Introdução
A História relata a importância dos rios para o desenvolvimento das sociedades. Várias aglomerações humanas foram constituídas nas margens dos rios, os quais proviam as necessidades sociais, no que se refere a transporte, abastecimento de água, irrigação e sedimentos. O regime de um rio é controlado pela disponibilidade de água superficial e subsuperficial ao longo das estações do ano. Em períodos de elevação do volume/disponibilidade de água, é comum que um rio, ao receber uma vazão mais volumosa de seus tributários exceda o leito normal e ocupe sua planície de inundação (Grotzinger & Jordan, 2013). Este processo natural e sazonal da dinâmica de um rio depende das características da sua bacia hidrográfica.
Os rios e as bacias hidrográficas têm sofrido cada vez mais com as alterações feitas pela sociedade, em especial nos países em desenvolvimento (Alcantara-Ayala, 2002), o que combinado com alterações climáticas abruptas, tem gerado modificações nos regimes fluviais. As consequências de uma relação conflituosa entre sociedade e natureza resultam em danos e perdas para as duas partes.
Neste contexto, diversas pesquisas têm sido desenvolvidas com foco na análise e mapeamento dos desastres naturais associados a dinâmica fluvial e na redução dos danos causados por esses eventos, considerando que para planejar é necessário conhecer o problema no maior nível de detalhe possível (Brito & Evers, 2016; Istomina & Dobrovoski, 2016; Kandilioti & Makropoulos, 2012; Luu et al., 2018; Luz & Rodrigues, 2020; Martins et al., 2020; Santos et al., 2019; Saueressig & Robaina, 2015; Sausen & Narvaes, 2015; Ramos et al., 2018).
O uso de técnicas de geoprocessamento associadas à estatística, tem originado modelos preditivos de áreas inundáveis, que tem grande potencial para serem utilizados na redução dos danos causados por eventos extremos que atingem áreas densamente ocupadas. Os modelos hidráulicos têm contribuído na identificação das áreas atingidas por inundações, enxurradas e alagamentos (Guasselli et al., 2016) e na quantificação/predição da perda de solo e degradação em sistemas naturais (Trentin et al., 2021). A modelação bidimensional (2D) da inundação fluvial na sua planície de inundação, contribui para compreender suas características (e.g. área inundável, altura da água e velocidade do escoamento fluvial). Este tipo de modelação vem sendo utilizada nas últimas décadas para a realização do mapeamento da suscetibilidade a inundações. Comumente, são utilizados modelos matemáticos hidráulicos 1D e 2D (conceituais ou empíricos) para representar fenômenos envolvidos de ordem hidráulica, os quais determinam as cotas (1D e 2D) e as áreas inundadas (2D) (Almeida & Serra, 2017; Bladé et al., 2008; Bulti & Abebe, 2020; Dimitriadis et al., 2016; Martínez-Cantó & Hidalgo, 2016).
O software IBER permite a modelação matemática 2D de águas superficiais e simular o comportamento do escoamento da superfície livre de rios, com base em dados hidrológicos, (Bladé et al.,2014). O desenvolvimento do software IBER resulta da cooperação entre instituições de ensino superior espanholas para auxiliar nas necessidades técnicas dos comitês de bacia hidrográfica e na aplicação de legislações específicas. Os parâmetros de entrada necessários para a modelação incluem a vazão (Qp), tempo de concentração (TC) e informações sobre a rugosidade do terreno baseadas no uso e cobertura da terra (valores de Manning). Os resultados são cenários bidimensionais com altura da água, elevação, velocidade, entre outros (Bladé et al., 2014).
Os modelos hidráulicos bidimensionais do IBER possibilitam representar cartograficamente as áreas propensas a ocorrência de inundação, utilizando um de código aberto, distribuído gratuitamente em inglês e espanhol. O IBER apresenta uma interface, relativamente, amigável onde um operador com conhecimentos básicos de geoprocessamento e hidrologia consegue, sem muitas dificuldades, gerar um modelo hidráulico (mais informações podem ser obtidas no link: https://www.iberaula.es/).
A aplicação dos modelos hidráulicos bidimensionais do IBER de águas superficiais serve como apoio à tomada de decisão e auxiliam nas medidas mitigatórias. Na posse dessas informações, gestores e técnicos das prefeituras e da defesa civil podem sistematizar suas ações para gestão do risco e reduzir os danos causados a pessoas e moradias alocadas em planícies de inundação. O modelo 2D gerado no IBER, apresenta-se como uma alternativa de fácil aplicação e que contribuiu na definição das áreas inundável, na predição da altura da água e da velocidade do escoamento, durante episódios de elevação de caudal (Bladé et al., 2014; Camargo et al., 2012; Fernández-Nóvoa et al., 2024; Fonseca et al., 2018; Garcia-Feal et al., 2018; Garcia et al.,2022).
Com a expansão das áreas urbanas no Brasil, em especial a partir de 1970, fruto do êxodo rural promovido pela Revolução Verde, importantes parcelas da população acabaram ocupando as planícies de inundação (Maricato, 1995; Menezes et al., 2020; Robaina & Trentin, 2013; Teló & David, 2012). Esse processo ocorreu, inevitavelmente, nos municípios de Estrela e Lajeado no Rio Grande Sul. Tal situação gera como consequência a ampliação dos danos e perdas em episódios de inundação fluvial (Borges et al., 2024; Eckhardt et al., 2009; Reckziegel, 2007).
Alguns modelos hidráulicos já foram aplicados na bacia hidrográfica do rio Taquari-Antas, como é o exemplo do trabalho de Laipelt et al. (2023), onde os autores, por meio do uso de sensoriamento remoto, definiram as manchas de inundação nas áreas urbanas dos municípios de Santa Tereza, Muçum, Encantado, Roca Sales, Lajeado e Estrela. Eckhardt et al. (2009), utilizando técnicas de geoprocessamento e levantamento topográfico, definiram as porções inundáveis com base em diferentes cotas na área urbana de Lajeado. O modelo 2D gerado no IBER é uma alternativa de modelagem, que usa como base softwares e produtos de geoprocessamento, acessíveis a pesquisadores, estudantes e gestores municipais.
Neste contexto, esse artigo tem três objetivos principais a desenvolver na bacia hidrográfica do rio Taquari-Antas: (i) estimar as áreas inundáveis e a respetiva altura da água nas áreas urbanas de Estrela e Lajeado, utilizando um modelo hidráulico 2D gerado no IBER; (ii) identificar o número de edificações e os tipos de uso e cobertura da terra expostos às inundações e (iii) validar as áreas inundáveis e a altura da água obtida com o modelo 2D gerado no IBER.
Área de estudo
Os municípios de Estrela e Lajeado (fig. 1) fazem parte da Bacia Hidrográfica (BH) do rio Taquari-Antas, a qual drena a porção nordeste do estado do Rio Grande do Sul, escoando em direção à depressão periférica, desaguando no rio Jacuí (Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura [SEMA], 2011). A área total da bacia hidrográfica é de 26 430km2 com altitude máxima de 1266m, altitude média de 599,54m e a altitude mínima de 1m. As áreas urbanas dos municípios encontram-se nas margens direita (Lajeado) e esquerda (Estrela) do rio Taquari. Os eventos hidrológicos extremos na BH do Taquari-Antas, são deflagrados tanto por precipitações de longa duração associadas à passagem de frentes frias, como a episódios de precipitação de menor duração e grande volume, vinculadas a chuvas convectivas, mais típicas dos meses de verão (Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais [CPRM] 2021; Rossato, 2011).

Fig. 1 Bacia Hidrográfica do Taquari-Antas (a) e localização dos municípios de Estrela e Lajeado, Rio Grande do Sul (b).
Estrela e Lajeado, conforme dados da Defesa Civil do Rio Grande do Sul, são cidades com muitos registos de eventos hidrológicos causadores de danos e perdas (Borges et al., 2024; Eckhardt, et al., 2009). Tendo por base os dados disponíveis em Borges et al., 2024, foi possível identificar as datas dos eventos de inundação ocorridos nos municípios de Estrela e Lajeado, número de mortos e número de afetados (desalojados e desabrigados), entre 2000 e 2023. A distribuição dos eventos de inundação fluvial e número de afetados estimado pode ser visualizada na figura 2. As fontes referem um total de 52 eventos de inundação, que geraram 6416 afetados.
Nos últimos 23 anos, apenas em 2000 e 2004 não houve registos de eventos de inundação fluvial em Estrela e Lajeado. Dos 23 anos, nove apresentaram mais de três eventos por ano, com destaque aos anos de 2001, 2003 e 2009 que registaram mais de mil afetados. Em 2001, três pessoas morreram em Lajedo e uma em Estrela, vítimas dos eventos hidrológicos. Essa recorrência está vinculada a diferentes cotas de inundação previamente estudados por Borges et al. (2024). Com as inundações, muitas famílias ficaram desabrigadas ou desalojadas: no evento de fevereiro de 2003, 400 pessoas ficaram desabrigadas em Lajeado. Em Estrela, um evento registado em outubro de 2016, deixou 60 famílias desabrigadas ou desalojadas.

Fig. 2 Número de eventos de inundação fluvial e afetados registados nos municípios de Estrela e Lajeado, entre 2000 e 2023.
No início do mês de setembro de 2023, a região do vale do Rio Taquari-Antas passou por intensos episódios de precipitação e consequentes inundações nas áreas urbanas que tangenciam o rio principal. Durante esse evento, 50 vidas foram perdidas e centenas de pessoas ficaram desabrigadas ou desalojadas (METSUL Meteorologia [METSUL], 2024).
Em 2024, no início do mês de maio, o Rio Grande do Sul foi atingido por eventos extremos de precipitação, 179 pessoas morreram e 34 estavam desaparecidas (Portal de Notícias G1, 2024), a bacia hidrográfica do rio Taquari recebeu índices pluviométricos superiores a 600mm em poucos dias, desencadeando processos hidrológicos severos e com alto potencial destrutivo e que ainda não haviam sido registados. As áreas urbanas localizadas próximas ao canal principal do rio Taquari foram atingidas, dentre elas Estrela e Lajeado, onde bairros inteiros foram destruídos (METSUL, 2024).
Metodologia
Os procedimentos metodológicos utilizados neste trabalho podem organizar-se em três fases distintas (fig. 3): (i) preparação dos dados de entrada no modelo hidráulico, incluindo dados de elevação, hidrograma de cheia e rugosidade; (ii) processamento do modelo 2D no IBER; (iii) validação dos resultados das áreas inundáveis e das cotas de inundação, comparando com o modelo do Instituto de Pesquisas Hidráulicas da Universidade do Rio Grande do Sul (IPH/UFRGS).
Dados de entrada
Para caracterizar a Bacia Hidrográfica do Rio Taquari-Antas, foram utilizados dados altimétricos provenientes de imagens do Shuttle Radar Topografic Mission (SRTM), com resolução espacial de 30 metros, disponibilizados pelo serviço geológico dos Estados Unidos da América (USGS) e os relatórios da Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura do Rio Grande do Sul (SEMA). O Modelo Digital de Elevação (MDE) utilizado nas áreas urbanas de Estrela e Lajeado é proveniente de uma imagem do Alos Palsar, com resolução espacial de 12,5 metros, disponível no site Alaska Satellite Facility (https://asf.alaska.edu/datasets/daac/alos-palsar/), o MDE de melhor resolução espacial disponível para a área de estudo. Após o download da imagem procedeu-se com a correção de falhas com a ferramenta r.fill.dir, disponível no Qgis 3.28, após essa etapa foi recortada a área que cobriu as manchas urbanas de Estrela e Lajeado e na sequência, utilizando a ferramenta do ArcGis® Raster to ASC II, o MDE foi convertido de *.geotif em *.txt.

Fig. 3 Esquema metodológico utilizado para o processamento e validação do modelo de inundação fluvial 2D no IBER.
Para desenvolver modelos preditivos que identifiquem áreas propensas a inundações, é essencial contar com um conjunto abrangente de dados hidrológicos. Essas informações são coletadas por estações fluviométricas e são disponibilizadas por agências especializadas, como a Agência Nacional de Águas (ANA), responsável por uma extensa rede de estações fluviométricas e pluviométricas.Da posse das séries históricas é possível obter dados de vazão, baseados em tempos de retorno, como apresentado por Gumbel (1941), Oliveira et al. (2018), Martins e Clarke (1993), Prina e Trentin (2018) e Tuyls et al. (2018). Com essas informações é possível estimar as áreas atingidas, sazonalmente e/ou excecionalmente, por eventos hidrológicos.
Para a aplicação na definição das áreas inundáveis em Estrela e Lajeado, optou-se por utilizar os dados de vazão para o Rio Taquari-Antas disponíveis no trabalho de Oliveira et al. (2018). Nesta investigação, os autores calcularam para o rio principal e seus tributários, vazões com potencial de gerar enxurradas e inundações para tempos de retorno de cinco, dez, 20, 50 e 100 anos, definiram polígonos de áreas inundáveis a montante e a jusante de Estrela e Lajeado. Os valores de vazão disponibilizados pela ANA, foram testados pelos autores por meio das distribuições GEV, Gama, Gumbel e Log-Pearson Tipo III. O teste de Kolmogorov-Smirnov (significância de 0,05), foi utilizado para avaliar a similaridade entre as diferentes distribuições de probabilidade (Oliveira et al., 2018). Os dados utilizados para simular a inundação para um tempo de retorno (PR) igual a 100 anos estão disponíveis no quadro I.
Quadro I Informações hidrológicas utilizadas na definição de áreas inundáveis em Estrela e Lajeado.
| Sub-bacia | Inlet Num | Tempo de concentração (horas) | Vazão (m³/s) PR 100 anos |
|---|---|---|---|
| Alto Rio Taquari Rio Forqueta Arroio Boa Vista Arroio Estrela | 1 2 3 4 | 79,0 25,1 11,5 8,6 | 15 711 3 023 767 360 |
Os valores de Manning foram inseridos através de uma malha em *.txt e um arquivo em *.csv, contendo os tipos de uso e cobertura da terra. Este coeficiente expressa as forças de atrito ao escoamento, como forma da margem, presença de vegetação e edificações. As classes utilizadas foram: rio (0,025), floresta (0,12), vegetação urbana (0,032), residencial (0,15) e agropecuária (0,035). Os valores de Manning foram atribuídos com base nos valores pré-existente no IBER, com exceção da classe “agropecuária” que tem como base o trabalho de Burmester (2004).
As informações de uso e cobertura da terra foram obtidas na coleção do MapBiomas (Souza et al., 2020), tendo por referência o ano de 2022. Dada a escala de analise e os dados disponíveis, não foi executada a análise de perfis transversais e longitudinais do rio, sendo que a ausência dessas informações não limita a obtenção do modelo hidráulico no IBER, diferente de outros softwares, como é caso do HEC-RAS, onde esses parâmetros são obrigatórios.
Processamento no IBER
Na posse dos dados hidrológicos, iniciou-se as atividades no software IBER versão 2.5.2. As bases de dados inseridas no IBER devem estar em formato de grades triangulares formando uma malha, isto inclui o MDE e os parâmetros de Manning (uso e cobertura da terra) os quais foram convertidos de matriz (raster) para *.txt. O que pode ser considerada uma limitação do IBER é o fato de aceitar ou processar de maneira mais eficiente, dados projetados em WGS 1984 e em sistema de coordenadas UTM. Outra questão, para que o programa reconheça os valores de Manning, é necessário que a nomenclatura das classes não possua nenhum carácter de espaço e a camada seja maior que a grade triangular, caso essas características não sejam observadas, o processamento apresentará erro.
As informações de uso e cobertura da terra foram recortadas pela área de estudo, os dados foram organizados em um ficheiro matricial com valor único e transformado numa malha, seguindo os mesmos procedimentos utilizados no MDE. As informações sobre o uso e cobertura da terra, serviram de base para o coeficiente de Manning e como suporte na análise dos resultados.
Na aplicação no IBER, o primeiro passo é importar a malha e definir parâmetros de entrada, lados máximos (100m) e mínimo (12,5m), que se referem à amplitude máxima (conforme terreno) e mínima (resolução espacial do modelo).
Após adicionada a malha, é necessário inserir valores de tempo de concentração - Tc (em segundos) e caudal - Qp (vazão) de ponta de inundação (m³/s). Na caixa de diálogo são informados os caudais máximos e tempo de concentração. Nessa etapa diferentes entradas de caudais podem ser inseridas, sendo necessário substituir sequencialmente o número na caixa “Inlet Num”, e as demais entradas (Inlet), Tc e Qp. Os dados utilizados seguiram a sequência de valores apresentados no quadro I. Após a indicação dos valores de entrada Total Discharge sub é informado o ponto de exutório (outlet) do modelo.
A seguinte etapa é destinada a informar os tempos de processamento, definidos em segundos. O tempo de processamento tem como base o tempo de concentração máximo Max simulation o qual foi 284 400 segundos (79 horas, tempo de concentração definido para o Alto Rio Taquari); Results time interval - 5000 segundos, valor definido pelo operador, em que quanto menor o intervalo, mais detalhados são os resultados que simulam o avanço da água sobre a planície de inundação.
Considerando a dimensão da bacia hidrográfica e da malha, o processamento demorou 44 horas. Os resultados podem ser visualizados diretamente no IBER, ou então exportados em raster e manipulados em outro sistema de informação Geográfica (SIG). Para este trabalho, optou-se por exportar os dados em modelo raster (*.geotiff) e realizar as análise e elaboração de mapas no software Qgis versão 3.28.
Validação do modelo
A validação dos resultados obtidos no modelo foi feita a partir dos registos de inundação para Estrela e Lajeado da CPRM com a indicação da altura da água de 27 metros e de Laipelt et al. (2023) que delimitaram as manchas de inundação em Estrela e Lajeado. Em Lajeado, os autores utilizaram um MDE construído com base em dados vetoriais na escala de 1:2000, para Estrela foi utilizado o método HAND, baseado em imagens de resolução espacial de três metros. Nas duas áreas, Borges et al. (2024) coletaram pontos de inundação em campo logo após um evento de inundação, com dados sobre ruas, bairros e série histórica de eventos e identificaram áreas de inundação com trabalho de campo em junho de 2023. Os procedimentos utilizados são similares aos apresentados por Bladé et al. (2014).
Os valores e planos de informação foram comparados e analisados. Todo o modelo computacional conta com uma taxa de erro, pois segundo Seibert et al. (2018), simular os processos naturais é uma tarefa complexa, pois não segue padrões simétricos, além disso, a generalização nos dados também pode inserir taxas de erro ao produto. Assim, a validação por meio de amostras coletadas em campo, possibilitam verificar, de uma maneira direta, a confiabilidade nas áreas indicadas como inundáveis.
Além da validação do modelo, realizaram-se análises, onde foram mensurados os tipos de uso e cobertura da terra localizados nas áreas urbanas dos dois municípios (Souza et al., 2020), além das taxas de crescimento populacional baseadas nos dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2024) e inventário de eventos e danos causados, coletados no jornal regional Zero Hora. O número de edificações que podem ser atingidas foram qualificadas utilizando a edificação gerada por meio de inteligência artificial e disponibilizadas pelo IPH/UFRGS (Possantti et al., 2023).
Resultados
O modelo hidráulico 2D, gerado no IBER, possibilitou definir as áreas sujeitas à inundação nas áreas urbanas de Estrela e Lajeado, indicando uma altura máxima da água de 27,18 metros, valor obtido diretamente no processamento, sem a necessidade de calibração para se aproximar ao valor estabelecido pela CPRM (2021). Além das áreas sob influência direta do rio Taquari-Antas, é possível destacar porções onde as inundações ocorrem associadas ao Rio Forqueta e arroios Engenho, Encantado e Saraquá, na margem direita e arroios Boa Vista e Estrela na margem esquerda.
Ao comparar o modelo hidráulico 2D gerado no IBER com os dados disponibilizados pelo IPH/UFRGS (Laipelt et al., 2023) é possível verificar visualmente a sobreposição das áreas (fig. 4).

Fig. 4 Áreas de inundação do modelo 2D do IBER e das áreas de inundação do relatório técnico do IPH/UFRGS 2023.
No quadro II é possível verificar a área inundável obtida em cada modelo, além da sobreposição espacial entre os dois modelos. De uma forma geral, o modelo 2D do IBER apresenta áreas inundadas mais extensas que pode estar relacionada com a maior dimensão das células do MDE (12,5 m). No entanto, os dois modelos apresentam uma sobreposição espacial de 92,6% e 95,9% em Estrela e Lajeado, respetivamente. Estes resultados indicam que o modelo hidráulico 2D tem potencial de uso como uma alternativa metodológica e que o MDE provindo do Alos/Palsar, teve uma resposta satisfatória quando comparado as bases cartográficas de maior detalhe utilizadas por Seibert et al. (2018). As diferenças que existem, podem estar associadas às diferentes bases de dados, conforme descritas na metodologia, e ao processamento dos modelos (Lyu et al., 2024, Silva Júnior et al., 2022).
Quadro II Áreas inundáveis (km2) indicadas pelos modelos hidráulicos em Estrela e Lajeado.
| Município | Modelo 2D IBER (km2) | Modelo IPH/UFGRS (km2) | Sobreposição (km2) |
|---|---|---|---|
| Lajeado | 11,87 | 9,85 | 9,12 |
| Estrela | 9,10 | 8,00 | 7,67 |
Os dados de campo também validam os resultados do modelo, assim como nossas descrições das fontes documentais. Relativamente aos dados hidrológicos, no modelo foram utilizados dados de vazão para um período de retorno de 100 anos. A altura da água considerada para definição de áreas suscetíveis junto a área urbana dos municípios é de 27 metros, conforme definição da CPRM. Porém já existem registo de cotas excepcionais com valores superiores aos 27 metros, o que sugere a necessidade de recalcular os períodos de retorno para séries mais longas e mais recentes.
As inundações que ocorreram em setembro de 2023 e que atingiram as duas áreas urbanas, chegaram a uma altura máxima da água de 29,45 metros, conforme dados de disponibilizados pela CPRM no jornal regional Zero Hora. A maior cheia registada em Lajeado ocorreu em 1941, quando a altura da água foi de 29,92 metros; outros episódios de destaque ocorreram em 1946, 1956 e 2020, informações registadas em uma régua no centro de Lajeado (fig. 5).
Com relação aos bairros atingidos por eventos hidrológicos, como indicado no modelo 2D do IBER, temos a seguinte distribuição: Lajeado - Imigrantes, Conventos, Igrejinha, Planalto, Campestre, Universitário, Carneiros, Hidráulica, Centro, Moinhos, Jardim do Cedro, Conservas, Santo Antônio, Morro 25 e Das Nações; Estrela - Boa União, São José, Das Indústrias, Moinhos, Oriental, Centro, Chacrinha, Cristo Rei, Auxiliadora, Imigrantes, Alto da Bronze e Estados (fig.1). Esse resultado corrobora com os trabalhos de Borges et al. (2024) e Eckhardt et al. (2009).
Na figura 6, podemos verificar que existe uma diversidade de usos e coberturas da terra na área indicada como inundável nas áreas urbanas de Estrela e Lajeado, não sendo em sua totalidade ocupados por áreas urbanizadas. Esse uso e ocupação do solo garante um lastro para que ações de mitigação e planejamento sejam aderidas ao processo de expansão urbana (Li et al., 2022; Sobreira & Souza, 2012). Os resultados obtidos a partir da aplicação no IBER e obtenção do modelo hidráulico 2D possibilitam a gestão de áreas onde a ocupação com moradias ainda não é densa, evitando o avanço da expansão urbana sobre as planícies de inundação.

Fig. 6 Área inundada (ha) do modelo IBER 2D por tipo de uso e cobertura nos municípios de Estrela e Lajeado.
Comparando os dados populacionais dos dois municípios para os censos de 2000, 2010 e 2022 do IBGE, se verificou uma ampliação no número de habitantes (fig. 7). Isso se deve às características econômicas dos dois municípios, os quais possuem um desenvolvimento industrial que gera empregos e atrai pessoas de outras porções do estado (Rubin et al., 2008). O aumento populacional tem fomentado o crescimento da urbanização, a qual nem sempre é feita de maneira planejada (Maricato, 1995).
Com relação ao número de edificações inseridas nas áreas suscetíveis a eventos hidrológicos indicadas no modelo 2D do IBER, verificou-se que Lajeado possui 1958 e Estrela 3385 edificações expostas. Os valores encontrados para Lajedo estão bem próximos dos indicados por Possantti et al, (2023), que assinala 1917 edificações. Os números de edificações não são exatamente iguais, pois os dois modelos apresentam algumas áreas onde não ocorre a sobreposição. Para Estrela, os valores foram maiores, quando comparado aos autores citados, que quantificaram 2786 edificações. Para um refinamento das informações sobre as edificações é recomendado que se faça um trabalho cadastral de detalhe (Knierin, 2022).
Com base nos dados levantados em trabalho de campo e nos resultados apresentados por Borges et al. (2024), se verifica que além dos bairros mais atingidos também estão expostas algumas ruas e moradias específicas. Na figura 8A e 8B, é possível observar as áreas expostas a processos hidrológicos em Estrela (Rua São Roque e bairro Moinhos), porção que apresenta alta recorrência de inundações, tendo mais de 12 registos no período entre 2002 e 2022 (Borges et al., 2024). No ponto de coleta das fotografias 8C e 8D, a profundida obtida no modelo hidráulico 2D, foi de 2,77 metros, cujo valor corrobora os dados disponibilizados por Possantti et al. (2023). Nas imagens C e D, outra área de expansão urbana no bairro Imigrante, as inundações estão associadas à elevação no nível do Arroio Estrela.

Fig. 8 Áreas suscetíveis a inundação no município de Estrela. Panorâmica das moradias no bairro Moinhos (A), imagem satélite indicando o local de captura da fotografia (B), panorâmica das moradias no bairro Imigrantes (C) e imagem satélite indicando o ponto de coleta da fotografia e um dos limites de inundação registados em campo (D).
Em Lajeado, um dos bairros com maior recorrência é o Centro. Na área do parque dos Dick (fig. 9A e 9B), localizado próximo ao bairro Centro, os eventos hidrológicos registados em setembro de 2023, porções de terra com edificações foram atingidas. Na figura 9C e 9D, observa-se a indicação de um limite de área inundável próximo ao cruzamento da rua Carlos Von Koseritz com a Avenida Décio Martins Costa, o qual é indicado pela seta.

Fig. 9 Áreas suscetíveis a inundação no município de Lajeado. Parque dos Dick e rua Santo Filho (A), Imagem satélite indicando o ponto de captura da fotografia e características da ocupação ao redor do Parque (B), cruzamento da rua Carlos Von Koseritz com a Avenida Décio Martins Costa (C) e limite da inundação obtido 2D IBER (D).
Discussão
A modelagem hidráulica possibilita a criação de cenários de áreas inundáveis, altura da água e velocidade dos fluxos. Simular o comportamento dos excedentes fluviais possibilita uma gestão mais adequada das áreas propensas à inundação. Em termos metodológicos e operacionais, os softwares de modelagem hidráulica servem de suporte ao planejamento e tomada de decisão por gestores e Defesa Civil (Fonseca et al., 2018; Sañudo et al., 2020)
O software IBER permite a obtenção de modelos matemáticos bidimensionais e simulação dos fluxos hídricos em cursos de água. Fonseca et al. (2018) descrevem a necessidade da avaliação preliminar das áreas com risco de inundação. Ao trabalhar com uma área montanhosa no norte de Portugal, os autores desenvolveram uma metodologia baseada no acoplamento do IBER com o Hydrological Simulation Program - FORTRAN (HSPF). Os autores obtiveram resultados promissores que foram validados com base em parâmetros estatísticos e dados coletados em estações fluviométricas, com a definição das áreas propensas à inundação para PR de dez, 50 e 100 anos (Fonseca et al., 2018).
A modelagem hidráulica gerada no IBER permite o estudo de inundações geradas por cursos de água, como é caso do Taquari até aos processos de alagamentos ocasionados por drenagem urbana ineficiente. Sañudo et al. (2020) utilizaram o IBER (2D) ligado ao modelo 1D Storm Water Management Model (SWMM). Com o acoplamento dos dois modelos os autores simularam o comportamento dos fluxos superficiais e na rede de esgoto numa área urbana da Andaluzia (ES). A capacidade do modelo foi testada em três estudos em diferentes escalas. No primeiro foram testadas as capacidades básicas do modelo, no segundo compararam os dados experimentais em escala real e, por fim, o terceiro avaliou a capacidade do modelo simular alagamentos após eventos pluviais.
O modelo hidráulico gerado no IBER possibilita projetar a magnitude de eventos hidrológicos e, com isso, propor ações de mitigação e redução de danos. Os parâmetros de entrada necessários para gerar o modelo hidráulico são facilmente obtidos em plataformas de dados geográficos, como dados AlosPalsar e informações sobre uso e cobertura da terra e ainda, as informações fluviométricas podem ser consultadas em estações fluviométricas ou trabalhos acadêmicos. São poucos os pontos que demandam de uma atenção pormenorizada do usuário, sendo assim, é possível obter as áreas propensas à inundação, a altura da água e velocidade de escoamento com uma tecnologia de baixo custo (Moreira & Santos, 2020).
Sobre os dados de entrada e os custos computacionais, García-Alén et al. (2022) ao modelarem processos hidrológicos com base em equações de águas rasas, comentam que, muitas vezes, a resolução da malha computacional limita as operações. Utilizando o IBER, os autores modelaram sete eventos em quatro bacias hidrográficas tendo como base três diferentes modelos digitais de elevação. Concluíram que malhas construídas com um limite de até 25 metros e baseadas em dados LIDAR fornecem resultados semelhantes ao hidrograma de saída (outlet).
Com o IBER é possível modelar o comportamento da água. Como exemplo cita-se o trabalho de Camargo et al. (2012), onde foi feita uma análise do comportamento do escoamento superficial e a recarga de aquífero, em diferentes condições de pluviosidade. Os autores concluíram que os resultados obtidos com o IBER se aproximaram do comportamento hidrológico da bacia hidrográfica.
Além dos estudos hidráulicos referentes à definição da suscetibilidade à inundação e bases para definir a perigosidade, o IBER possibilita analisar o transporte de sedimentos e simula a rutura de barragens. Em relação à rutura de estruturas, Quijano et al. (2018) utilizaram o modelo bidimensional do IBER para simular em laboratório o processo de rutura em barragens e calcular a soma das águas e o momento de rutura de barragens construídas no México.
Com a redução dos tempos de retorno de eventos extremos de precipitação e, consequentemente, de elevação de caudais, os modelos gerado no IBER representam uma importante ferramenta de auxílio na identificação das áreas e na quantificação da severidade dos eventos. No México, Garcia et al. (2022) utilizaram o IBER para definir as áreas de elevado risco de inundação com dados coletados após a passagem do furacão Matthew em outubro de 2010. Os autores definiram as áreas inundáveis e a altura da água, identificando 33 localidades afetadas (56,9%) classificadas como de alto risco. A validação do modelo ocorreu através de uma imagem SPOT 4, sobrepondo ao modelo dados coletados pelo satélite, indicando uma boa concordância dos resultados (Garcia et al., 2022).
A validação dos modelos gerados no IBER é baseada em dados coletados em campo e/ou em eventos passados, os quais possibilitam a obtenção, em grau de detalhe, de informações que indiquem a confiança do modelo. Produtos de sensoriamento remoto, como as imagens do Sentinel, possibilitam a sobreposição do modelo hidráulico sobre imagens de áreas inundáveis, quando disponíveis. Essas formas de validação são utilizadas e descritas por Fernández-Nóvoa et al. (2024).
A altura da água definida com o modelo 2D gerado no IBER para Estrela e Lajeado se aproximou dos registos históricos, mostrando um nível de acerto aceitável, de acordo com os processos de validação descritos por Bladé et al. (2014). Para áreas onde não existam dados topográficos de detalhe, as imagens do Alos/Palsar representam uma considerável alternativa, pois possibilitaram ao modelo se aproximar das condições mapeadas em campo (Vieira et al., 2022). Quanto maior o nível de detalhe do MDE, mais próximo da realidade serão os resultados, porém, não são todas as áreas urbanas de municípios atingidos por inundações que dispõem de densas e detalhadas bases de dados. O uso das aeronaves remotamente pilotadas (ARPs), representam uma alternativa à coleta de dados de detalhe, os quais permitem uma maior aproximação do modelo à realidade e seu uso com maior confiabilidade, principalmente, em nível operacional (Yiran et al., 2024).
Ao comparar o IBER com outros modelos é possível verificar que, além da fácil e democrática aplicação, os resultados gerados apresentam alto grau de satisfação. Pinos e Timbe (2019) compararam os modelos hidráulicos 2D gerados no HEC-RAS, IBER, Flood Modeller e PCSWMM utilizando como área de estudo uma região montanhosa nos Andes Equatoriais. Os autores concluíram que o IBER 2D tem o melhor desempenho na simulação do nível de água e área de inundação para eventos com PR de 20 e 50 anos, seguido pelo Flood Modeller, HEC-RAS e PCSWMM.
Os modelos hidráulicos possibilitam identificação das áreas inundáveis, altura da água, velocidade e elevação da água, dados essenciais para estudo e mitigação de eventos hidrológicos. Jha e Afreen (2020) desenvolveram um sistema que permite a previsão de inundações e análise da suscetibilidade utilizando o SWAT e o HEC-Ras numa bacia hidrográfica urbana do Blue River no Missouri. Os resultados se mostraram úteis e com potencial para ajudar na integração dos dados e avaliação do risco por meio da combinação dos modelos.
As definições de áreas inundáveis e a altura da água possibilita o estudo dos impactos gerados durante e após os eventos. O número de domicílios afetados, perdas em áreas agricultáveis e a exposição de pessoas são algumas das análises que são obtidas a partir dos cruzamentos de mapas, tendo como base no modelo hidráulico. Neste contexto, Leal et al. (2021), ao utilizar o HEC-GeoRAS, obteve parâmetros como a profundidade da água e velocidade do escoamento para o cálculo da intensidade das inundações, assim como parâmetros físicos dos edifícios expostos a inundações repentinas. No final, propõem um índice de vulnerabilidade física ao edifício, podendo ser ajustado e aplicado em diferentes áreas estudo.
Nos resultados do modelo 2D de Lajeado e Estrela, as áreas suscetíveis a inundação que ainda não forma ocupadas por moradias demandam atenção sob o ponto de vista do ordenamento do território, pois com o crescimento populacional, áreas ocupadas com florestas ou com lavouras, podem ser convertidas em novos condomínios ou ocupações irregulares, aumentando a área edificada exposta ao perigo de inundação. Ao usar álgebra de mapas, Schorn e Vieira (2023) diagnosticaram as formas de uso e ocupação do solo em áreas ambientalmente frágeis e suscetíveis à inundação no município de Indaial/SC/BR. Os autores concluíram que está ocorrendo uma ampliação da ocupação com moradias nas margens do rio Itajaí-Açu, ampliando o número de edificações e pessoas expostas aos eventos hidrológicos.
O avanço da urbanização sobre áreas suscetíveis à inundação é um processo recorrente, principalmente, em países em desenvolvimentos (Özer & Ercoşkun, 2024). Estrela e Lajeado configuram-se como cidades atrativas para migração, tanto interna como externa, pois possuem uma indústria de produtos alimentícios bastante consolidada (Campos & Silveira, 2014; Mejía & Cazarotto, 2017)
Considerações finais
Os avanços no uso de técnicas para identificação e mapeamento de áreas sujeitas a processos hidrológicos vinculados às inundações, se reveste de grande importância, pois possibilita que o processo de cartografia dessas áreas, seja cada vez mais dinâmico e próximo a realidade. Mapear e analisar as áreas sujeitas a desastres naturais, abastece com informações os órgãos responsáveis pela tomada de decisão e, os atores que atuam na linha de frente durante os eventos.
O foco deste artigo foi verificar a aplicabilidade do modelo hidráulico 2D gerado a partir do IBER, para os estudos sobre as inundações que assolam, principalmente, as áreas urbanas dos municípios do Rio Grande do Sul. Na área de estudo existem publicações com detalhe sobre a identificação das áreas suscetíveis e sua correlação com eventos e cotas em Estrela e Lajeado que serviram de apoio para determinar a aplicabilidade do modelo e, portanto, replicar o modelo em outras áreas com menor número de informações.
Considera-se que o objetivo proposto neste trabalho foi cumprido, permitindo a utilização de uma ferramenta voltada ao mapeamento e indicação de áreas suscetíveis à inundação. O procedimento utilizado para validar o modelo baseado em publicações existentes e trabalhos de campo demonstrou que para a escala utilizada os resultados foram satisfatórios. Os resultados apresentados neste artigo não devem ser utilizados em ações operacionais, mas sim no planejamento e estratégia. Com a obtenção de um MDE, com maior grau de detalhe, os resultados poderão ser utilizados para subsidiar ações operacionais em campo.
De acordo com os dados do Censo de 2022, os municípios de Estrela e Lajeado apresentaram crescimento populacional, o que gera pressão sobre o espaço urbano e sua consequente expansão para áreas perigosas. A obtenção e manipulação dos dados geoespaciais, em um ambiente georreferenciado do SIG pode ser uma valorosa ferramenta de planejamento e assim reduzir danos e perdas em episódios de inundação futuros.
Agradecimentos
Os autores agradecem à Fundação Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior pela concessão da bolsa de Pós-Doutorado, por meio do Programa Institucional de Internacionalização - CAPES/PrInt.
Contributos dos/as autores/as
Anderson Augusto Volpato Sccoti: Conceptualização; Metodologia; Software; Validação; Análise formal; Investigação; Curadoria dos dados; Escrita - preparação do esboço original; Redação - revisão e edição. Carlos Valdir de Meneses Bateira: Conceptualização; Metodologia; Software; Validação; Análise formal; Investigação, Redação - revisão e edição. Luis Eduardo de Souza Robaina: Conceptualização; Metodologia; Validação; Análise formal; Investigação; Redação - revisão e edição. Susana Pereira: Conceptualização; Metodologia; Validação; Análise formal; Investigação; Redação - revisão e edição. Romario Trentin: Conceptualização; Metodologia; Validação; Análise formal; Investigação; Redação - revisão e edição.
















