruction: a Conversation. New Jersey: Lawrence Erlbaum Associates, pp.167-177.

GALLEGO, Maria Jesus (1997). Cuestiones y polémicas en la investigacion sobre médios de ensenanza. In La Tecnologia Educativa en Accíon. Granada: FORCE, Universidad de Granada. [Em linha] [Acedido em 7 de Abril de 2002, disponível em http://www.doe.d5.ub.es/te/any97/gallego_force/].

GERLACH, Vernon (1984). Trends in instructional technology research. In J. M. Brown (Ed.), Trends in Instructional Technology. ERIC Doc. University of Syracuse, pp. 21-29.

HANNAFIN, Robert & SAVENYE, Wilhelmina (1993). Technology in the classroom: the teachers new role and resistance to it. Educational Technology, n.º 33 (6), pp. 22-31.

HARTLEY, Kendall & BENDIXEN, Lisa (2001). Educational research in the internet age: examining the role of individual caracteristics. Educational Researcher, n.º 30 (9), pp. 22-26.

KOETTING, J. Randall (1983). Philosophical foundations of instructional technology. Proceedings of the Annual Conference of AECT. New Orleans, LA.

KOZMA, Robert (1991). Learning with media. Review of Educational Research, n.º 61 (2), pp. 179-211.

KOZMA, Robert (1994). Will media influence learning? Reframing the debate. Educational Technology Research and Development, n.º 42 (2), pp. 7-19.

LANDOW, George (1992). Hypertext: The Convergence of Contemporary Critical Theory and Technology. London: The John Hopkins University Press.

MACKNIGHT, Cliff; RICHARDSON, John & DILLON, Andrew (1990). Journal articles as learning resources: what can hypertext offer? In D. Jonassen & H. Mandl (Eds.), Designing Hypermedia for Learning. Berlin: Springer-Verlag.

MACHADO, Maria José (1996). A Influência da Formação nas Atitudes de Professores do Ensino Básico perante a Tecnologia Educativa. Tese de Mestrado em Educação. Braga: Universidade do Minho.

MENDES, Teresa (1992). Atitudes dos Alunos face à Aprendizagem por Computador. Provas de APCC. Coimbra: Universidade de Coimbra/Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação.

MILLER, George A.; GALANTER, Eugene & PRIBRAM, Karl H. (1960). Plans and the Structure of Behavior. New York: Holt, Rinehart & Winston.

MOREIRA, Cândida (1991). Primary Teacher Attitudes towards Mathematics and Mathematics Teaching with Special Reference to a Logo-based in Servicecourse. Tese de Doutoramento. London: Institute of Education/University of London.

MORRISON, Gary (1994). The media effects question: "unresolvable" or asking the right question. Educational Technology Research and Development, n.º 42 (2), pp. 40-44.

OLSON, David & BRUNER, Jerome (1974). Learning through experience and learning through media. In D. Olson (Ed.), Media and Symbols: The Forms of Expression, Communication and Education (73rd Yearbook of the National Society for the Study of Education). Chicago: University of Chicago Press, pp. 120-150.

PAPERT, Seymor (1983). Mindstorms: Children, Computers and Powerful Ideas. New York: Basic Books.

PONTE, João P. (1991). Computador como ferramenta: o que diz a investigação. In B. P. Campos (Org.), Ciências da Educação em Portugal: Situação Actual e Perspectivas. Lisboa: Sociedade Portuguesa de Ciências da Educação, pp. 417-427.

POZO, Juan (1994). Teorias Cognitivas del Aprendizage. Madrid: Morata.

SALOMON, Gabriel (1979). Interaction of Media, Cognition and Learning. San Francisco: Jossey-Bass.

SALOMON, Gabriel (1981). Communication and Education, Social and Psychological Interactions. Beverly Hills, CA: Sage Pub.

SALOMON, Gabriel & CLARK, Richard (1977). Reexaminig the methodology of research on media and technology in education. Review of Educational Research, n.º 47, pp. 99-120.

SANCHO, Juana (1997). La Tecnologia Educativa: conceptos, aportaciones y limites. In J. F. Prats & P. Graells (Coords.), Comunicación Educativa y Nuevas Tecnologias. Barcelona: Editorial Praxis, S.A, pp. 35-55.

SHROCK, Sharon A. (1994). The media influences debate: read the fine print, but don’t loose sight of the big Picture. Educational Technology Research and Development, 42 (2), pp. 49-53.

THOMPSON, Ann; SIMONSON, Michael & HARGRAVE, Constance (1996). Educational Technology: a Review of the Research. Washington DC: AECT Publications.

TYNER, Kathleene (1993). Alfabetizacion audiovisual: el desafio de fin de siglo. In R. Aparici (Coord.), La Revolucion de los Medios Audiovisuales. Madrid: Ediciones de La Torre.

VIGNAUX, Georges (1991). As Ciências Cognitivas. Lisboa: Instituto Piaget.

WINN, William & SNYDER, Daniel (1996). Cognitive perspectives in psychology. In D. Jonassen (Ed.), Handbook of Research for Educational Communications and Technology. New York: Macmillan USA, pp. 112-141.

 

 

Recebido em Junho, 2006

Aceite para publicação em Novembro, 2007